Dois empregos.

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Assim que saio da empresa, pego o metrô até a lanchonete da dona Beth. Quando entro no local sinto o mesmo cheiro de gordura e desinfetante de antes, a lanchonete até que é arrumadinha e bonita. Nas cores laranja e branco, tem bastante movimento os lanches são uma delícia e bem em conta. Foi por causa desse trabalho que me viciei em hambúrguer, eu gastava toda a minha grana com lanches, tínhamos direito a comer um lanche no dia o mais barato claro. Então era por isso que gastava quase toda a minha grana aqui.

— Júlia, como está linda. — Beth diz e me dá um abraço, eu gostava tanto dela e foi por esse motivo que aceitei ajudá-la pois se fosse pelo ridículo do filho dela eu não estaria aqui nem a pau.

— Muito obrigada. Agora vou me trocar e já volto. — Vou pro pequeno banheiro de funcionários e boto o uniforme. Calça jeans, blusa branca com uns detalhes laranja e boné branco.

— Julinha, que saudades. — E essa é a louca da sobrinha da Beth, ela tem 25 anos mas se veste como se tivesse 16, cabelo rosa preso em maria chiquinha, maquiagem nem um pouco discreta, mas ela é super gente boa.

— Avril Lavigne, linda como sempre. — Digo e ela da risada, pelo apelido que dei a ela.

— Júlia, aqui está. Glória, vamos trabalhar e para de bajular a sua colega. — Túlio ranzinza diz, o mesmo idiota que me demitiu por mensagem. Pego um bloco de notas e uma caneta que ele me entrega.

— Ai você é tão grosso. — Glória diz e volta pro caixa.

Começo meu turno com um sorriso no rosto, falo com alguns clientes que já conhecia.

O tempo na lanchonete passa rapidinho, pois como é sexta-feira o local está lotado e assim não paro um minuto.

— Boa noite senhorita Carter. — Olho surpresa pro motorista de Ferraz, será que o homem também está aqui? Olho em volta e mordo o lábio nervosamente.

— Boa noite, o que você deseja?

— Me dê um desses duplos por favor e um milk shake de morango. — Anoto tudo no bloco e mando o pedido para cozinha.

•••

Conrado narrando.

— Pai, é impossível eu voltar pra Itália neste momento. — Digo com impaciência. Olho pro tempo chuvoso através das janelas do meu quarto de hotel no centro de Madri.

— Mas ela está impossível, está deixando sua mãe de cabelo em pé. A menina só respeita você, trate de trazer seu traseiro pra cá. — Minha sobrinha é realmente impossível, tem 10 anos e deixa qualquer um doente com seus ataques de criança mimada.

— Me deixe falar com ela. — Digo entre dentes e passo a mão pelo cabelo.

— Tio?  

— Giordana, o que diabos você está fazendo pros seus avós precisarem me ligar e implorar para eu ir até aí?

— Eu não fiz nada, eles que são uns chatos.

— Olhe como se refere a eles, trate de respeita-los. Quando eu voltar vamos ter uma séria conversa. — Meu telefone apita avisando outra chamada.

— Ok, tchau. — Ela passa o telefone pro meu pai e eu peço para que ele espere e atendo a outra chamada.

— Sim Charles. — Digo, é meu motorista.

— Senhor Ferraz? Então… eu encontrei a senhorita Carter e acho que o senhor não vai gostar de saber onde. — Me sento em uma poltrona e olho o relógio, são 18h onde Júlia estaria?

Meu querido e sexy, CEO.Onde histórias criam vida. Descubra agora