O Diário Da Refém

Súbita, corajosa e insana

Emma andava de um lado para o outro pela casa, havia tirado suas luvas para comer e as guardado perto das sacolas com as compras que Killian havia feito e depois do homem fazer uma bagunça com elas, a loira não conseguia encontrá-las. Arrastava os poucos móveis para ver se estavam em baixo deles, mas não estavam. Pensou em chamar por Killian que estava de costas para ela, mas lembrou-se de Regina, então pegou uma panela que estava próxima a sua mão e a jogou em Killian, que por sorte tinha se virado e segundos antes de ser atingido, desviou fazendo o objeto colidir com a parede. O homem movimentou os lábios em uma frase muda que foi imediatamente compreendida por Emma.

- Mas que porra, Swan! - Uma das coisas que puderam aprender com maestria, leitura labial. Abriu os braços e a olhou confuso. Emma levantou as mãos as virando na altura de seu rosto e Killian notou a ausência das luvas. O homem levantou os ombros e abriu as mãos, querendo dizer que não sabia onde estavam. A loira bufou. Olhou para a porta do quarto e se aproximou para tentar ouvir algum som, tudo estava em silêncio. Imaginou que Regina estivesse dormindo, mas por precaução, colocou a máscara.

Ao ouvir a porta ser destrancada, Regina respirou fundo e esperou. Ainda estava sentada na mesma posição, mas já estava mais calma. Seu olhar era triste e cansado, e seus cabelos caindo em seu rosto já não a incomodavam tanto.

Killian colocou a sua máscara e caminhou até Emma que abriu a porta e surpreendeu-se ao ver que Regina estava acordada. Não esperava que a morena estivesse dormindo tranquilamente, mas deveria estar cansada.

Entrou no quarto e a observou por alguns segundos antes de olhar para o lado e ver que as coisas que havia deixado ali, ainda estavam em cima da mesa. Entre elas, havia um travesseiro e um cobertor, que Emma pegou e cautelosamente, levou até Regina. Colocou o travesseiro na cama e estendeu o braço que segurava o cobertor, na direção da morena, para que ela mesma o pegasse. A loira não precisava fazer isso, mas queria que Regina ficasse mais calma em sua presença, porque ela não pretendia machucá-la.

Regina olhou para o cobertor e hesitou por alguns segundos antes de decidir pegá-lo. Aquele lugar, por algum motivo desconhecido pela morena, era muito frio. Sua mão tocou o objeto e quando Emma o soltou, Regina notou que as luvas pretas não estavam mais lá. A morena se distraiu com aquela imagem e ao perceber para onde estava direcionado o seu olhar, Emma escondeu as mãos discretamente. Mas aqueles segundos foram o suficiente para Regina notar que eram mãos femininas.

A loira deu alguns passos até a mesa e apontou para os objetos que ainda estavam lá, objetos de higiene pessoal. Regina não havia notado, na verdade, mal havia olhado para aquela mesa depois que acordou. Mas quando viu do que se tratava, agradeceu mentalmente àquela pessoa com trajes assustadores e mãos tão delicadas. A morena balançou a cabeça positivamente devagar como se quisesse dizer que havia entendido o recado e Emma dirigiu-se até a porta saindo do quarto e sendo seguida por Killian, a trancou e tirou a máscara respirando fundo. Olhou para as próprias mãos e se perguntou se o fato de Regina tê-las visto, lhe causaria problemas. Sentiu suas pálpebras pesarem, e caminhou até a poltrona pegando um caderno pequeno e uma caneta. "Se importa se eu dormir?" Foi o que a loira escreveu antes de levantar o caderno para que Killian pudesse ler, o homem balançou a cabeça negativamente e Emma gesticulou em agradecimento. Deitou-se no sofá, arrumando o travesseiro para que se encaixasse melhor a sua posição e cobriu-se, fechando os olhos em seguida. Não demorou muito para que estivesse dormindo. Já era madrugada e a loira não dormia a quase vinte e quatro horas, estava cansada e entediada.

Já estava amanhecendo quando Ruby e Graham chegaram, Emma havia acabado de acordar e Killian estava quase dormindo sentado. Regina ouvia o barulho dos carros e cobria os ouvidos com as mãos, estava sentada na mesma posição que ficava quando estava assustada. Mas dessa vez, além de medo, a morena sentia raiva.