Rose/Ross

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Ross mal podia acreditar no que estava acontecendo. Para começar, seu primeiro encontro com Rachel, que tinha tudo para ser um desastre completo, havia sido perfeito. E agora, os dois estavam num táxi em direção ao apartamento dele e não conseguiam passar mais que cinco segundos sem que seus lábios voltassem a se encontrar. Era melhor do que qualquer sonho ou fantasia sexual que ele pudesse ter.
Quando eles finalmente coseguem se desgrudar, o taxista de prováveis 80 anos de idade vê sua deixa para perguntar:
— Vocês são um casal adorável. Há quanto tempo estão juntos?
— Algumas horas — responderam os dois e então começaram a rir.
Eram mesmo um casal adorável.

Ao entrarem no apartamento de Ross, os beijos apaixonados continuaram. Beijos que a cada segundo se tornavam mais intensos e maliciosos, ou seja, beijos que ansiavam por algo mais íntimo. Porém, quando Ross percebeu que Rachel o estava guiando para o quarto, ele parou no ato.
— Opa, opa, opa. Peraí, hum…
— O que foi? — perguntou ela, totalmente desnorteada. — Eu fiz alguma coisa de errado?
— Não, não. Não é isso. É só que… — ele aponta para a cama. — Você quer… hum… você quer fazer sexo? É isso?
— É, eu achei que fosse isso que fôssemos fazer. Algum problema?
— Bem, é que eu… eu… eu…
— Sim?
— É que eu nunca fiquei com ninguém depois da Carol — ele responde só de uma vez e se sente culpado logo em seguida.
Mas Rachel parece acreditar na mentira.
— Ah, eu… eu não sabia, me desculpa — ela coloca uma mão na cabeça e outra na cintura. — Juro que não fazia ideia, me desculpa.
— Não, não. Tá tudo bem, não é culpa sua — ele pega as mãos dela. — Eu só… só sinto que não tô pronto ainda. Tudo bem?
— Tudo bem — ela diz, assentindo, e volta a beijá-lo.

No fim das contas, até que não foi ruim. Claro, não teve sexo, mas pelo menos eles ficaram dando uns amassos no sofá até decidirem que era hora de dormir. Dormiram na mesma cama, ambos usando apenas a roupa de baixo. E quando os primeiros raios de sol entraram pela janela do quarto, Rachel acordou quase que no mesmo segundo.
Com cuidado para não acordar Ross, ela se levantou lentamente, tirando o braço dele de cima dela. Então parou um segundo para admirá-lo. Ross era bonito. Não bonito do tipo galã de novela, mas bonito do tipo que você gostaria de encontrar ao seu lado na cama de manhã cedo; exatamente como ela estava fazendo agora.
Rachel deu um sorriso de leve, apreciando aquele momento. Então ela olhou para o peito de Ross e notou uma coisa. Duas, aliás: cicatrizes bem abaixo dos mamilos dele, formando linhas curvas de ambos os lados. O que seria aquilo? Resultado de algum acidente bizarro? Não, não havia como. Aquelas linhas eram perfeitas de mais para terem sido colocadas ali por acidente. Então, uma cirurgia, talvez? Mas que tipo de cirurgia precisaria ser feita ali?
De repente, Ross se ajeita na cama e entreabre os olhos, o que tira Rachel de seus devaneios abruptamente.
— Bom dia — ele murmura, ainda sonolento.
— Bom dia — ela responde, com um sorriso de leve. — Estava pensando em fazer um café… você quer?
Ele arqueia uma sobrancelha.
— Café? Você?
— Não se preocupe, Monica me ensinou como se faz.
— Ah! — ele soa aliviado. — Sim, vou querer sim. Obrigado.

Na cozinha, enquanto o café passa pelo coador e a torradeira prepara, dã, torradas, Rachel analisa o espaço ao seu redor. Afinal, noite passada ela não teve tempo de fazer isso. No entanto, nada ali parece chamar sua atenção, com exceção de uma caixa de presente lilás que está na estante da sala. Ela vai até a caixa e a abre, com medo de que seu conteúdo seja algo muito pessoal e secreto, mas são só fotos de família. Fotos de Ross e Monica quando crianças, fotos dos pais deles, fotos da avó e de outros familiares que Rachel não reconhece. Ela ouve o “ding!” da torradeira, anunciando que as torradas estão prontas e está prestes a colocar a caixa de volta no lugar quando vê um envelope, bem no fundo. E a única coisa que está escrito nele é “Para Rose”.
— Rose? — ela murmura baixinho para si mesma. — Quem é…
— Uou, você também fez torradas?! — Ross está saindo do quarto enquanto termina de vestir uma camiseta e Rachel tem apenas tempo de jogar a caixa onde encontrou e guardar o envelope no bolso da calça. — Você é incrível. — diz ele, indo em direção a cozinha. Rachel vai junto, enquanto se recupera do susto de quase ter sido pega.

Aquele em que Ross precisa dizer a verdade para RachelOnde histórias criam vida. Descubra agora