A primeira vez que Eggsy visita o túmulo de seu pai, ela não sabe o que realmente está acontecendo. A criança de apenas 7 anos, sabe porém, que seu pai não ira voltar. Ele é suficientemente inteligente para não precisar perguntar para sua mãe desolada a seu lado, então ele apenas fica em seu canto, respondendo "obrigado" e "estou bem" educados, as condolências que prestam os amigos e familiares.
E obviamente ele está mentindo, mas precisa ser forte por sua mãe. A corrente que ganhou do senhor estranho e bem vestido, repousa solenemente em seu pescoço fino, pesando em seu peito e sua mente. Eggsy passa e repassa a frase que não deve esquecer em seu pensamento "oxfords, not brogues." E com isso se deixa levar para casa por uma senhora amiga.
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Na segunda vez que Eggsy visita seu pai, ele tem 13 anos e está sozinho. Ele fugiu de casa pela 3 vez e correu até o cemitério, mas dessa vez pelo menos, ele estava triste e não precisava esconder. O jovem Gary senta-se na grama, com seu jeans e casaco chav e conversa, horas e horas com a placa fria do tumulo vazio. Conversa sobre tudo, o novo trabalho de sua mãe que os permite comprar mais comida e pagar as contas em dia, a escola e como ele gosta de um amiguinho, ah e o tópico de sempre, o senhor Oxford, o apelido dado ao amigo de seu pai.
Eggsy imaginava todo dia quem seria ele, um deputado, presidente ou um gangster muito bem vestido? Ele só conseguia as mesmas respostas, sempre e sempre. Um amigo. Depois de entender que, mais que provavelmente não iria encontrar respostas ali, foi-se novamente para casa, para os braços de uma mãe preocupada.
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A terceira vez que ele conversa com seu pai, o adolescente Eggsy tem 19 anos e acabou de sair dos fuzileiros. Ir ao cemitério é a primeira coisa que ele faz, ainda com o uniforme, ele só fica... e fica ... e fica. Nenhuma palavra pronunciada, por horas.
Ele acha que está se tornando um homem, não precisa mais de contos de fadas e não acha que indo ao encontro de um morto, irá resolver alguma coisa, mesmo assim ele fica. Minutos depois, as primeiras palavras saem de seus lábios.
"sabe pai, mamãe se casou de novo e o cara é uma grande merda fodida, mas eu tenho uma irmãzinha. Miss.daisy é muito inteligente, você a amaria, assim como eu amo... Você também acabaria com a raça de Dean e sua gangue, eu sei disso. Você era um herói, assim como Mr. Oxford disse, estaríamos salvos se você estivesse aqui." Se o adolescente chorou, só a lembrança de seu pai era espectadora, ninguém mais, então ele estava a salvo. "Penso todo dia em ligar para Mr. Oxford, mas sei que ele não virá, nunca ninguém veio." Ele enxugou as lagrimas indesejadas e se recompôs "Agora é a minha vez, eu vou cuidar delas, papai, vou ser um herói como você, mas antes preciso levar o lixo pra fora." E assim novamente, ele se foi.
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Na quarta vez que Eggsy visita seu pai, ele esta mais que desolado. Ele agora tem 23 e suja seu terno sob medida ao sentar-se na grama seca. Diferente das outras vezes, ele não se importa se alguém está vendo ou em ser forte, depois de anos se contendo, sendo o homem da família, ele se permite chorar. E ele faz, copiosamente, sem pausas e sem modos, e sabe que Harry ficaria decepcionado. "Um cavaleiro é sempre composto." Ele pode imaginar Harry falando, e isso o faz chorar cada vez mais.
Ele não é, e nunca será um cavaleiro, pensa. Não trouxe honra a seu pai e perdeu seu amigo, mentor e amor de uma só vez. Então ele se permite sentir. Pela primeira vez na vida, ele não precisa mentir. Ele chora, e chora e chora, por segundos, minutos e horas. Quando as lagrimas secam ele volta ao seu apartamento, o mesmo apartamento que tomou para si, sem se importar com protocolos. Ele volta para mamãe e Daisy, assim como seu pai e Harry nunca fariam por ele.
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Na quinta vez que Gary Egssy visita seu pai ele tem 24 e agora é um homem, e não se importa em esconder suas emoções. Ele não se sente e não está sozinho e ao contrário da crença geral, Harry ou Mr. Oxford para desconhecidos, é um grande fã de emoções, ainda mais se elas forem boas. E seu menino agora, está cheio delas, assim como ele próprio.
Os dois se sentam na grama, muito felizes para se importar com machas, seus oxfords cheios de terra ou o tempo se fechando sobre suas cabeças. Os Harts não escondiam mais suas emoções, nem dos outros, nem deles próprios. Quando Harry se despediu de Lee, ele agradeceu. Ele agradeceu por sua vida, sua felicidade e por seu menino.
Quando Eggsy disse adeus a seu pai, ele não chorava e sim sorria. O sorriso que ninguém havia visto, o sorriso que ele não dava desde o dia da morte de seu pai, um sorriso de alivio e felicidade genuína. Então ele acariciou a lápide, a aliança recém adquirida brilhando em seu dedo anelar, assim como seus olhos ao olhar para seu marido.
Depois das despedidas, os Harts saíram de mãos dadas, felicidade radiando e fazendo planos. Talvez, chamar Miss. Daisy e mamãe para um almoço...
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Five Times
FanfictionQuatro vezes em que Eggsy está triste ao visitar seu pai, e uma vez que não. fanfic 4+1,coisas que... Especial de dia dos pais.