Não tire os olhos dele!

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Enquanto a criança chorava, eu descia as escadas rapidamente com minha lanterna e uma faca na mão, ao chegar em frente ao purgatório tentei abrir os portões, mas estavam trancados, então pulei o muro e liguei a lanterna, tudo estava completamente destruído com o incêndio, cadeiras quebradas, paredes banhadas de fumaça, mas a porta do local estava intacta, ao entrar na recepção, ouvi um assobío frio vindo do terceiro andar, subi as escadas que rangiam a cada passada e ao chegar no segundo andar estava outra feira pendurada numa cruz, cortada ao meio, com um pentagráma abaixo dela, ao me assustar, caí pelas escadas que se quebraram, ao chegar ao chão, me levantei rapidamente e corri para sair de lá, quando derepente os portões e as janelas se fecharam, fiquei quieto num canto, quando ouvi novamente o assobío frio, vinha do corredor, ao levantar a cabeça ví os olhos brilhantes de algo que se aproximava lentamente e fazia um som estranho, como em filmes de terror, corri para uma das portas e tentei abrir, quando
Dois policiais me abordaram na porta do purgatório:
-queira me acompanhar há delegacia, o senhor está preso por invasão domiciliar e porte de arma, exclamou o policial.
-mas policial tem um homem nesta casa que pegou uma criança a força, indaguei.
-não há ninguém aqui meu rapaz, você está delirando, me acompanhe.

Então o policial me algemou e me levou a delegacia para dar depoimento, enquanto estava entrando na viatura, lá estava o homem, escondido em meio as cinzas do local.

Na delegacia...

-você foi avistado num local que não tinha autorização e com uma faca meu rapaz, você concorda?, perguntou o delegado.

-sim, mas tinha uma criança sendo levada por algum homem de roupa preta para dentro do purgatório e fui tentar ajuda-lá, afirmei ao delegado.

-Rapaz, você deve ser sonâmbulo ou algo do tipo, eu aconselho você ir para casa descansar pois estamos focados no incêndio e no assasinato de uma das freiras, rebateu o delegado.

-não estou delirando não, a criança estava chorando, mas só acreditariam se tivessem passado na hora exata do sequestro, mas parece que delegacia nessa cidade não serve para porra nenhuma.

-você está preso por desacato a autoridade, me acompanhe por favor.

E foi assim que passei minha vida por causa de um fantasma que não existe, passei 2 anos na prisão sendo chamado de louco e demente, logo após que saí da prisão, fui direto para meu apartamento, tudo estava revirado, a policia tinha um pedido de busca em meu apartamento, mas não encontraram nada, fui para o banheiro tomar um banho.

Debaixo do chuveiro, pensava em tudo o que ocorreu, incendio, freiras mortas, criança sequestrada, fantasma, prisão, pretendi então continuar com minha vida, trabalho e mais nada, ser um cidadão honesto.

Ao abrir os olhos vi sangue espalhado por todo meu corpo, era como se meu chuveiro fosse uma cachoeira de sangue, sai rapidamente do banheiro e escurreguei no box.

22:47 da noite, Rua Nova...

-ai que dor de cabeça, preciso ligar a luz, não enxergo nada,
Click!
Que bilhete é este?
-olhe para a janela.

Ao ler a carta olhei para o relógio, eram 22:47, automaticamente subio um frio na barriga, olhei para a janela e lá estava ele, rondando a Rua Nova mas sem criança em suas mãos, abri a janela para vizualizá-lo melhor quando derepente ele parou de andar, simplesmente parou, peguei minha lanterna na gaveta do meu quarto e ao apontar para ele, o mesmo desapareceu, submergiu em meio as sombras, não havia mais criança chorando ou assobíos frios, então fechei a janela e ao se virar para a porta do meu quarto, fui arremessado de janela abaixo.

Brumm...

Não conseguia me mover, só escultar um breve assobío na esquina da Rua Nova, era ele, eu garanto isso.

No hospital.......

Acordei todo quebrado numa cama de hospital, não sabia que tinha me levado para lá, só fiquei sabendo que tinha fraturado umas costelas e que não era nada grave, mais tarde recebi a visita da médica Kamila, foi quem me ajudou a me levar para o hospital e dar as medicações corretas.

-você vai precisar ficar em repouso por 1 semana aqui no hospital senhor, disse Kamila.

-1 semana doutora?, eu trabalho e não posso perder o emprego.

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⏰ Última atualização: Aug 11, 2018 ⏰

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