Tudo sempre foi meio estranho na minha vida, eu tenho que confessar, nunca foi normal, talvez isso me assustasse um pouco, ninguém era igual a mim, tanto na aparência, onde todos tinham cabelos parecidos, ou até mesmo iguais, cortados bem curtos e de cores como castanho ou até mesmo preto, as vezes até aparecia um loiro ali pelo orfanato, mas, jamais alguma pessoa apareceu ali que era parecida comigo, com aqueles cabelos vermelhos alaranjados, nunca vi alguém parecido comigo.
Não só na aparência como também no jeito de ser, todas as crianças do orfanato sempre foram totalmente diferentes de mim, todas tinham seus jeitos e suas manias, mas, todos eram diferentes de mim, eu sempre senti isso, mas, nunca soube a razão de todos esses sentimentos, talvez seja por que eu tenho o cabelo diferente, ou também pode ser por que eu não tenho amigo.
Teve uma vez que eu cai e me cortei, e ralei o meu joelho, pra outras crianças duraria cerca de alguns dias ou até semanas para aquilo melhorar, no meu caso durou apenas uma noite, e aquele ralado no joelho já havia melhorado, e não havia ficado nem uma cicatriz sequer, aquilo tinha me assustado bastante eu confesso, eu não sabia o que havia acontecido ao certo, podia ser tanta coisa, um remédio milagroso que eu havia tomado e não me lembrava, uma pomada, ou até mesmo magia, bom, essa ultima hipótese eu acredito que seja a mais difícil de ser realidade, porém não se pode descartar nada.
Aquela manhã estava sendo entediante como todas as outras, porém eu tava com uma sensação diferente, de que algo ia mudar naquela manhã, não sei ao certo por que eu tava pensando naquilo e por que eu tava com aquela sensação, era mais alguma coisa estranha na minha vida.
Levanto rapidamente da minha cama, quase como se tivesse correndo, eu já estava vestido então não precisaria me trocar para descer pro café da manhã, eu corria tão rápido em direção a porta que meus pés quase não tocavam no chão, eu parecia estar flutuando, com alguma sorte e um pouco mais de velocidade eu conseguiria pegar os brownies de chocolate com baunilha, que particularmente eram os melhores que eu já havia comido em toda a minha vida, embora não tivesse comido algum além desse.
Eu já estava quase alcançando as escadas quando a governanta gritou o meu nome, como se fosse me dar uma bronca, na hora em que ouço a voz dela, eu paro de dar impulso para correr, mas, meu corpo continua, então eu tropeço em um batente próximo a escada, e vou escada abaixo capotando.
-Você esta bem garoto?-a voz estridente da Madame Morgan ecoa em minha cabeça.- Venha, limpe suas vestes e se levante, tem alguém querendo falar com você.- ela estende a mão para me ajudar a me levantar, e então depois de eu me recusar de sua ajuda, ela se volta para a sala onde geralmente os pais conheciam seus filhos adotivos.- Venha logo garoto.
Apoio minhas duas mãos no chão e empurro o meu corpo para cima, meu corpo fica na altura suficiente para eu conseguir me apoiar nos meus joelhos, então eu me levanto completamente, de pé vou andando calmamente em direção a sala onde eu conheceria meu possível futuro pai, ai que eu percebo que meu rosto estava com um pequeno corte na parte da bochecha direita, eu não posso me apresentar assim pro meu futuro pai ou a minha futura mãe. Depois de cerca de dois segundos eu passo a mão onde estava o corte e ele não tava mais lá, tinha simplesmente sumido eu não sei como, só tinha sumido, ela não estava mais lá, aquele corte que geralmente demoraria cerca de duas a três semanas para melhorar, melhorou em apenas dois segundos, eu não entendi como, como eu nunca entendo o porque aquelas coisas estranhas acontecem comigo, a porta daquela sala que servia como simbolo de esperança, já estava aberto e eu conseguia enxergar um homem lá dentro juntamente com a governanta, o homem usava um óculos redondo, e tinha um cabelo bagunçado e negro da cor da noite, ele tinha grandes olhos verdes, e tinha uma feição que me passava uma certa segurança, eu sentia que ele seria alguém que me faria muito bem.
A mulher que o acompanhava tinha grandes cabelos brancos, que estavam presos no topo da sua cabeça, olhos cinzas, e uma feição que aparentemente era muito mais séria, porém, do mesmo jeito que ele ela me passava bastante confiança, os olhos dela me encontram, e ela me percebe andando em direção a sala, um sorriso lindo se abre em seu rosto, e encontra o meu sorriso.
Continuo andando em direção a sala até a governanta me chamar:
-Darrel, pode vir aqui?- a voz dela sai com certa tristeza, será que é por que eles iam me adotar, e ela sentiria minha falta? bom eu não sei certamente.- Esses são Thiago e Maya Potter, eles queriam te conhecer pra poder te adotar.- A voz dela trepidava agora, parecia que aquilo doia nela mesma, pois, pelo que eu me lembro um tempo atrás, a tentativa dela de me adotar havia falhado por conta da sua renda mensal e de seu emprego.
-E ai amigão!- Thiago vinha em minha direção estendendo sua mão.- Eu sou Thiago Weasley Potter, seu novo pai!- o sorriso dele era muito grande e totalmente sincero, dava pra perceber na sua voz que ele tava um pouco nervoso, e com muita vergonha, eu dispenso a mão que ele havia estendido e o abraço, ele devolve o abraço com uma força um pouco maior.
-Oi filho, nos desculpe nós estamos um pouco nervosos, é diferente de qualquer coisa que já vivemos.- ela olha pra ele e ri, com se tivesse uma coisa escondida entre a historia deles.- Eu sou Maya Potter Malfoy, mas, eu prefiro que você me chame apenas de mãe.
Isso tudo aconteceu quando eu tinha apenas cinco anos, e era apenas uma criança com o medo do mundo, hoje com dez, quase onze anos, eu já entendo muito melhor as coisas. Como por exemplo o por que de todas aquelas coisas estranhas acontecerem comigo, e o motivo é bem simples, eu sou um bruxo, sim, eu tenho poderes mágicos.
Para mim foi bem estranho no começo, e eu me sentia único, até saber que meus pais também são que nem eu, e tinha mais milhares de pessoas como eu no mundo, e tudo isso foi muito bom para mim, para minha pessoa, eu finalmente encontrei meu lugar no mundo, eu finalmente tenho um propósito no mundo, eu quero ser um auror tão forte e conhecido quanto o meu avô, Harry Potter, o garoto que salvou todo o mundo bruxo.
E o principal de tudo, agora eu tenho uma família, eu tenho o Papai, que sempre me ajuda com tudo, eu tenho a Mamãe que me da todo o amor, carinho e atenção do mundo, eu tenho primos, eu tenho, tios e tios avôs, bisavôs, eu tenho tudo que uma criança precisa, e tudo isso eu devo aquele dia no orfanato onde eu encontrei meus pais.
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Herdeiro De Godric Gryffindor
FanfictionFanfic totalmente da minha cabeça, plagio é crime.