MARCAS

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Você me prende
Mas nunca me tem,
Me dita o que fazer
E o que devo ser,
Mas eu nunca farei, nem serei.

Não sou seu reflexo
Ou a realização de seus sonhos destruídos.
Não sou, nem nunca vou ser,
A perfeita filha que você quer.

Você me espanca
Me bate, marca meu pescoço,
Me ameaça dizendo
Que o sopro da minha vida
Pode ir embora.

Não sou sua!
Você diz que não sei amar
Mas escreve "amor "
Com as marcas em minhas costas.

Choro pelas palavras proferidas
Do mais íntimo fel
Da tua alma paterna.
O que me prova
O quão monstros são os homens.

Meu sangue corre seco
As lágrimas são salgadas.
E minha angustia é coberta
Pelos brancos lençóis em meu leito de agonia.

Suplico fôlego entre os meus soluços,
Perdão entre maldições
E morte do que jaz morto.
Ele diz que da próxima vez me mata,
Mas como matar quem só sustenta alma morta em corpo vivo?

Mil me esfaquearam de um lado,
Dez mil a minha direita,
E antes disso
Eu já tinha partido.

Você não sabe
Mas eu sei o que sou,
Sou o grito vazio,
Sou o canto do rouxinol,
Sou o belo que você não viu,

Sou o tempo que passou,
Sou a liberdade na prisão,
Sou o seco do mar,
Sou o clímax...Sou a incerteza.

Sou o medo do escuro,
A dor da mãe que perde um filho
Sou a força de um imigrante.
Na esperança do fim,
Sou quem espera.

Apesar de tudo isso
Não sou o suficiente,
Não sou perfeita.
Para você eu sei que sou apenas uma coisa...
O mal que há no mundo.

Que pena papai!

" A única razão de sermos tão apegados ás memorias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado"

                                                                            -Gaara-

poesias: apenas desabafos das dores da alma.Where stories live. Discover now