Por Cait ...
A gente passa a vida esperando a validação alheia para tudo o que fazemos. Se somos bonitas, ou inteligentes, ou até mesmo para saber se valemos a pena. E então a gente cresce achando que precisamos da confirmação dos outros para o que somos. Tipo naquelas comédias românticas onde a moça é extremamente bem sucedida em seu trabalho mas ainda assim se sente compelida a levar um cara para a festa de dez anos de formada da escola. Nós fomos ensinadas a se importar com o que pensam e obrigadas a acreditar que, se não correspondemos determinadas expectativas o problema é nosso. Bem, eu cansei disso. Eu estou farta de precisar provar todo o tempo que o que eu escolhi ser também é bom. Estou cheia de pensar no romance como: eu gosto por e amo apesar de. Nós somos induzidas, desde muito cedo, a querer ficar com idiotas e achar o máximo. Como se isso fosse o único feito que podemos conseguir em nossas vidas. E mesmo com tudo isso, minha vida está seguindo num daqueles momentos em que a gente apenas reage ao que nos cerca. Você quer agir diferente de todos os anos em que fingiu ser algo mais somente esperando que aquela pessoa, que você julgava importante, lhe desse a devida aprovação. Porém tudo se esvai e você está agindo assim novamente. Não por ser fraca ou algo do tipo, contudo, pelo simples fato de que na vida não existe bula, não existe algo que possa realmente te guiar. E então você vê o cara que te traiu com a secretária feliz e casado com a mesma, comemorando a vinda do segundo bebê deles e o que você tem para mostrar? Um casamento que não deu certo, uma filha de cinco anos que está apaixonada pelo cara que partiu seu coração.
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Cait havia sido convidada para a festa de noivado de uma de suas amigas próximas e estava bastante nervosa por ter descoberto que seu ex estaria lá. A esposa dele era irmã do noivo. Poderia ser sua oportunidade para colocar em prática o que vinha pensando sobre validação e opinião alheia. Mas ela não queria se mostrar sozinha justamente na festa em que ele estaria. Apesar de saber que não precisava provar nada a ninguém.
O camarim estava vazio, haviam coisas espalhadas sobre o balcão, um livro de Paulo Coelho no pequeno sofá e Caitriona sentada de costas para a parede, chorando. Era engraçado que apesar de tão bem sucedida ela sentia como se precisasse provar algo as pessoas. Como o fato de nenhuma de suas relações amorosas terem tido sucesso.
Sam: (bateu na porta mas não esperou resposta e entrou) Cait, você ... (ele percebeu ela tentando disfarçar as lágrimas) O que houve? Algo com a Sophie?
Cait: (negou) Eu fui convidada para um casamento e ...
Sam: O Tony vai estar? É isso?
Cait: Não, Heughan. Outro ex. Casado com a amante. (agarrou uma garrafa de água próxima) Dois filhos. E eu nem sei o porquê de estar te contando isso. Você também não é nenhum santo.
Sam: (queria saber o que dizer mas ficou em silêncio uns segundos) Eu vou com você.
Cait: (quase cuspiu toda a água que tinha na boca) Você? Não! De jeito nenhum. Você seria a última pessoa que eu levaria comigo.
Sam: Me acho um cara a altura de uma mulher como você.
Cait: Um pouco tarde pra isso, não?
Sam: (Não importava o quanto tentasse ela não confiava nele. E não poderia culpa-la.) Eu sei que estou longe de ser o seu homem de confiança, Caitriona. Mas eu estou disposto a te ajudar em tudo que, um dia, fizer com quê eu me redima pelo que fiz. (Ela queria acreditar. Queria mesmo.) Aceita ou não?
Cait: Está bem. Mas nada de flertes. Aja como se fosse uma transação de negócios. Fui clara?
Sam: Eu resisto se você resistir. (piscou pra ela e lhe ajudou a levantar) Ninguém deveria chorar por pessoas que não valem a pena. (Ela se afastou bruscamente)
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O trailer do meu suposto amor
RomantizmEsta é uma história de ficção. Nada corresponde a realidade.