1. Bônus: Conhecendo os sogros: Emily e o italiano

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Pov Emily

Eu cometi erros tenebrosos pelo simples fato de gostar facilmente de alguém. Durante minha adolescência passei por transformações, recorri a várias tribos na escola, buscando-me sentir completa. Nunca tive medo de me jogar nas relações, queria apenas me divertir pelo tempo que durasse. Deixei a história no ontem e recorri ao hoje para viver.

Quando resolvi mudar para Nova Iorque com Ian, esperava que a experiência trouxesse maior estabilidade no relacionamento. Mas a universidade e todas as maravilhas oferecidas me fez perceber o quanto éramos imaturos. Para dizer a verdade, Ian não estava empenhado para que desse certo. Aos poucos a magia acabou, contudo, não quis voltar para casa. E embora existissem amigos na cidade, tive a impressão de estarmos mais afastados.

Reconheço que Nicole tentou ser a melhor amiga, e acredito que tenha obtido sucesso. Porém, não hesitei em aceitar os amores ofertados.... Quem sabe eu me precipitasse e hoje continuo agindo assim até o final.

Só não quero uma vida sem cor. O que há de ruim em experimentar emoções, sentimentos, sensações?

Flertar enquanto aguarda a garçonete trazer seu pedido. Sorrir e mexer no cabelo, sem desviar o olhar dele. Era um jogo interessante e eu terminei por ganhá-lo quando ele se aproximou, naquele terno pude enxergar uma pessoa completamente diferente. Leonel não é o homem de negócios imperado pelo malvado relógio.

Aproveitei a conversa que se seguiu para um jantar.

Não me assustei com a pressa, quis embarcar na loucura.

Viver! Viver! Meus braços estão abertos e com o rosto erguido observo a paisagem girar, embora seja eu a culpada. Ouço Leonel rir, não consigo parar até ficar completamente tonta.

— Peguei você — ele diz, apertando seus braços em volta da minha cintura — Você está bem?

— Sim, perfeitamente, maravilhosamente bem! — Respondo, virando o rosto alguns centímetros e logo seus lábios estão sobre os meus.

A viagem estava sendo inesquecível, sabia que Leonel tentava me deslumbrar com a beleza do país, iniciando nosso turismo por Verona. Poderia invejar o amor de Romeu e Julieta, mas essa sensação não persistia com a informação de que seguiríamos para a casa dos Bellucci. Ao mesmo tempo em que me empolgava com as construções de tijolo vermelho, caminhando de mãos dadas pela ponte, ficava apavorada ao imaginar que talvez não fizesse parte daquele cenário.

— Uma foto, mio amore? — Leonel pergunta ao lado das fortificações.

— É claro, temos que mostrar aos seus pais o motivo para demorarmos — implico, beijando-o rapidamente — Ainda quero andar de charrete e jantar no Lido.

Leonel franze o cenho, roçando seu nariz ao meu.

— Não está comigo só pelo dinheiro, certo?

— Sou uma mulher gananciosa, amore — murmuro.

Não tenho um bom sono, por isso, aplico boa quantidade de maquiagem para esconder meu cansaço. Ignoro a apreensão que insiste se abater em mim, esfrego as mãos tentando esquentá-las.

— Vamos? — Leonel pergunta e murmuro uma afirmação.

Fico surpresa ao ler a placa com o sobrenome de meu namorado. Respiro fundo, sabia a situação financeira deles, mas quem garante que não pensem maldosamente sobre minhas intenções com Leonel. Faço uma careta, detestando não ter aprendido ao menos os xingamentos em italiano.

Antecedentes das confusões da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora