4. Bônus - Sozinho com as crianças: Jason e Kate

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Eles se encaravam desconfiados. Por que ela tinha que ser tão teimosa? Jason suspirou resignado destampando a vasilha rosa, e sob o olhar da pequena pegou a colher.

— Vamos só experimentar — Jason disse, fazendo aviãozinho.

Charlotte fez carinha de queixa, coçando o rostinho.

— Eu sei que não é a mesma coisa, só temos que experimentar — ele pediu,  ao encarar os olhinhos lacrimejantes desistiu da papinha — Não conte nada a mamãe — Jason sussurrou ao colocar os flocos de milho sobre a cadeirinha.

Ele brincou, fazendo caretas para a criança que riu empolgada.

Kate encostou-se à porta da cozinha, tinha que agir mais uma vez como a cruel. Realmente não via nada de saboroso naquelas comidas para bebê, quem sabe a melhor opção fosse recorrer às receitas da mãe e da sogra. Meneou a cabeça, rindo de si, não era mãe de primeira viagem. Tivera uma longa batalha para realizar o sonho, e no final tudo valera a pena.

— Você acha mesmo que consegue? — Ela perguntou, mordendo o lábio inferior, enquanto o marido escondia a caixa de cereais.

— Ganhei aquele diploma do CPI (curso para pais inexperientes), podemos ficar sozinhos por algumas horas, amor.

—Uhum, e qual o plano?

Jason levantou-se, cruzando os braços. Era pai e conseguiria manter as crianças limpas e obedientes.

— Passeio no parque, ginástica e uma partida de basquete.

A pequena mexeu os bracinhos, soltando gritinhos e risadas assim que a mãe a colocou apoiada no quadril. Kate beijou-lhe o rostinho sujo de farelo, olhando para o esposo com suspeita.

— Deixei a agenda das crianças na porta da geladeira. Não esqueça a bolsa e mantenha os olhos na Mel, principalmente se levarem aquele filhote junto. Cuidado ao atravessar a rua e peça ajuda a Hope.

— Olhos de águias, meu amor — Jason retrucou dando uma piscadela.

— Excelente, volto à noite e juízo. Não deixe que a loirinha impertinente te estresse.

— Nenhum marmanjo se aproximará da minha filha — ele retrucou convicto.

— Meu pai dizia o mesmo e olha essa aliança aqui — ela brincou, beijando — Se eles não descerem em meia hora, chame-os novamente. Também deixei o número da babá caso precise.

— Confie em mim, amor. Iremos nos divertir muito — ele argumentou, pegando Charlie.

— Amo vocês — a loira disse, beijando a abdômen gordinho da filha.

Jason ergueu a filha, fazendo rir e mexer os braços e pernas. Sentia falta da época que os outros três tiveram essa idade, divertiam-se com suas brincadeiras, adoravam seu colo e abraços. Mas... Hope tornara-se uma adolescente regida pela tecnologia, por vezes estivera a ponto de jogar o iphone pela janela do carro. Ao menos Melody e John com seis anos gostavam de sua companhia.

— Vamos acordar seus irmãos ao nosso estilo — Jason disse sério e ela respondeu animada com sílabas sem nexo. Colocou-a na bolsa canguru e pegou o apito, após ter certeza que o protetor de ouvidos estava bem posicionado.

O barulho agudo e irritante fez com que Hope erguesse da cama, desnorteada, fitou o quarto escuro.

— De novo, não! — Ela gritou furiosa.

Antecedentes das confusões da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora