Único

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- A próxima pergunta, é: "Brendon, você já pensou em como seria a Panic! At The Disco com os antigos membros?" - A apresentadora perguntou me olhando nos olhos. Parecia que ela também queria saber sobre o assunto.

Parei um pouco para pensar em uma resposta que fizesse sentido e respondi.

- Eu já pensei sim sobre isso. Eu não falo com eles faz um bom tempo, com Spencer eu falo lá de vez em quando mas, se fosse para trazer Ryan, Spencer e Jon de volta... - Olhei para o chão em um momento de pausa - Eu não pensaria duas vezes em ter os meus amigos e a verdadeira Panic! At The Disco de volta.

[...]

Ouvi batidas apressadas e impacientes na porta da minha casa. Não deveria ser Sarah porque ela sempre levava a chave e mesmo assim ela seria pegado a reserva que deixávamos atrás das plantas.

Andei até a porta curioso por saber quem era. A abri olhando para a pessoa que estava ali, parada na minha frente com uma guitarra em mãos e seu olhar parecia estar solitário e sem vida.

- Ryan...! - Sussurrei seu nome não acreditando no que via.

- Brendon... - Ele falou, sua voz estava fraca e vi lágrimas saindo de seus olhos - Nos precisamos conversar.

Movi o meu corpo para o lado esperando ele entrar, assim que ele o fez fechei a porta e olhei para seu rosto.

Era incrível por mais que Ryan ficasse mais velho, ele continuava sendo o mesmo de sempre. Sua fisionomia continuava a mesma, perfeitamente como eu lembrava. Os cabelos castanhos, seus olhos a noite escuros e ao dia um castanho esverdeado único, seus lábios continham o mesmo formato e continuavam parecendo convidativos e a barba estava por fazer.

- Pode falar... - Pedi

Percebi que ele carregava sua antiga guitarra, a verde-água. Quando ele a largou em um canto da parede e se virou para mim. Lágrimas saiam de seus olhos e desciam pela bochecha que ganhava uma coloração rosada.

- Me desculpa... - Ouvi ele sussurrar e fechar os olhos

- O que? Se desculpar pelo que Ryan? - Perguntei preocupado e me aproximando dele

Toquei na sua mão mas ele se afastou indo para o outro lado da sala.

- Eu explico primeiro e depois você me toca e fala o que você tiver que falar - Ele falou com a voz rouca.

Assenti mesmo sem entender o do porque ele não queria que eu o tocasse. Me sentei no sofá esperando ele começar a falar com o seu tempo necessário.

- A uma semana atrás eu... Quase tentei me matar

- VOCÊ O QUE? - Gritei espantado levantando do sofá

- Por favor, deixa eu falar Brendon. Depois você grita e me xingue o quanto for necessário - Me sentei de volta no sofá ao ouvir o tom bravo em sua voz.

- Tudo bem, continua... - Pedi sussurrando.

- Eu tentei me matar me jogando de um penhasco que tem aqui próximo em LA, mas eu não consegui. Não tive forçar para ao menos tentar me matar, na verdade... Eu não tenho forças nem para viver uma vida naturalmente - Ele olhou para a janela. Já era noite e as estrelas brilhavam como nunca - Você sabe o que é você olhar para fora e encarar a Lua sem lembrar de tudo o que passamos juntos? De tudo o que eu passei sem ter vocês por perto para me dizer que estava tudo bem?

Eu ouvia a suas palavras em silêncio. Uma vontade de chorar me atingiu em cheio

- Eu olhei a sua entrevista ontem de manhã quando vi que ela também se tratava de mim - Seu rosto se virou para mim - E eu percebi o quanto foi um idiota de deixar as pessoas que eu amava por um mero gosto musical.

Uma risada debochada saiu do fundo de sua garganta.

- Eu era um tolo, um adolescente sem juízo que perdeu o pai alcoólatra com 18 anos. EU ERA A PORRA DE UM ADOLESCENTE HIPÓCRITA QUE PENSAVA MAIS EM SI MESMO DO QUE NOS OUTROS - Ele gritou e eu levei um susto com tamanha raiva que ele havia colocado nessas palavras - Eu deixei a pessoa que eu amava, eu deixei um amigo de infância que naquelas horas difíceis precisava da minha ajuda, eu deixei tudo o que eu tinha para tentar recomeçar. E O QUE EU GANHEI COM ISSO? NADA, EU NÃO GANHEI PORRA NENHUMA

Lágrimas desesperadas desciam pelos olhos dele. Outro sorriso debochado foi ao seu rosto

- Eu era um merda...

