A cabeça dela doía, e parecia que tinha um deserto em sua boca. Sana franziu a testa, suas pálpebras estavam pesadas como seus membros, e levou um tempo pra ela voltar a funcionar novamente. Por um momento ela apenas permaneceu deitada, sem reação, e respirou. As engrenagens dentro de seu cérebro começaram a se mover lentamente, mas elas pareciam enferrujadas, como o resto de seu corpo.
Finalmente abrindo os olhos, Sana gemeu em desconforto com a tamanha claridade no quarto. As cortinas eram muito finas e permitiam a luz do sol transpassá-las, o que consequentemente era demais para seus sentidos. Ela inspirou de forma afiada e se virou – foi uma má ideia. O quarto rodou, e ela agarrou sua cabeça, grunhindo.
"Ai..." Apesar de sua condição, ela reconheceu algumas coisas – ou, reconheceu a falta de familiaridade. A essência em seu travesseiro, o macio de sua cama – simplesmente não estavam presentes.
Onde quer que estivesse, não era seu quarto.
Uma onda de pânico começou a crescer em seu peito, e Sana se forçou a olhar em volta. O quarto era limpo e bonito, algumas partes desarrumadas aqui e ali, mas no geral um lugar organizado. Tinham muitas fotos Polaroides jogadas pela porta aberta do armário, e alguns cactos descansando na janela. Ela conhecia esses detalhes de alguma forma, mas não conseguia se recordar de onde ela tinha visto isso antes.
Então alguém abriu a porta atrás dela e entrou no quarto. Sana se virou para o som, seus olhos ainda doíam, mas melhoravam gradativamente.
A imagem de Jihyo era imensamente um alívio.
"Jihyo-ah..." Sana sussurrou, sua garganta estava seca.
Jihyo sentou ao lado de Sana na cama e acariciou seu cabelo gentilmente. "Bom dia. Como está se sentindo?"
"Minha cabeça dói. E estou com sede."
"Aqui, beba." Jihyo agarrou algum remédio da escrivaninha e deu pra ela junto com um copo de água. Cada músculo no corpo de Sana doía, enquanto ela se sentava e não conseguia parar de reclamar. Ela teve ressacas antes, mas era raro que fosse assim tão ruim; ela costumava ter mais autocontrole que isso.
"Obrigada," Sana devolveu o copo e suspirou, esfregando seus olhos cansados. "Eu realmente me deixei levar ontem, não é?"
"Eu te disse pra ir devagar."
"Você disse?" Sana tentou relembrar a noite passada, mas absolutamente nada veio a mente. Ela lembrou chegar à festa com Jihyo, ter falado com algumas pessoas, e bebido um pouco. Qualquer outra coisa depois disso havia se apagado de seu cérebro. "Você provavelmente disse."
"Sim, eu disse." O tom de Jihyo era um mistério; não parecia que ela estava brava, mas ela não estava exatamente acolhedora também. Era fácil saber quando Jihyo estava chateada, mas esse não era o caso, agora. Além disso, ela soava desapontada.
Desapontar Jihyo era um dos piores sentimentos do mundo. Sana se sentiu terrível.
"Eu sinto muito," Ela murmurou humildemente, olhando para baixo como uma criança, que tinha levado uma bronca de sua mãe. "Eu provavelmente te dei bastante trabalho."
"Você deu, eu não vou mentir." Suas frases eram diretas e cortavam diretamente o coração de Sana.
"Eu fiz... algo ruim?" Sana não queria saber, mas ela precisava. Se ela machucou alguém, ela teria que consertar as coisas.
"...Sim," O rosto de Jihyo finalmente relaxou, e ela suspirou, voltando para o seu 'eu' normal. Se preocupando com suas amigas e tentando consertá-las – isso era familiar. Sana não sabia como sua amiga conseguia carregar as preocupações de todas assim; não era saudável. Porém, agora, ela não poderia fazer nada a respeito, ela só queria saber a dimensão da merda que havia feito. "Você apagou no meio da pista de dança e eu tive que te carregar de volta."
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We're a mess (let's finish what we started)
أدب الهواة"Então, começa assim: Cinco anos atrás todas se tornaram amigas, e elas perceberam que a razão de serem tão próximas não era apenas porque compartilhavam um amor gigante pela musica, animes e séries de TV horríveis, mas elas também compartilhavam ma...