Capítulo 15

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    Cheguei ao quarto de Red e percebi que a porta estava aberta. Girei a maçaneta e entrei devagar. Lá estava ele parado de costas para mim a observar a dimensão dos hotéis cassino de Las Vegas como se estivesse admirando alguma obra de arte,

    — Viu os resultados dos estudos no corpo de Tardiolli? — perguntou-me Red — ele estava agindo como desentendido. Havia acabado de cometer um homicídio e agora me falava sobre o caso como se nada estivesse acontecendo.

    — Ainda não. Mas não é sobre isso que quero falar agora — eu estava disposta a descobrir o porquê ele havia matado Mendez. E não deixaria o instinto tergiversador dele me atrapalhar.

    — Pois eu vi. Liguei para o legista há uns cinco minutos. Pasme, ele achou uma data grafada na nunca de Tardiolli. Como eu disse ele está jogando conosco.

    Uma data? Como assim uma data? Então Red matou Mendez e descobriu que havia uma data? Então Mendez deveria realmente ser o assassino e Red fez aquilo que havia prometido, matou o assassino para garantir a reputação. Mas ainda assim matou uma pessoa.

    — Coincidência ou não — continuou — era a data de hoje!

    Agora eu estava interessada em ouvir, o que Red estava disposto a dizer. Quais seriam suas teorias sobre a situação e se realmente havia matado Roberto Mendez no intuito de proteger sua reputação.

    — Prossiga Red — solicitei.

    — Bem haja vista que as mortes de bailarina estão acontecendo sempre em um mesmo padrão eu tenho um palpite para a vítima de hoje. E acho que você sabe muito bem de quem eu estou falando. Também consegui interpretar a ligação da data com as mensagens em latim.

    Hoje? Então ele sabe que acontecerá um assassinato hoje? Ou pelo menos aconteceria já que ele eliminou nosso suspeito número um Roberto Mendez.

— Aparentemente você já salvou o dia não é Red? Fez o culpado pagar! — ele precisava parar de falar aquelas asneiras e assumir que cometeu um assassinato. Assumir que matou Roberto Mendez. Era o modus operandi dele, não havia dúvidas aquele homicídio era de responsabilidade de Red sim e não havia como refutar.

    — O que disse? — ele parecia realmente não saber do que se tratava. Até parece, afinal ele era um dissimulador nato. Pensa Rachel! Fui eu quem efetuou a prisão de Joseph Bennington. Eu sei que ele dissimula, eu sei que ele é uma serpente, que é um lobo, que poderia neste instante estar tramando algo contra mim. Por precaução dois agentes estavam à porta com ordens pra abrir fogo contra Red em caso de emergência.

    — Já sabemos que matou Roberto Mendez! Ele foi encontrado no quarto dele, com uma faca encravada na carótida. Na parede estava escrito com o próprio sangue de Mendez seu nome de guerra RED!

    Red me pareceu atônito ao ouvir minhas palavras, meu senso de justiça dizia apenas que ele estava dissimulando, e dissimulando muito mal por sinal, uma vez que eu já conhecia esse truquesinho barato dele.

    — Mas que filho da puta! — Exclamou Red com uma expressão de imensa raiva — Rachel não me diga que realmente acreditou nisso? Nem minha assinatura ele conseguiu plagiar direito. É RED ESTEVE AQUI! ESTEVE AQUI entendeu?

    Nesse ponto ele me pareceu bem convincente, mas talvez ele não tenha conseguido concluir sua frase por falta de tempo ou pela quantidade de policiais no local. Eu estava certa de que Red era o assassino de Roberto.

    — Por que o matou? — questionei — Ele era o assassino? Você descobriu e o eliminou para manter sua reputação? Não é isso que iria fazer Joseph?

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