John POV
Jonathan era um bom garoto, não só por fora, mas também por dentro, sempre teve essa certeza sobre si mesmo até começar a sentir que estava perdendo o controle do que sentia por alguém que não deveria. Desde que se entendia por gente, Jéssica esteve ao seu lado, à mãe o havia atrasado um ano no colégio para que ambos ficassem na mesma turma e sempre repetiu que era dever dele a proteger, por essa razão eles nunca tiveram muitas brigas, não até os tempos atuais, o problema era que o sentimento pela irmã que havia sido descoberto dois anos antes cada dia que passava parecia mais forte e mais difícil de esconder, prova disso foi ter começado a deixar cada vez mais claro suas intenções para ela nos últimos dias. Ele achou que Jess ficaria chocada e de certo modo, ela ficou, mas ele nunca em seus sonhos mais loucos imaginou que ela corresponderia a ele daquela forma.
Os lábios dela tinham gosto de morango e eram tão macias quanto ele imaginou, a mão que o puxava pela regata se moveu até os fios escuros do cabelo dele e os puxou, a reação foi imediata, um arrepio forte percorreu cada centímetro do corpo dele e o mundo podia acabar ali, ele não a soltaria. Passou os braços ao redor da cintura dela que entrelaçou as pernas nele e se deixou ser carregada até o sofá, John mordeu seu lábio inferior o puxando de leve e ficou imensamente satisfeito em ouvir um gemido baixo escapar da garganta dela, era como está em uma realidade paralela, o perfume doce tão perto, os lábios macios junto aos seus em um beijo selvagem que entregava o quanto ambos se desejavam. Aquilo era errado, era pecado. Ele sabia, ela sabia, mas o pecado nunca foi tão doce. Sua mão se perdeu nos longos fios loiros escuros deixando o clima ainda mais quente, o senso do que era errado ou não já havia sido deixado de lado, os lábios dele libertaram os dela e se concentraram na pele sensível do pescoço dela fazendo-a tombar a cabeça para trás suspirando, os olhos redondos bem marcados pelos longos cílios se fecharam lentamente, ele podia sentir o coração dela disparado, podia sentir as mãos tremulas em seus ombros, a resposta dela ao seu toque era algo que nunca poderia ter imaginado. Eles poderiam ir mais longe, eles queriam ir mais longe, mas um barulho de chave os despertou de forma tão abrupta daquele momento que Jess pulou do colo de Jonathan bem na hora que a porta se abriu revelando Ethan com sua pasta de trabalho, em um –de seus muitos – terno perfeitamente alinhado que tinha por cima um casaco preto.
- Boa noite, ainda acordados? Como foi o primeiro dia de aula? – Perguntou ele tirando o casaco, Jéssica parecia em um transe ou algo do tipo, parada olhando para o chão quase como se estivesse em choque, então John se viu obrigado a responder o pai antes que o mesmo percebesse algo estranho.
- Sim, acabamos de jantar. – Disse ele se levantando e parando bem na frente de Jess. – Foi um longo dia, nós dois tivemos treinos pesados, já estávamos indo dormir, a Jess está muito cansada.
Ethan assentiu sem olhar para os filhos enquanto guardava no armário o casaco. – Bom, é melhor, amanhã ainda é terça-feira. – Ele caminhou até Jess que já o olhava, mas parecia distante. – Boa noite, querida. – Beijando a testa da filha e acenando para o primogênito Ethan deixou a sala em direção à escada, deixando-os sozinhos e em silencio até que se foi ouvida uma porta fechando no andar de cima.
- Jess. – Chamou ele se virando para ela e analisando sua expressão, não conseguiria dizer se era pânico, mas ele tinha certeza que a mente dela estava a todo vapor. – Diz alguma coisa pelo amor de Deus. – Os olhos dela se voltaram para ele e sua testa se franziu ao ver que tinha mais do que confusão ali, ela estava em caos.
- O que você quer que eu diga? – O olhar não foi sustentado, pois logo ela se virou em direção as escadas. – Quer que eu agradeça por você ter me beijado?
