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Nova história, nova vida. Ah, desculpem-me! esqueci de me apresentar! Eu sou a Nancy e tenho 19 anos. Estou no meu segundo ano da faculdade e tenho meu próprio apartamento.

Vocês conhecem aqueles prédios que mostram em filmes de terror?! Pois é, o meu é nesse estilo. Às vezes, tenho medo de ir do meu apartamento até o elevador.

As luzes ficam piscando, e a escada é assustadora. Tenho medo de descer um andar e ter um demônio me esperando para roubar minha alma ou algo assim.

E o pior é quando acaba a força. Eu corro para o térreo (usando as escadas, óbvio.) e fico lá até a luz voltar, ou dou uma volta pela vizinhança.

Minha vizinhança é bem sombria. Eu sinto que quando saio na rua, as pessoas ficam me encarando, ou melhor, encarando o meu pescoço...mas isso não passa de impressão, espero.

As pessoas não gostam de sair e são pálidas. Eu sinto como se fosse a única normal de lá.

Nos filmes, as meninas com 19 anos moram em casas lindas, e com uma vizinhança simpática. E ainda por cima, com caras lindos nela.

A minha só tem casas cinzas, e com pessoas que parecem vampiros. E sem caras lindos, apenas adultos emburrados e idosos antipáticos.

Ahhh, como eu queria que minha vida fosse um filme. Nancy, concentre-se! Ainda tem que ir à faculdade.

Abri a porta do meu apartamento e corri o mais rápido que pude até o elevador. Apertei o botão para que este chegasse ao meu andar.

Durante uns 2 minutos, fiquei olhando para trás para ver se havia um espírito me esperando no escuro.

A porta do elevador abriu e entrei sem olhar para a frente. Então, percebi que algo estava me impedindo de entrar, e me concentrei para poder enxergar o que era.

Um alto garoto está me segurando, como se ele fosse uma barreira, com apenas uma mão.

Ele olhou para mim com um olhar sério e antipático.

Nancy: desculpe-me! E-eu...

Antes que pudesse terminar a fala, o garoto passa por mim e abre a porta de um apartamento que estava vazio desde que cheguei a morar nesse prédio.

Entrei no elevador antes que a porta do mesmo fechasse. Que garoto estranho. Será que ele é igual a todos dessa vizinhança?

Não sei porquê, mas tem algo nele que me intriga. Melhor descobrir depois que chegar da faculdade.

                           * * *

Cheguei no meu prédio depois de um dia cansativo de aula. Abri a minha bolsa a procura de minhas chaves.

Passou dois minutos e nada de encontrar minha chave de casa. Agora sim, eu quero morrer.

Toquei o interfone e na mesma hora, uma voz monótona falou.

Porteiro: em qual apartamento você vai?

Nancy: então...eu sou uma moradora deste prédio, mas eu perdi minhas chaves!

Porteiro: tem como provar isso?

Nancy: sim, meu nome é Nancy Bloom!

Porteiro: não encontrei nenhuma Nancy Bloom.

Nancy: COMO NÃO?!

As pessoas que estavam passando por ali me olharam imediatamente, como se estivessem me sondando.

Me encostei no portão e suspirei, com a mão na cabeça. De repente, o porteiro fala pelo interfone.

Porteiro: pode entrar, liberaram para você.

Entrei correndo, antes que ele mudasse de ideia.

Vi uma pessoa sair da sala onde o porteiro fica e ir para as sombras feitas por causa da luz fraca.

Nancy: ei, foi você que me liberou para poder entrar no prédio?

???: sim...

A pessoa falou com uma voz fraca como um sussurro, mas clara o bastante para que eu pudesse ouvir.

Nancy: obrigada, mas quem é você?

A pessoa não me respondeu. Mas...como minha curiosidade é maior e mais forte que minha falta de vergonha na cara, eu o puxei pelo braço para o feixe de luz que vinha de uma lâmpada fraca que há no corredor de entrada.

Olhei para cima para que pudesse ver seu rosto.

Continua...

Até a próxima bbs
Bezus :D

O Garoto Do Sétimo AndarOnde histórias criam vida. Descubra agora