Beatrice
Quatro dias se passaram e eu estou surtando totalmente. Eu quero meu namorado de volta. Quero meu marrento, meu chato, meu insuportável. Eu quero ele de volta. O ruim é que eu não sei oque fazer, eu me sinto como num beco sem saída. Não tem como voltar com ele. Eu quero muito, mas não tem como. Sou orgulhosa demais pra isso e ele nem ao menos olha na minha cara. Bom, quer dizer, eu que sempre viro a cara, mas isso não vem ao caso. Não mesmo.
Eu to surtando com todos esses joguinhos, gincanas, e blá, blá, blá. Que merda. A pior coisa que fiz na vida até hoje foi vir pra esse maldito acampamento. Desde que eu pus meus pés aqui deu tudo errado.
Nossa, eu estou com medo. Muito, muito medo mesmo. Porque tipo, eu nunca me imaginei gostando de uma pessoa como eu gosto do Diego, e isso tá me deixando louca. Eu nunca soube lidar com saudades, eu entro num estado de pânico pensando que a pessoa vai sumir de vez da minha vida e as vezes até fico doente. Mas eu tinha aprendido a lidar com isso nos últimos tempos, mas agora não consigo mais. E saber que a culpa de tudo minha é única e exclusivamente minha só piora ainda mais as coisas. Porque eu não queria assumir a culpa, eu queria ser a vítima. Não que eu seja covarde, mas é que eu estraguei uma das melhores coisas da minha vida por um acesso de infantilidade. Eu não tive maturidade o suficiente para sentar e conversar feito uma pessoa normal. Não, eu fui logo pegando o estilingue e atirando as primeiras pedras. E olha, minha mira foi certeira porque o bichinho nem tá saindo do quarto. Me sinto mal por isso, mas ele também provoca! Tá certo, que acontecem mal entendidos, mas eu estava tão furiosa que nem pensei direito. E a ficha do que eu fiz caiu quase que instantaneamente, mas eu sou orgulhosa demais e não quis dar o braço a torcer. A Malu vive falando pra mim voltar atrás, ir conversa com ele, que tudo vai dar certo, mas eu não sei não. Ultimamente eu não sei de mais nada. Sabe, eu queria voltar a ser criança, quando a minha única preocupação era acordar cedo para ir pra escola.
Eu não sei oque está dando em mim. Eu quero meu marrento de volta. Ele me faz bem, quando eu estou do lado dele, é como se não existisse mais ninguém. É tipo, sai todo mundo do mundo, porque só ele é o suficiente pra mim. Mas eu vacilei e vou ter de aprender a conviver com isso. Mais fala sério, eu estou muito triste, e não é bem com ele. É comigo mesmo. A consciência pesa uma hora. E a minha tá pesada porque nem a culpa nele eu posso por. Nem falar que ele não foi homem eu posso falar. Porque a culpa foi minha.
Quer saber, ele é não é meu. Nunca vai ser, ele é dele, e eu não tenho que agir de maneira possessiva, mas sim de maneira normal. Com o meu jeitinho maluco mesmo. Porque se foi isso que cativou ele a princípio, é oque eu tinha que manter não é mesmo? E se eu cativa-lo, ele vai querer estar ao meu lado. Então, só agora, depois do fim, eu percebo. Ninguém é de ninguém. Sério. As pessoas estão ao seu lado porque gostam de você, não porque são suas...
-Oi...
Olho assustada na direção da voz e vejo Malu ali.
-Oi.-respondo em voz baixa.
-Como anda a vida?
-Indo.
-Qual foi Beatrice, vai ficar aí se remoendo agora? Sabe, eu me sinto mal por você. Porque eu estou aqui, toda feliz com o Allen, e você... Bem. Já sabe né.
-Sim, eu sei. Mas não precisa ficar assim não. Logo eu vou superar. Espero.
-Oque? Beatrice, quer dizer que você acha que não vai ter volta?
-Sim. Acho. Espero estar enganada, mas é oque eu acho.
Malu balançou a cabeça negativamente e suspirou.
-Simplesmente dê tempo ao tempo. Ele resolve tudo.
-Olha ela, me dando conselhos. Tudo bem, sabidinha.
-É oque minha mãe sempre me diz.
E com isso ela saiu do quarto. Não sei pra onde estava indo, mas espero que me deixe sozinha por um bom tempo. Não estou com pique pra conversa hoje.
Me levantei e me forcei a caminhar até a porta e olhar pra fora. A Malu estava a uns metros daqui, conversando com o Allen e com o Diego. O Diego olhou na direção da porta e me viu. Desviei o olhar voltei para dentro do quarto.
Eu quero meu marrento de volta. Mas eu estou com medo. Simples. Acho que ele ainda está bravo comigo, então é melhor eu sofrer em silêncio porque uma hora ou outra eu vou superar isso.
Simplesmente, me desculpem pela demora. Espero que tenham gostado. E não postei antes porque estava sem tempo, e eu perdi tudo que tinha no meu celular porque eu tive que reformatar ele. Bom, eu sei que o cap tá pequeno, mas é oque eu consegui, vou tentar fazer melhor no próximo.
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O marrentinho é meu falow?
Teen FictionBeatrice, dezessete anos, cabelo castanho, olhos verdes, linda. Não é patricinha, muito menos filhinha de papai. É direta e não leva desaforo pra casa. Diego, dezoito anos, cabelo preto, olhos castanho-esverdeado, lindo. Não mora com os pais (porqu...