Hj peguei um onibus de manha.
As 6h.
Num determinado ponto do meu percurso as 6:18
Entra um garoto e se põe ao meu lado.
O garoto ergue a mao para se segurar na barra de cima.
E ai eu vejo, num braço delicado, que pertence a um menino tão lindo e jovem com um futuro brilhante aguardando ele, marcas q outrora foram sua maneira de parar, de retirar, de arrancar a sua presente dor.
Essa visão me fez pensar e refletir o quanto somos peqno e insignificante aos olhos dos outros.
Pq eu tenho certeza q não fui o único a notar tal peculiaridade.
Logo mais a tarde, houve uma prova pra mim.
Entrei na sala, me sentei, peguei a prova. Olhei, li, escrevi o numero das questões da prova na folha de resposta, me levantei e entreguei a prova.
Ao entregar a prova a professora q estava a aplicar a mesma, me olha de uma forma espantosa.
Ali eu usei de toda minha força para n chorar na frente de toda a sala.
Sai da sala, me dirigi até o banheiro mais proximo. Entrei em um dos reservados, sentei-me e me pus a chorar.
N era um choro de alegria, ou de tristeza, ou de angustia. Era um choro de desespero. O desespero q me assombra todos os dias ao acordar e ao deitar.
O desespero de n ser bom o suficiente. De n conseguir atingir as expectativas.
E ai, eu lembrei do garoto de mais cedo. E me perguntei, oq me faz diferente dele? Pq n tenho as mesmas marcas?
Nunca poderei responder a essa pergunta, pq nem eu msm sei a resposta.E você caro leitor, tem ideia de como responder essa pergunta?
"O que faz desses garotos diferentes, se até mesmo suas diferenças os tornam semelhantes?"
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Histórias cruéis demais para serem vividas
Short StoryUm material criado para que pessoas possam mandar suas histórias, e as verem sendo publicadas e podendo serem lidas e comentadas, não deixando que seus donos sejam descobertos.