Prólogo

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Los Angeles, meados de Novembro – 2017.

Disfarçar estava sendo algo que Hailee Steinfeld não conseguia fazer naquele momento: seu olhar estava na direção de um alguém em particular. Claro, o local estava lotado de pessoas como ela, celebridades, afinal, aquela era mais uma premiação do mundo da musica, e diferente de premiações como o Oscar, por exemplo, aquele lugar estava muito agitado. Ainda assim, seu olhar estava na direção de um alguém em particular, e por alguma razão, aquilo lhe causava frio na barriga: a típica sensação que remetia o nervoso ao ver um alguém especial.

Ela passara por algumas pessoas, as cumprimentara, tirara algumas fotos, porém, chegara aonde chegara e simplesmente parara. Chegou até mesmo a usar sua típica técnica para disfarce como mexer ao celular – atualizara as redes sociais, mas, ainda assim, não conseguira controlar aquilo que lhe acontecia naquele momento.

Steinfeld não se lembrava de quando foi à última vez que alguém a fizera se sentir como estava se sentindo: era uma boa sensação, embora a assustasse e não a fizesse se mover do lugar; era uma boa sensação, embora naquele instante tivesse de desviar seu olhar e forçar-se a focar na tela de seu celular.

Então, uma sombra a atingiu indicando que alguém havia se aproximado; provavelmente mais algum outro artista a fim de cumprimenta-la ou algo do tipo. Contudo, ao erguer o rosto, seus olhos foram fitados por um par de olhos claros que a fizera sentir arrepios em sua espinha: sua boca ficara ligeiramente seca e por um segundo sentira-se como um alguém estúpido. Mas, em meio a todos aqueles outros artistas, ele estava lá, Niall Horan. Ele estava lá e ele estava falando com ela agora.

E ela ainda estava agindo como um alguém estúpido.

- Ei, você – Ele disse com seu sorriso aberto, simpático, bonito, extremamente bonito; o sotaque irlandês sendo mais um dos atributos que fizera com que a moça ficasse tímida, um tanto quanto vermelha até.

- Acho que não nos conhecemos. Digo, pessoalmente – Ele continuou falando com seu sorriso fixo, como se não conseguisse tirá-lo dos lábios. Com as mãos no bolso de sua calça social, era fácil admirá-lo, sem esforço algum, foi o que Hailee pensou quando subiu seu olhar, de baixo para cima, encontrando os olhos dele ao fim e sem muito pensar, disparando:

- Eu sei quem você é.

A reação de Niall ao arquear a sobrancelha fez com que a moça se apressasse e rapidamente consertasse sua postura, pois, ela jurou ter agido de forma rude.

Mas é claro que Hailee não havia sido rude.

- Quis dizer que... Você é Niall Horan. Claro. Niall Horan.

- Niall Horan, bom, esse é o meu nome – Ele disse num riso.

- Hailee – Ela estendeu à mão para ele, um sorriso tímido nos lábios surgiu quando o próprio levou sua mão à dela, segurando-a de volta, e mantendo-as assim. – Mas pode me chamar de Hails. Ou Hailee. Ou...

- Hails me parece ok. E, você, me chame de Niall. Só Niall.

- Só Niall – Ela repetiu as últimas palavras, seu olhar ainda preso ao dele, e o brilho que emanava dele para ela, de alguma forma, deixava-a sem ar, ou algo parecido àquilo. O silêncio veio a se instalar entre eles, e por alguma razão não haviam percebido. E também não haviam percebido que suas mãos continuavam seguras uma pela outra, até que Hailee as afastou, e Niall pigarreou em forma de tentar criar um disfarce. Então, ele brincou com o que foi dito por ela por último, dizendo:

- A não ser que você seja como aquelas pessoas que gostam de chamar outras pelo sobrenome. Você sabe, Horan, Steinfeld. Algo como isso.

- Hum... Não – Ela negou com um movimento de cabeça junto a um riso; seu nervoso aos poucos parecia estar a deixando de lado. – Talvez você possa ter um segundo nome? Eu o chamaria por estes.

- Ninguém nunca me chama de Niall James.

- Niall James? Esse é o seu segundo nome?

- Você não sabia? Oh. Devo admitir, estou surpreso.

Hailee abaixou seu olhar ao sentir suas bochechas esquentarem, e Niall parou seu riso, pois, de alguma forma, sentiu que a constrangera com algo que soou como uma brincadeira de seus lábios, puro e ingênuo até. Por isso, ele pigarreou outra vez, escondeu os dedos nervosos nos bolsos de sua calça, e falou numa voz um tanto quanto sem jeito algo que pareceu deixá-la surpresa:

- É um prazer finalmente conhecê-la.

- É? – Ela meio que gaguejou, e apressou-se em dizer:

- Quero dizer, é um prazer conhecê-lo também. Tenho ouvido sobre você. Digo, sua musica. É realmente muito boa. Você parece estar tendo um momento incrível em sua nova, fase, não é?

Por alguma razão a forma como a moça falava as palavras para o rapaz, aquilo, os detalhes envoltos naquela conversa simples, tudo isso o fazia sentir algo bom. Algo como se, diante dela, pudesse ser ele mesmo que daquele jeito ela o compreenderia de alguma maneira. Então, seu meio de resposta para muitas das palavras ditas por ela a partir daquele primeiro contato foram respostas seguidas de risos e sorrisos. E todos estes, sinceros. E ele via o mesmo dela para ele, e nada poderia deixá-lo mais bem à vontade, como aquilo que ali acontecia. No entanto, eles não sabiam que aquele seria o primeiro de muitos momentos como aquele, mesmo que suas carreiras fossem deixá-los separados, mesmo que houvesse um mundo aparte, aquele era o primeiro de momentos de muitos que estavam ainda por vir.

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