Capitulo 4 - Conversa Civilizada

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Jensen Dark

Eu não sabia qual era a intenção daquela garota, mas provavelmente era me irritar. Acho que já haviam se passado mais de vinte e cinco minutos e ela não parava em nenhum lugar. Eu até tentei ir com ela em seu carro, mas assim que perguntei, ela não perdeu tempo em negar. Eu começava achar que conquistá-la seria muito difícil, porém não há nada que eu não consiga. Quando eu quero, eu consigo! E eu a quero e ela irá ser minha.

O fato era que eu já estava atrasado para meu trabalho, mas ainda sim continuava seguindo aquele jipe. As reuniões da parte desta manhã foram remarcadas para a tarde e eu já estava ciente do pandemônio que meu fim de dia teria, porém mais do que fazer novos acordos, eu queria aquela garota para mim, para o meu bel prazer, para que eu pudesse adestrá-la conforme minhas regras e normas a fim de torná-la mais sociável.

Aliviando-me um pouco de meu mal humor matutino, o jipe que eu seguia deu sinal que iria entrar no estacionamento de uma lanchonete, cujo letreiro em neon, apesar de ser apenas sete e quarenta e cinco da manhã brilhava reluzindo o nome “Pediu. Comeu.”. Samantha estacionou em uma vaga e desceu do carro. Eu, por outro lado não adentrei o estacionamento, mas igualmente a ela desci e fui ao seu encontro. Ela não me esperou e já foi logo entrando no estabelecimento. Eu tive que aumentar meu passo para conseguir alcançá-la. Quando cruzei as portas, ela já havia sentado em uma das mesas. Andei até ela e me sentei de frente para si. Ela mexia em uma coisa dentro de sua mochila, mas logo ela voltou sua atenção para mim.

No exato momento em que nossos olhares se encontraram, algo dentro de mim deu um solavanco. De repente eu senti que ela estava me enxergando por dentro, como se ela estivesse descobrindo meus segredos. O olhar dela era algo inquisidor, algo que ao mesmo tempo em que me capturava, também me afastava. Era uma coisa estranha, algo esquisito demais. Mas também havia algo escondido por trás de seu olhar tedioso sobre mim, algo escuro. O olhar dela é exatamente igual ao meu quando olho-me no espelho.

– Me chamou aqui pra ficar me olhando? – Ela questionou jogando seu corpo para trás num gesto que indicava exaustão.

– Eu quero conversar com você.

– Sou toda ouvidos. – Respondeu deixando bem claro para mim que não dava a menor importância para o assunto seja lá qual fosse.

– Bom dia. Em quem posso ajudá-los?

Olhando para cima, eu vi uma garçonete bastante sorridente com aparelho nos dente esperando por nossos pedidos.

– Me trás um café preto bem forte. – Samantha pediu.

– E o senhor? - A garçonete olhou para mim.

– Um suco de laranja. – Respondi.

– Mais alguma coisa? – A moça questionou. Tanto eu como Samantha balançamos a cabeça em negativa. A garçonete sorriu e nos deixou.

– Então, meu querido. – Samantha começou ironicamente. – Você vai falar ou vai me enviar mensagem telepaticamente? – Olhou-me esperando a resposta.

– Me desculpe, mas a garçonete me atrapalhou. Eu queria...

– Aqui estão seus pedidos. – A garçonete nos interrompeu novamente. Nossa. Aqui o serviço é rápido.

– Você queria... – Incentivou-me para que eu continuasse.

– Bem, eu queria saber como você está. Se você está sentindo alguma dor ou se precisa de alguma coisa.

Ela me avaliou e confesso que me senti um pouco desconfortável com esta situação.

– Estou bem. E não, não preciso de nada. - Ela bebericou um pouco de seu café.

Em hiatus - Bálsamo InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora