Capítulo: 7 - O passo a trás que não pode ser dado

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Por Cait ...

Existem momentos em que você apenas entende as coisas. Esse era o meu momento. Eu estava apavorada. Eu tinha tanto medo que simplesmente não deixei ninguém entrar. Nunca! Era como se eu tivesse essa capa protetora invisível que afastava o mundo de mim. E quando alguém tentava transpor essa parede eu simplesmente não sabia como agir. Era como se fosse bom viver dentro de minhas fantasias e como se a realidade me afogasse. "Você não parece sentir medo quando está comigo." Dizem que reconhecer o "problema" faz parte do processo de cura. Mas a própria cura é um processo. A gente não muda de uma hora para a outra, a gente não aprende a se entregar de uma hora para a outra. Leva tempo. Requer novos erros e novas maneiras de se reconectar com a cura buscada inicialmente. "Porque eu sentiria medo? Não somos um casal." Querendo ou não os abandonos fazem parte do que você é, eles não te definem mas estão lá servindo de barreira para a próxima vez que você cometer o mesmo erro. Não tem jeito. Por mais que a gente não queira o que nos marcou está sempre presente. Todas as vezes que te usaram pra causar ciúmes em alguém, todas as vezes que expuseram falhas que você ainda não sabia como consertar, todas as vezes que traíram sua confiança. Cada um desses tijolos forma um muro e é preciso aprender a quebrá-lo para seguir adiante. Não é fácil, mas é possível. "Eu não preciso que seja fácil, eu preciso que seja possível." É como se você estivesse nua, só que emocionalmente. E se já é difícil para algumas pessoas estarem realmente nuas diante dos outros, imagine emocionalmente. "Saia desse lugar de onde você se esconde e voe!" Contudo, manter-se escondido em si é atraente. Fantasias não machucam, não te levam as lágrimas, não fazem com que confrontemos nosso eu. Somente a realidade faz isso. Somente ela nos impulsiona a buscar novos horizontes, sejam eles dolorosos ou não. Mas somos, verdadeiramente, capazes de perdoar aqueles que nos feriram? Essa ferida se cura? Ou vivemos na, eterna, sombra de uma ferida aberta? O que eu sei é que eu jamais perdoaria uma traição, mesmo que eu amasse muito a pessoa. Porque a quebra de confiança volta, como um fantasma, para te assombrar. São as coisas que você deixa passar por um tempo e então, um dia, explodem na sua cara. As frases que você se policia para não dizer mas que, no fim, são as únicas que você possui. "Mas eu fiz isso por você!" E são, essas palavras que voltam na hora da raiva. Aquilo que você deveria ter dito no começo mas a coragem lhe faltou. A verdadeira cura ou a ruína de algo que parecia para sempre. Coisas que poderiam ser boas mas que se tornam armas. "Você me traiu e partiu o meu coração." Você não quer ser má porém, talvez, isso seja somente o que te resta. E você usa. E depois se arrepende. Mas os arrependimentos não vivem disso? Do que não deveria ser dito, do que não deveria ser feito. Ele não teria sentido se não tivéssemos algo pelo qual nos arrependemos. Os únicos problemas são: o arrependimento tem sentido porque sempre metemos os pés pelas mãos e nada, não importa o quanto você se esforce, volta a ser como antes.

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Cait: Por que eu estou semi nua na sua cama? O que a gente fez? (perguntou rapidamente e ele levou alguns minutos para processar as perguntas feitas)

Sam: Não aconteceu nada. Eu só te trouxe porque você não acordou. (sentou na cama enquanto a olhava com receio)

Cait: (levantou-se da cama catando suas coisas) Nunca mais me traga aqui! E não há nada que você possa fazer para que te perdoe. (saiu do quarto, deixando o homem para trás. Por mais que ele fosse uma outra versão de si mesmo, certos erros não serão esquecidos. Trair Cait era, de longe, a coisa com a qual ele mais se arrependia porém era algo incapaz de ser desfeito e não havia outra maneira ... somente lidar com as consequências. Talvez um dia ela fosse capaz de perdoá-lo e conseguissem ser, novamente, parte da vida um do outro, mas esse dia ainda parecia tão distante e impossível.)

Sam: (ele queria ir atrás dela porém diria o quê? Que sentia muito? Essa frase realmente alivia algo? Ele achava que não)

Cait deixou o apartamento pouco tempo depois. Maldizendo o destino que colocara o homem que mais amou em seu caminho novamente. Maldisse o filme, a proximidade dele com Sophie. Maldisse, inclusive, a terrível ideia de aceitar a sua ajuda. Não se permitiria cair em seu charme novamente. Não poderia. Seu coração não se recuperaria desta vez. Talvez, ele estivesse realmente se sentindo culpado por tudo que lhe fizera no passado. Contudo, confiar era algo que ela não pretendia voltar a fazer. Não nele, não com ele. Já era duro aceitar que tudo o que ela viveu a seu lado, fora somente uma ilusão. E essa ilusão doía como a realidade.

"Você está indo embora. É hora de se despedir. Estou desesperado mas sabíamos que este momento um dia chegaria. E agora, se torna mais assustador do que jamais será."

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Sophie: (ao ouvir a porta da frente abrir) Mamãe, você voltou!

Cait: Precisamos conversar.

Sophie: Você está com aquela cara que a gente faz quando o Papai Noel esquece o nosso presente.

Cait: Eu vou contratar uma babá e você não voltará mais ao set. Fui clara?

Sophie: Mas aí eu não vou ver mais o tio Sam.

Cait: Sophie, ele não é seu tio, ele não é seu amigo. E é exatamente por isso que você não voltará mais ao set. Não te quero perto do Sam.

Sophie: Mas ...

Cait: Sem mas.

Sophie: Por que você sempre faz isso? Você afastou o papai e agora quer afastar o tio Sam. Eu te odeio e espero que você morra. (saiu correndo, Cait bufou. Um dia ela teria idade o suficiente para entender que sua mãe não era a vilã da história. Na verdade não haviam vilões, afinal, a vida não se prende aos contos infantis. Eram apenas pessoas que erravam e machucavam outras pessoas estando conscientes ou não)

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Oi, gente. Tudo bem? Tô postando mais um capítulo. Na semana que vem posto mais um. Beijos e até.

O trailer do meu suposto amorWhere stories live. Discover now