[CONCLUÍDA] Após a morte do filho, Jonas decide ir até as últimas consequências para mudar a forma como a sociedade enxerga a homossexualidade - mesmo que para isso tenha que lutar contra cada homofóbico que apareça pelo caminho.
1° Lugar no concur...
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Conheça a história de Itaberli Lozano, de 17 anos. Em 2016, o rapaz foi morto pela própria mãe por ser gay. O padrasto disse que estava dormindo quando o crime aconteceu e Tatiana Ferreira Lozano Pereira — vou colocar o nome completo dela aqui, para que ninguém se esqueça — fez uma emboscada junto de outros jovens para capturar o filho e mata-lo com uma facada na garganta.
Sei que parece pesado, mas é importante falar sobre isso. Não podemos nos esquecer que vivemos em um sistema corrompido e, sendo assim, nada aqui acontece sem um motivo.
Após o crime, o padrasto relatou ter acordado e se deparado com o corpo da vítima e a algoz. Ele confessou que ajudou a esposa a se livrar do corpo, arrastou Itaberli até um canavial, onde ele foi encontrado carbonizado em 7 de janeiro de 2017.
No fim, Tatiana e o marido seriam presos. Mas o padrasto foi liberado pouco depois, por não ter sido o autor do crime. *
Entendem onde quero chegar com isso? Podemos fechar nossos olhos e deixar que algo ruim aconteça com um homossexual sem sermos punidos. A sociedade não se importa com a vida de um gay, então desde que você não seja o autor do crime, pode até ajudar a esconder e queimar um corpo LGBT, que não haverá punição.
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— Podemos jogá-lo no mar – falei, apoiando a cabeça no banco do passageiro enquanto Judith dirigia pela autoestrada.
— Não temos um barco ou uma lancha para irmos até um ponto em que o corpo não volte para a praia – lembrou Judith, trocando de faixa devagar e sinalizando que iria pegar a próxima saída à direita.
— Vi um episódio de Dexter em que ele ensinava um cara a se livrar de corpos colocando-os embaixo de caixões no cemitério. Assim a família enterrava dois defuntos sem ninguém saber.
— Não é assim que cemitérios funcionam, Jonas – ela suspirou, parecia distante. – Acho que vou parar para abastecer, tudo bem?
— Sim, tudo ótimo.
Sei que as coisas entre nós estavam mais complicadas do que nunca, mas estava gostando de viajar com ela. Aquilo lembrava os velhos tempos, quando íamos passar férias em Salvador e pegávamos estrada em um fusca verde-limão caindo aos pedaços. Pelo que me lembro, costumávamos passar belíssimas horas juntos, mas nenhuma viagem jamais contou com um cadáver no bagageiro.
