27 - Clareando as Idéias

22 3 0
                                    


Espera, quando eles o capturaram? Não, ele não estava morto? Ele, meu pai e a mãe da Mari, nao estavam os três mortos? Se bem que pela lógica, Wolf poderia ter sido dado como morto, e os únicos sobreviventes seriam Martin e minha Mãe do esquadrão deles, ou seja, de sete pessoas, duas sabíamos que estavam vivas, e uma "renasceu", mas a informação de que o pai da Mari está vivo muda tudo. Mas é realmente ele? Ou é uma sombra do que ele foi? Se Edgar fez uma lavagem cerebral em Sully, e se não for reversível, é como se ele estivesse morto. Mari não pode saber disso, não agora pelo menos, sua mente vai ficar muito nebulosa, ainda mais nesse período que estamos vivendo. Estou andando pelo corredor tão concentrado que nem percebo que Mari me chama e corre atrás de mim.

- Nossa, estava te chamando faz um tempão.

- Desculpa - Digo dando um sorriso arredio.

- Estava preocupado com o que?

- Nada...

Mari me encara

- Eu estou falando sério. Não estava preocupado com nada.

- Eu não disse nada.

Sorrio para ela. Nao sei o por quê, mas sorrio. Talvez seja melhor contar para ela agora que a sua mente está limpa ainda. Mas não posso simplesmente fazer o que quiser. Preciso falar com minha mãe, suas idéias são no mínimo mais táticas que as minhas. Então decido que vou falar com ela.

- Por um acaso você viu minha mãe?

- Dois níveis abaixo na administração.

Entro no elevador e desço dois níveis. Estou no nível quarenta agora. Ao abrir a porta do elevador, entro em uma pequena sala, como se fosse de espera com um guarda, não que isso seja desnecessário, mas não gostaríamos de qualquer um saber dos planos do alto escalão. O guarda libera minha passagem e a porta se abre atrás dele. A luz de dentro da porta é muito forte e ofusca minha visão. Ao me acostumar com a vista vejo cerca de trezentas pessoas vestidas de cinza claro, o que indica que trabalham na administração sem se desviar de seus trabalhos. Sua função é receber, analizar, deduzir informações. O silencio é quebrado pelo barulho de teclas batendo e luzes que ofuscam vindo de telas, quase como um organismo vivo.

- Parece uma colméia não é?

Viro-me e vejo minha mãe.

- Eu preciso falar com você.

- Imaginei, você está aqui.

Cruzamos a colméia com seus cubículos e andamos em direção a uma sala no final da colméia. Olhares ainda se cruzam com os meus, ainda sou um estranho no ninho, mas tudo bem, acho que realmente me vêem assim. Chegamos a sala e minha mãe fecha a porta.

- É sobre o ciborgue não é?

- Sim

- Wolf já me contou, que ele sabia quem era, mas não me disse quem. Ele te disse?

- Precisamos manter isso somente para algumas pessoas. - Sinto cada pulsação sobre meu corpo. – É uma pessoa que você conhece. – A Postura dela muda para algo bem mais tenso.

- Tony, não me diga que isso tem a ver com a Mari. – Suas pupilas estão até dilatadas e percebo suor em seu rosto.

- Agora que dei a dica, você deve ter descoberto quem é.

- Sullivan – Sua voz fica trêmula enquanto fala. Concordo com a cabeça. Ela se senta. Sua voz ainda parece não sair direito. – Mas quanto dele ainda sobrou?

Uma Questão de HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora