Uma carta aberta aos servos do Altíssimo
Antes de tudo, eu gostaria de esclarecer que considero pastores, obreiros(as), esposas de
pastores, evangelistas e missionários os maiores instrumentos para o avivamento da Obra de Deus neste mundo.
Quando esses servos mantêm a vida deles no Altar do Senhor, imbuídos do desejo de levar com fidelidade a Sua Palavra, conseguem inflamar a fé nas pessoas que estão sob os seus cuidados. Contudo, ao perderem a visão espiritual, esses homens e mulheres se tornam o maior empecilho para a Salvação das pessoas.
Exatamente assim eram os escribas e fariseus: fechavam a porta do Reino de Deus aos homens por eles ensinados (Mateus 23.13). Por isso, o Senhor Jesus os chamou de "filhos do diabo" (João 8.44), filhos do inferno. Afinal, enquanto o Senhor Jesus estava dando a Sua Vida para abrir as portas do Céu às pessoas, os religiosos, com sua má conduta, fechavam- na, declarando-se, assim, inimigos do Altíssimo.
Quando meditamos sobre o que está escrito no capítulo 23 do Evangelho de Mateus, podemos ver que o motivo da forte repreensão do Salvador aos mestres judeus reverbera em nossos dias, sobretudo no que tange à hipocrisia e à falta de consideração deles com o Altar de Deus.
Aqueles homens se deslumbravam demais com posições, títulos e honras humanas. De maneira semelhante, muitos "servos de Deus" da atualidade têm sucumbido a esse mal. Estão se tornando cada vez mais cheios de si, dominados pelo orgulho e pelo brilho que este mundo oferece. E embora continuem até a apresentar algum tipo de serviço na Obra, essa oferta é inútil, pois não procede de um coração que teme e treme diante dos Princípios Sagrados. Lamentavelmente, temos visto pastores que são verdadeiros "fenômenos no púlpito", porque pregam bem, lotam igrejas, têm seus nomes respeitados, mas são ínfimos no que diz respeito à prática de seus próprios ensinamentos e ao cultivo de uma comunhão diária com Deus. Levam outros a temerem ao Todo-Poderoso, enquanto eles próprios não O honram. E a prova disso é a oferta de vida imprestável que, dia após dia, eles têm colocado sobre o Altar.
O que confirmava a cegueira dos religiosos na época do Senhor Jesus e também revela a falta de visão de muitos servos em nossos dias é o descaso com a justiça, com a misericórdia e com a fé.
Essas pessoas que se perderam colocaram no ouro e na oferta o motivo do seu empenho à Obra. Ao elegerem o que é perecível como a razão da sua esperança, deixaram de promover a glória de Deus para promover a si próprios.
Assim, não são os incrédulos os que mais têm zombado e brincado com as coisas de Deus, e sim os que declaram ser "de Casa"!
Muitos deles sabem que estão procedendo com o caráter enganador de Jacó (quando fingiu ser Esaú), contudo não se arrependem nem mudam de atitude; antes, continuam
agindo de modo fraudulento. Tais "servos" conhecem os Preceitos Divinos, mas dissimulam e se disfarçam para se passarem por pessoas fiéis, espirituais e fervorosas, quando, na verdade, seus olhos almejam apenas o louvor e os benefícios humanos.
Em face disso, que essas palavras soem como um alerta do Alto para despertar os que dormem e vivificar os que estão prestes a morrer ou, até mesmo, os que já estão mortos espiritualmente, antes que a sua ruína seja irreversível!
Este livro, portanto, tem como finalidade avivar a fé, o primeiro amor e as primeiras obras dos cristãos, para que o seu castiçal não lhes seja tirado (Apocalipse 2.5).
É necessário que cada um zele por si, antes que perca o privilégio de ser um servo do Altíssimo, porque a Obra de Deus não deve ser feita com enfado e muito menos por imposição de outro, mas com alegria e fidelidade, pois o serviço sagrado é um presente do Todo-Poderoso aos Seus escolhidos (Números 18.7).
Quando o Deus Eterno nos favorece com a dádiva de servi-LO, Ele nos prova mais uma vez o Seu amor, dando-nos uma honra que não merecemos.
Então, façamos uso deste privilégio com sinceridade e temor, lembrando que há uma maldição reservada para aqueles que servem de maneira enganosa, indiferente e/ou relaxada.
Não se aventure na Obra de Deus se não estiver disposto a dar toda a sua vida no Seu Altar, afinal, "maldito aquele que fizer a obra do SENHOR fraudulosamente..." (Jeremias 48.10)!