- Você me beijou! – Ele disse enquanto a seguia escada a cima sussurrando cada vez que se aproximavam do corredor.
- Coisa que não teria acontecido se você não estivesse tão determinado nas últimas semanas a testar a minha sanidade. – Disse ela parando abruptamente no meio do corredor.
- Eu não testei a sua sanidade, eu estava apenas deixando subtendido o que estava querendo.
- Incesto? – Ela quase gritou, mas logo voltou a sussurrar. – Era isso que você queria? Provar a si mesmo que podia cometer a pior loucura que um ser humano nascido em WalletWood poderia?
- Essa cidade não é especial assim e eu não queria provar nada! – Ele a viu respirar fundo e o olhar diretamente nos olhos.
-Jonathan, a gente mora em uma cidade que a religião é acima de tudo, onde a reputação é tudo, se isso já é errado em qualquer parte do mundo, imagina aqui? Eu não quero fazer parte dos seus jogos, então fique longe de mim! – Ela recomeçou a andar, mas ele a puxou pelo braço.
- Jogos? Eu já disse que não estava tentando provar nada, você só quer uma desculpa porque sabe que sentiu o que eu senti, sabe e está tentando me culpar por isso.
- Eu não senti nada e a culpa dessa situação é sua, você e seu alter-ego de merda. – Toda raiva era nítida na voz dela, Jéssica estava furiosa, mas ele tinha certeza de que não era pelo que eles tinham feito e sim pelo que ela havia sentido. – Não precisa pegar a própria irmã para provar que é o fodão, não precisava ter me colocado no meio disso, o que você queria? Me provar que a sua tão preciosa lista também podia me queimar? Eu juro que se isso cair na boca do povo, eu te mato!
- Eu não estou tentando provar nada, Jéssica! – Ele se aproximou a encurralando na parede. – Sabe que não estou, pare de falar merda e assuma que você quis tanto quanto eu, afinal, você me beijou.
- Eu sou sua irmã e estava em um momento de puro estresse, você deveria ter me impedido, por quê? Porque você não me impediu? – Jess levantou o rosto encarando-o diretamente, sem medo, mas ainda assim ela parecia frágil, como se estivesse perdendo o controle, parecia a Jéssica sem armas que usava diariamente. – Não deveria ter deixado John, se não está tentando provar nada porque deixou acontecer? Isso é errado em muitos níveis, até mesmo para mim.
- Foi só um beijo, Jess. – Ela o olhou por uma fração de segundos, parecendo esperar algo e então o empurrou com toda força que tinha e se afastou. – Não precisa ficar com toda essa raiva. – Disse ele simplesmente, estava cansado demais para entrar em uma discussão sobre aquele assunto e ela também, conversar naquele momento não era uma boa opção. – A gente pode...
- Fique longe de mim. – Ela o interrompeu, as bochechas estavam coradas, os lábios ainda estavam inchados do beijo e os olhos brilhavam com o sentimento de fúria.
- Ainda estão ai? – Ethan perguntou saindo do escritório. – Não vi a Katrina, saiu?
- Sim, disse para não a esperamos. – Jess respondeu se virando. – Eu vou dormir, minha cabeça está latejando.
E dito isso, ela caminhou até a porta no final do corredor e se trancou lá.
- Sabe aonde a sua mãe foi? – Ethan perguntou, alheio a todo o drama dos filhos.
- Ela não disse. – John suspirou e passou as mãos pelo rosto. – Eu vou dormir também, boa noite.
- Vou tentar ligar para ela, boa noite. – Ambos se despediram com um aceno de cabeça e seguiram em direções opostas.
Capitulo Curtinho - Não se esqueçam de votar <3
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Doce Pecado
Lãng mạnEm uma cidade pequena nobre e tradicional os pecados não são bem-vindos, mas WalletWood conhecida durante anos como 'Abençoada por Deus' esconde mais do que qualquer um de fora poderia imaginar de uma área tão religiosa, entre muitos de seus habi...