- Não fale isso Ryan, você sabe que você não...

- Não tente mudar o rumo da situação Brendon... - Ele me interrompeu não me deixando terminar de falar o que eu queria - Quando você disse que não pensaria duas vezes em nos ter de volta... Eu percebi uma coisa

Ryan se moveu e sentou em uma poltrona na minha frente

- Eu percebi o quanto eu era feliz, o quanto eu não pensava em morrer o tempo inteiro, eu percebi que ao lado de vocês eu sou feliz, eu percebi que... - Ele me olhou sorrindo - Que eu vivia ali, que todos os meus medos e minhas inseguranças eram abandonadas e jogadas a puta que pariu toda vez que eu pisava naquele palco.

- Ryan..

- Shhh - Ele colocou um dedo em meus lábios - Eu não terminei... Eu percebi que apenas do seu lado, eu sou eu. Eu sou aquele Ryan emo de antigamente, aquele Ryan que dividia o microfone com você, aquele Ryan que sorria toda vez que ouvia o seu nome, aquele Ryan que te amava - Ryan se ajoelhou aos meus pés - Brendon, eu quero voltar para a Panic! Eu quero te reconquistar, quero ir a lugares com você que nunca fomos antes, eu quero você de volta para mim...

Soltei todas as lágrimas que eu tinha guardado por tanto tempo da minha vida. Eu não estava conseguindo acreditar no que Ryan estava me pedindo.

- Brendon, eu te amo! Por favor, deixa eu voltar a ser seu mais uma vez!

- Sim...

Nos beijamos com tamanha paixão que eu não estava ligando se Sarah abrisse aquela porta agora e nos visse assim. Eu havia acabado de me decidir.

Esse era o momento que eu iria ligar o botão do foda-se e mandar todos se foderem. Sigam a seguinte frase do John Lennon que eu procurei no Google a alguns dias atrás.

"Tudo pelo amor, e que se dane o mundo".

[...]

- Eu aprendi que... Você deve correr atrás dos seus sonhos e das pessoas que você ama... - Ryan falava em um microfone no final do nosso show - Mas se a pessoa te rejeitar ou te magoar... Simplesmente mande ela se foder, ela vai estar perdendo a pessoa incrível que vocês são, todos vocês - Assenti sorrindo. Peguei meu filho no colo e deitei minha cabeça no ombro de Ryan - Então, levantem essa cabeça e vão atrás daquilo que vocês sempre sonharam em realizar, não desistam dos seus sonhos porque uma hora ou outra ele vai aparecer na sua frente e você vai poder o agarrar com todas suas forças e ele irá se realizar.

Peguei o microfone da mão de Ryan e olhei para todas aquelas pessoas, cada um com uma vida diferente da outra mas parecendo tão iguais.

- Todos aqui tem uma vida, todos aqui já passaram por coisas difíceis na sua vida e ainda passam... Então eu só peço uma coisa a vocês - Sorri - Vivam o agora, não pensem no futuro ou no passado. Vivam enquanto ainda da tempo. Peças desculpas a quem você quer e gostar de estar ao lado, se aventure com segurança, não quero ninguém morrendo aqui - Nos rimos - Se libertem... E não esqueçam, se aquela pessoa que não gosta de vocês, ou coisa parecida, ela não precisa de você. Pois saiba que eu, Ryan, Spencer e Jon amamos cada um de vocês, muitos podem pensar que eu não eu posso saber que não existam mas, quem gosta de nos com carinho e amor, eu gosto do mesmo jeito...

Todos bateram palmas e eu joguei o microfone no chão. Segurei meu filho sentindo Ryan me abraçar. Spencer e Jon nos abraçaram também e ouvi meu filho começar a rir

Vivam gente, nem tudo na vida é uma disgraça igual a todos pensar ser, basta apenas vocês enxergarem o mundo com outros olhos

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Me deu essa ideia do nada, de criar uma fic Ryden assim, não me perguntem o porque

  Ah e imaginem o filho que vocês quiserem para Brendon e Ryan, ele foi adotado então com a cara dos dois que irá sair

A sutil arte de ligar o foda-se Onde histórias criam vida. Descubra agora