Capítulo único

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Era uma vez, dois passarinhos em um fio.

Um dos passarinhos tenta voar para bem longe, enquanto o outro o observa atentamente.

O passarinho vermelho diz que também quer voar! Ele seguiria o passarinho azul até o fim do mundo, mas ele é um mentiroso.

A casa era silenciosa, suas paredes antes claras e cheias de alegria durante o dia pareciam escurecer pela noite, como uma flor que nasce apenas para murchar.

Porém, atrás de paredes escuras e um ar silencioso dois amantes dormem juntos em seu quarto dividido, bem, pelo menos um deles está a dormir. 

O garoto despido de seu hoodie vermelho e preso no firme abraço de seu amado olhava para o telefone atentamente, um sentimento horrível alojado no fundo de seu estômago; As últimas semanas teriam sido lindas, cada toque entre ele e Tom era como a abertura de um céu violeta, lágrimas agora escorrem dos olhos do garoto acordado ao lembrar das últimas semanas, enquanto risos amargos saiam de sua boca como sussurros, ele tinha um péssimo timing, não?

Agora as palavras em sua tela estavam mais claras do que nunca antes, -Nós ou eles, o contato dizia- mesmo com a constelação de lágrimas a manchar seus olhos como estrelas mancham um céu, 'Adeus, velhos amigos', pensou ele, 'Eu sinto muito, mas eu tenho que ir.

Eu vou acreditar em tudo,disse o passarinho azul enquanto se reaproximava do fio,não há nada que eu não vá entender! 

Não vou soltar sua mão, disse o passarinho vermelho, mas ele é um mentiroso. 

Na manhã seguinte Tord tentou passar a maior quantidade de tempo possível com seus amigos e seu amante, dois dias eram seu prazo; ele iria os contar eventualmente, o norueguês fitou o relógio - cinco minutos, tudo que precisava-.

O tempo, imprevisível como sempre, pregou truques nele assim como o faz em todo mundo, a verdade triste é que; o tempo não espera, não tem face, ou emoções, minutos foram para horas e agora somente ele e Tom estavam acordados - trocando beijos esquentados em seu quarto, oh como o moreno gostaria de continuar a sentir seu céu violeta, porém decidiu que roxo simplesmente não era para ele. 

"Tom." Falou, separando-se do beijo e se sentando ao lado do menor, suas mãos geladas em comparação as dele. "Eu gostaria de poder te contar a razão pela qual estou fazendo isso mas," Um nó se instalou na garganta de Tord, mas ele não iria chorar agora. "Eu tenho que ir, Tom."

"Ir? Para onde? " Exclamou o rapaz azul, uma mistura de raiva e tristeza se fixava amargamente em suas feições. "Para longe." Os lábios de Tord agora estavam firmemente fechados em uma linha reta. "Como assim para longe?!" Lágrimas escorriam dos olhos negros de Tom; O garoto vermelho gostaria de o abraçar, de tomar tudo que disse para si e permanecer em seu lar, porém ele não podia. 

Não mais.

"Tom, eu preciso que se acal-" "Não! Primeiro você age estranho o dia inteiro, depois me vem com isso? E sem a porra de uma explicação? Eu vou acreditar em qualquer coisa que diga, mas pelo menos diga algo." Sentir as mãos de seu, agora antigo amante,ao redor de sua face apenas intensificava o desejo de Tord de dizer que tudo não passava de uma grande mentira, mas seu exercito precisa dele, afinal, quem precisa de amigos? 

Ao se dar conta do silêncio perfurante que consumia o lugar, o britânico se levantou da cama e foi para seu antigo quarto, fechando a porta com raiva atrás de si. 

Certa vez, havia dois passarinhos em um fio.

O pequeno passarinho azul grita para o vermelho ''vamos'', o outro apenas responde ''estou cansado''.

"O céu está nublado e eu sinto muito," completa o vermelho. 

Um a mais, um a menos.

Ninguém liga.

No dia seguinte, o quarteto está localizado na saída da casa onde viveram tantas aventuras, Matt estava com seus olhos cheios de lágrimas, Edd tinha um sorriso triste em sua face, enquanto Tom estava no telhado com uma grande garrafa de álcool.

Tord fitava todos os detalhes de sua casa antes de entrar em seu pequeno carro vermelho, "Sinto muito, velhos amigos." Ele exclama, usando seu sorriso. "Porém tenho que conquistar meus sonhos na cidade grande."

Era uma vez, dois pássaros de uma espécie.

O passarinho azul diz que eles vão para sempre ficar juntos, o passarinho vermelho concorda, dizendo que irá soltar o fio.

Mas ninguém vai largar aquele fio agora. 

Ele diz que vai.

Mas ele é só um mentiroso.

Semanas, meses,anos se passam, e a ausência de Tord parece doer menos em Tom. 

Novamente, há dois passarinhos em um fio.

Um tenta voar.

E o outro observa do fio. 

Ele diz que não quer voar, mas ele é um mentiroso. 

Tord voltou. 

Tom não podia acreditar em seus olhos, não quando o viu, não quando os seus amigos estavam o protegendo, e também não acreditou ao ver a face que um dia conheceu tão bem estampada em um papel de procurado. 

Dois pássaros em um fio...

Um tenta voar e o outro...

... 

Cinzas e chamas eram expelidas do grande robô vermelho na colina, dando ao por do sol um tom avermelhado e negro, ao invés do belo roxo que antes possuía.

O passarinho vermelho estava no chão, sua asa estava machucada. 

Ele disse que não queria voar, ele estava engando.

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Isso tava a um tempo nos meus rascunhos, então pensei em terminar :v

Tá uma merda? tá, mas já tava tudo em terceira pessoa entãaaaao. 

yea.

espero que tenham gostado de qualquer forma!

Música: "Two birds - Regina Spektor"

Tchauzinho!


Two birds on a wire (Oneshot)Where stories live. Discover now