Capítulo 20

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Fiquei paralisada por um bom tempo admirando a “obra de arte” de Red, quando voltei a mim vi que tinha um novo caso nas mãos. De qualquer forma Red havia fugido e eu precisava encontrá-lo. Ele voltaria a matar com certeza, esse era o jogo dele.

    Peguei o celular na intenção de ligar para Michael, respirei fundo e desisti. Michael teria um surto e ele estava encarregado de cuidar de Helena e Audrius. Sentei na cama e me coloquei a pensar em uma forma de encontrar Red. Mas ao mesmo tempo comecei a refletir em tudo que ocorreu comigo nos últimos dias.

    Não foi apenas uma investigação comum, era a investigação da minha vida, as lições que aprendi com o maior criminoso que cruzou as ruas de Vegas. Agora eu sabia jogar com assassinos em série.

    Onde Red poderia ter se enfiado? Agora eu tinha um grande problema em minhas mãos o maior assassino em série que já havia caminhado pelas ruas de Vegas agora caminhava novamente por aí.

    Eu não sabia o que fazer, levantei da cama e comecei a andar de um lado para outro na tentativa de achar uma solução, pisei em alguma coisa estranha e viscosa, acho que era o fígado de Henry. Foi uma situação nojenta, tirei o que estava grudado no meu pé, e continuei a pensar por onde começaria a investigação.

    Eu poderia esperar pra ver se ele agiria novamente caso não matasse ninguém poderia deixá-lo realmente seguir seu rumo como recompensa por pegar Henry, acho que era meio fora de cogitação.

    Meu celular tocou novamente. Mas será que esse povo do FBI não sabe resolver nada sem encher o saco? Atendi. Era Paul, um dos carcereiros da prisão em que Red deveria estar preso.

    Pensei comigo, péssima hora para eles virem pedir relatórios. Como eu iria explicar que Red havia fugido?

— Agente Blank? — iniciou Paul.

— Pois não — respondi já com medo.

— Precisamos que venha até a penitenciária agora.

— Agente preciso confessar uma coisa.

— Pois não agente? — respondeu friamente.

— Red! — fiz uma pausa — Ele escapou.

    Houve silêncio do outro lado da linha. Eu já estava esperando ser transferida para algum superior que me chamaria para uma reunião onde eu seria demitida. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas, aquilo era o meu trabalho, a minha vida. Não sabia o que seria de mim sem o FBI.  .

    Eu era uma investigadora por natureza, e precisava exercer a investigação para me sentir completa. Mas o erro que cometi foi muito grande e eu sabia disso. Sabia das consequências que deveriam ser tomadas. Respirei fundo, o silêncio se prolongou.

    — Alô? — tentei chamar atenção do agente do outro lado da linha — agente Paul — aquela altura já estava chorando muito.

    — Agente Blank — respondeu Paul —tem uma pessoa que quer falar com a senhora.

    Era uma péssima hora para brincadeiras, Paul estava tirando uma com a minha cara com certeza. Ele queria o quê? Fazer com que eu me sentisse humilhada antes de me passar para um superior? Me dar uma lição para que eu prestasse mais atenção? Eu já estava farta de tudo aquilo!

    Ouvi-o falando com alguém, mas não consegui entender nada do que foi dito, aparentemente estava passando o telefone para a pessoa, ouvi a respiração do outro lado da linha. De repente, um arrepio tomou conta da minha espinha dorsal, algo que eu jamais imaginaria que poderia acontecer. Aquela voz sarcástica, irônica, que fez meu coração acelerar apenas me dizendo:

    — Como vai Rach?

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