Capítulo 6

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- Olha o que temos aqui! Quatro Shakas, sendo-nos entregue numa bandeja. – disse um Shark

- Não me parece – repeli – Eu vejo, quatro Shakas prontos para uma.

- Três – susurrou-me Alysha

- Apanhem-nos e tragam-nos intactos. Ainda nos podem ser muito úteis.

- Não será assim tão fácil – contrariou Drew

- Vamos ver. Apanhem-nos, já! – ordenou

4 Horas antes

Anysha emitiu um assobio estranho, mas Drew reconheceu, e saiu detrás da árvore em que se escondia.

- Boa noite meninas - Drew não perdeu tempo a espalhar o seu charme.

Cumprimentou todas com um beijo, e quando chegou a minha vez, apenas olhou para mim, pelo que me meti em bicos de pés, e dei-lhe um beijo na face. Tudo isto causou uma certa tensão, pelo que comecei a andar, mesmo sem saber o caminho.

- Shayikelizinha, caminho errado. – gritou Drew

- Já te disse para não me chamares isso.

Combinámos que eu e Drew ficaríamos à frente, visto que éramos mais experientes a situações como estas, e Anysha ficaria no fim, pois tinha uma boa pontaria com a flecha. Obviamente, Alysha ficava no meio, pois não sabia lutar, nem disparar.

Eu carregava duas espadas nas costas, as que herdara do meu pai, e uma adaga em cada bota. Drew preferiu trazer apenas uma adaga, justificando que lutava melhor corpo a corpo. Anysha Trazia o seu arco e flecha, com as flechas embebidas em veneno de sapo venenoso.

Já caminhávamos na floresta da fortaleza por cerca de 30 minutos, quando finalmente parámos. O que significava, que havíamos chegado aos túneis.

- Chegamos – afirmou Drew, confirmando o meu raciocínio.

Bebemos água e descansámos por 5 minutos. A travessia aos túneis demoraria cerca de mais 20 minutos. Quando finalmente o tempo de descanso acabou, Drew abriu, com a chave roubada, uma árvore, e desceu umas escadas. Depois de alguns minutos reapareceu, afirmando que era seguro prosseguirmos para os túneis, e assim o fizemos.

Eram largos, para a minha felicidade, odiava estar em sítios apertados, por motivos do passado. Mas pude ver que havia vários túneis. Parecia um labirinto subterrâneo. Havia túneis por todo lado, mas aparentemente, o caminho era sempre em frente.

- Desculpa. – pediu Drew

- Vais passar a vida a desculpar-te? – sussurrei, imitando-o

- Queria pedir desculpa por não te ter cumprimentado, não sabia como estavas em relação a mim. Fiquei sem reação.

- Bom, espero que não fiques sem reação se o perigo nos vier cumprimentar. – repeli

Ele sorriu para mim, quase que um meio-riso, fazendo-me sorrir também.

- Terei isso em mente – prometeu

O resto do caminho foi feito em silêncio, novamente. Apenas alguns gritos provenientes de Alysha, devido a ratos. Até que finalmente encontrámos um portão de ferro enferrujado, no qual utilizámos mais uma vez, a chave roubada.

Pela primeira vez na minha vida, estava fora da Fortaleza. Sabia que era uma ação estúpida, mas ainda assim, olhei para o céu. Respirei o ar, várias vezes. E mesmo sem ver muito, olhei em volta. Não podia acreditar que estava fora da maldita fortaleza.

Lágrimas percorreram a minha face, morrendo nos meus lábios. Um sentimento novo fez-se notar em mim. Confusão, medo, felicidade? Não. Era a chamada liberdade. Aquela de que todos falam tão bem. À qual é suposto todos terem direito. No entanto, eu estivera presa toda a minha vida. Presa em mim própria, que por sua vez estava presa na estúpida fortaleza. Não podia acreditar no que sentia. Sabia tão bem, era maravilhoso. Sem dúvida alguma, o melhor sentimento de sempre!

- O que é que achas? Gostas do que vês, do que sentes? - Drew sussurrou-me ao ouvido, fazendo-me arrepiar

- Nunca experienciei nada assim, em toda a minha vida! É … é… não tenho palavras para descrever. Devo estar patética neste momento.

- Não, mas ficas mais bonita a sorrir. Devias experimentar mais vezes.

- Terei isso em mente – citei-o.

Depois de mais alguns minutos a respirar e observar completamente nada, prosseguimos o nosso caminho. Eu não conseguia ver muito, e todos os lugares a que passávamos pareciam exatamente iguais, mas Drew sabia o que fazia.

Depois de aproximadamente uma hora de caminhada e curtas pausas, Drew informou-nos que estávamos a 5 minutos da casa de Mahamumsha.

Automaticamente, comecei a suar das palmas das mãos. Estava tão nervosa. Não sabia o que esperar, ou se de facto, havia algo para esperar. Os Shuarkas apenas me tinham dito que devia procurar pelo olho que vê, nada mais. Tudo isto me deixou receosa. Talvez tivesse sido precipitado ter vindo. Nem sequer tive tempo de pensar, com tantos planos, e com o perigo constante. E agora, parecia que tudo me caía como um meteoro. Rápida e destrutoramente. Estava tão absorta nestes pensamentos, que quando vi a casa, estaquei no meu lugar.

As guardiãs dos 7 sharkasOnde histórias criam vida. Descubra agora