- Então eu estou morto? – Perguntei para Tobby.
- Não – ele respondeu.
- Então estou vivo? – Continuei.
- Também não – ele respondeu.
- Então o que eu sou?
- Você é morto-não-morto e um vivo-não-vivo – respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Oi? – Perguntei, sem entender bulhufas do que ele tinha dito.
- Você morreu – ele disse, gesticulando com as mãos de um jeito sem sentido – Seu coração parou, seus órgãos não trabalharam mais e seu cérebro morreu. Você morreu. – Continuou – Porém, você não está morto. Se você botar a mão no seu peito, você vai sentir seu coração batendo, num ritmo nada comum, mas ele está batendo. Seu estomago ainda está digerindo seu almoço e seus pulmões ainda funciona.
- Mas eu não estou vivo – tentei, seguindo sua linha de raciocínio.
- Não, você não está vivo – falou – Porém está. A definição de uma pessoa viva é alguém que respira, pensa e se move. Você está vivo. Você é um morto-não-morto e um vivo-não-vivo.
- Então eu sou um zumbi? – Perguntei, querendo entender tudo aquilo. – Vou começar a ficar faminto por cérebros e ser incapaz de raciocinar?
- Sim e seus dedos e membros vão começar a apodrecer e cair – ele disse, num tom um quanto irônico.
- Sério? – Perguntei assustado, olhando para os meus dedos.
- Claro que não! – Respondeu, irritado. – Olha para mim. Eu pareço um zumbi?
- Não – respondi. Tobby realmente não parecia um zumbi.
- Nós somos iguais, Scott. Não estamos nem mortos nem vivos. Estamos em algum lugar no meio disso. – Disse, com calma.
- E o que acontece agora? – Perguntei.
- Você vai adquirir uma habilidade, vai treinara-la e ajudar a derrotar a Crescente. – ele disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo.
- Como assim "habilidade"? – Perguntei, mais surpreso a cada minuto que passava.
- Um poder – ele respondeu.
– Eu vou virar o super-homem? – Perguntei, animado. Era até engraçando eu estar animado em estar morto.
- Não exatamente – ele respondeu. – Primeiro eu preciso saber como você morreu.
- Vamos Scotty! Você vai se atrasar para a escola desse jeito! – Escutei minha mãe gritar da cozinha, no primeiro andar. Me olha uma última vez no espelho, garantindo que eu apresentável. Não que eu ligue para a minha aparência, mas sei o que Cassie vai dizer se eu chegar na escola parecendo que eu só caí da cama em cima de roupa e fui.
- Já estou indo, mãe – respondo, pegando minha mochila e deixando o meu quarto. Desço as escadas de dois em dois, tentando compensar o atraso em me produzir para a minha namorada.
- Eu fiz panquecas para você – ela disse, toda sorridente. Eu claramente puxei a fisionomia da minha mãe. Temos os mesmos olhos azuis, o mesmo nariz torto na ponta e o mesmo jeito de sorrir. A única coisa que temos diferente é a cor do cabelo. Enquanto minha mãe impressiona qualquer um com seus cabelos loiros caindo em ondas pelos seus ombros, eu herdei o cabelo do meu pai, bem escuro e que nunca fica do jeito que eu queria.
YOU ARE READING
Journey To The Underworld
FantasyMorte. Tantos significados para uma palavra. Tantas crenças, tantas esperanças, tantos medos. Morte para uns se resume a perda, a fato que você nunca mais vai ver essa pessoa faz seu coração doer. Há também quem célebre a morte, pois foi criado assi...