Melbourn, Austrália
Fevereiro ano atualA garota caminhava calmamente pelo corredor repleto de armários e portas, analisando cada detalhe do local. O chão estava impecável, limpo como de costume. As faxineiras faziam um ótimo trabalho toda noite, para que tudo estivesse em perfeita ordem pela manhã.
O que não era normal, era a ausência de inúmeros alunos perambulando por esse mesmo corredor.
Ela checou o horário no seu relógio de pulso, poderia estar atrasado? Então tirou o celular do bolso do blazer, ligando a tela viu exatamente a mesma hora. Algo não estava certo, onde estavam todos?Se distraiu se perguntando o porquê de sua mochila estar tão pesada e concluiu que deveria arranjar um armário em breve, caso não quisesse ficar com a coluna torta devido ao peso dos livros que carregava.
"Os livros pesam tanto porque neles está contido o conhecimento..." lembrou do que seu pai uma vez dissera, ele que sempre fora inteligente, racional e calculista. Ele era o oposto da mãe da menina, essa por sua vez fazia parecer que lhe faltavam alguns neurônios quando agia de modo totalmente impulsivo e por via das vezes imprudente.
Talvez sua mãe fosse assim porque era de uma família rica e fora acostuma a sempre ter o que quisesse, por esse mesmo motivo também há quem diga que seu pai não se casou por amor.Assim que ela virou no corredor à direita, se deparou com algo um tanto quanto incomun. Sabia que muitos alunos tomavam café da manhã na cantina da escola, mas aquilo era diferente. Não havia absolutamente ninguém nos corredores, e o motivo para isso é porque todos estavam ali.
A maioria em pé, estáticos enquanto olhavam atentamente para um lugar em específico. O resto, sentados distribuídamente pelas mesas dispostas no local e não possuiam feições muito diferentes dos que estavam em pé.Ela observou a situação de longe, não se envolver em nenhum tipo de confusão sempre foi a mais plausível das opções para ela. Principalmente quando no meio da confusão, a atenção era chamada por garotos.
No seu ponto de vista aquele era apenas mais um caso de jovens mimados que se acham no direito de fazer o que quiserem sem que ninguém questione. O que realmente era pior e a fazia perder a fé na humanidade é que eles estavam certos.
Há três dias que tinha ingressado naquela instutuição e já ouvira sobre isso, mas presenciar a cena foi de fato desagradável ao seus olhos. Sabia exatamente quem eram e como agiam aqueles cujo os nomes eram conhecidos muito além dos portões daquela escola.Diante dela e vários outros alunos que ali estavam, assistia-se um garoto ser segurado pelo colarinho do blazer do uniforme escolar, sua face transmitia medo e seus lábios tremiam um pouco, já quem o prendia estava furioso. Isso era visível pela raiva que emanava de seus olhos escuros, e este cuspiu as palavras com os dentes cerrados:
— O que foi que disse?
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Fictícia Inocuidade
FanfictionEla mudou de escola, ele... de país. Em meio a problemas, diferenças e acontecimentos estranhos, as máscaras irão cair e revelar verdades que o farão desejar ter continuado do jeito em que estava.