Epílogo

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Pedi ao carcereiro que me trouxesse uma cadeira, quando ele chegou entregou-me o assento e fechou a porta da cela, eu estava sozinha na cela, Michael me esperava do lado de fora, mandei um sms pra ele pedindo para me encontrar na penitenciária. Sentei-me frente a frente com Joseph “Red” Bennington que me encarava com aquele olhar sarcástico e misterioso característico dele.·.

    Eu estava totalmente confusa, ele teve a oportunidade de fugir, talvez de desaparecer no mundo e nunca mais ser encontrado e recapturado, mas escolheu voltar para a cela, por quê? Ele estava com o jogo completamente ganho, poderia matar seu rival e ainda assim fugir da policia deixando todos os agentes com cara de estúpidos e eu e Michael com um grande problema nas mãos. Será que ainda havia um pouco de humanidade no coração do assassino Red?

    Eu precisava entender aquelas coisas, então decidi confrontar o meu agora ex- consultor criminal psicopata e entender o que se passava naquela cabeça problemática que tanto ajudou no caso intitulado “Um Espetáculo em Vermelho”. Então comecei a perguntar.

    — Por que voltou?

Red sorriu de maneira irônica antes de me responder:
    — Ora Rach, ainda tenho uma pena a cumprir.

    — Agora está preocupado com a pena? Você nunca ligou pra isso. Matou um homem há poucas horas e voltou para a cela como se nada houvesse acontecido. Por que voltou?

    — Pra começar Rach, matei o assassino. Não ouviu a gravação? Ele mesmo confessou os assassinatos de Balakirev e das outras moças, além de confessar o assassinato de Roberto Mendez. Então apenas antecipei a sentença de morte que vocês dariam a ele, o matei apenas por diversão, pra ter certeza de que eu não tinha perdido minhas habilidades.

    — Por que voltou pra cela Joseph?

— É RED! — gritou o serial killer — voltei porque o mundo lá fora não tem mais nada pra mim. Minha temporada em cartaz nas ruas de Las Vegas chegou ao fim minha cara, é hora de aceitar os fatos e conviver com minha condenação. Meu jogo acabou, foi divertido, mas acabou.

    — E o que aconteceu no Treasure Island?

— Quer mesmo saber? — Questionou Joseph, eu apenas assenti com a cabeça.

— Está bem, vou contar. Sabíamos que o assassino mataria Helena no quarto. Por dedução percebi que a vitima seria sempre a bailarina que usa vermelho na apresentação, por simples razões de obsessão do assassino pela cor, assim deduzi que era Helena.

Red fez uma pausa, olhou pra mim com um olhar estranho, um misto de sarcasmo com ternura, ou sei lá e continuou — Meu veredito pelo culpado foi dado quando fomos à sala de administração do Treasure procurar por Henry, quando adentramos ele estava com o livro “Histórias Extraordinárias” de Edgar Allan Poe, por coincidência o livro estava aberto na página do conto “A Máscara da Morte Escarlate”, foi quando os pontos começaram a se juntar.

— Que pontos? — Realmente eu estava surpresa.

— A paixão do assassino pela cor vermelha e pelo sangue humano, pura falta de criatividade. Soou muito ridículo pra mim, sinceramente não fazem mais assassinos como antigamente. Depois foi só continuar coletando as provas que levaram até ele.

Então ele sabia antes mesmo do FBI, apenas não contou, pois queria mais provas para fundamentar a acusação? Ou estava realmente se divertindo com o caso e planejando uma nova vitima como realmente fez? Em todo caso era realmente necessário que ele fosse questionado.

— E no momento em que o assassinou? O que houve?

Red gargalhou de maneira macabra e medonha. Como se lembrar do assassinato o levasse a um grau tão alto de excitação e prazer que quase o afastasse da realidade. Senti um profundo medo do homem a minha frente naquele momento, pude realmente ver o monstro que todos no FBI falavam. O assassino de mais de 30 vítimas, o demônio da faca ensanguentada, RED!

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