Made in Hawaii

III - Alexia

O final de semana havia passado com um piscar de olhos, mas foi bem aproveitado. A praia de Waikiki era magnífica, mas a piscina do Hotel não ficava para trás. Sempre quando voltava da praia no final da tarde ia direto para lá.

Minha mãe sempre me contava sobre o Havaí. A paz que esse lugar tinha, a beleza das pessoas, as praias, os animais. Eu poderia até afirmar que era tudo verdade, mas como comprovar se minha rotina é Hotel, praia e piscina? Eu deveria tentar algo novo. Mas o que?

Surfar? Eu não consigo subir em uma prancha e não sou uma boa nadadora. Snorkel? Eu tenho nervoso de animais marinhos e, mais uma vez, não sou uma boa nadadora. Eu precisava de ideias que usasse minhas pernas ­­- fora do mar especificamente. Mamãe amava trilhas. Mas aqui eu estou sozinha. E isso é uma ilha com animais e perigos de verdade, fora que estou completamente sozinha.

Depois de tanto refletir, decidi que queria tentar stand up. É questão de equilíbrio, paz interna e eu não iria tão longe da areia. Então depois do café da manhã desci para a praia na tentativa de achar algum lugar onde eu pudesse alugar prancha de stand up. Assim que achei, fui em direção ao mar – que por sua vez, a água estava muito gelada.

No começo eu não conseguia ficar em pé na prancha, mas depois de tentar mil e uma vez – e com a ajuda de uma técnica para equilíbrio – eu finalmente consegui. Remei e remei até cansar. Com meus braços já exaustos, decidi deitar um pouco. E em poucos minutos me arrependi amargamente dessa decisão. Um jet-ski passou perto o bastante para que uma onda me fizesse cair da prancha. No instante em que meu corpo ficou submerso na água, o pavor veio ao meu encontro, me fazendo engolir litros de água. Onde eu estava, o mar não era tão profundo, mas estava completamente apavorada e isso fez pensar que iria morrer ali.

Foi então que parei de tentar voltar para a superfície. Minhas pálpebras aos poucos se fechavam e de repente senti alguém me puxando pelo braço.