único

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A mansão dos Min estava uma bagunça só. A senhorita Min Yangjin chorava desesperada porque a festa de noivado havia sido arruinada, uma situação que não se reverteria em apenas duas horas, tendo que ligar para todos os convidados avisando que não teria mais festa enquanto chorava. Min Yoonji estava em posição fetal no seu quarto chorando até não poder mais, vendo as fotos de seu ex-noivo em seu celular, vídeos, declarações, momentos juntos, parecia um sapo com os olhos gigantes, inchados, ou como seu irmão mais novo gostava de falar, parecia que havia passado maquiagem e levado um soco em cada olho, mas nem ali para implicar consigo seu irmão estava.

Do outro lado do corredor com a porta trancada estava Min Yoongi. Após ter vomitado a única coisa que conseguia comer, abaixou a tampa do vaso e escovou os dentes, entre lágrimas.

Não sabia se chorava porque era um ômega totalmente sensível, porque havia vomitado seu pudim de maracujá - custou convencer a cozinheira da casa a alterar um pouquinho da receita e adicionar maracujá, sua fruta favorita -, ou porque simplesmente quando Taehyung chegasse ele iria o largar.

Havia prometido a si mesmo que hoje iria contar ao namorado a notícia, não podia ficar adiando tanto o sofrimento ou criando esperanças, porque sabia que o Kim não queria ter uma responsabilidade tão grande assim tão novo, ainda era um adolescente.

Por isso quando saiu do banheiro, pegou sua manta bege e enrolou-se nela, abraçado a um coala de pelúcia, sentindo perfume de seu alfa. Taehyung costumava dizer que aquele coala o representava, porque ele era um, por isso quando Yoongi recebeu esse presente há cinco anos atrás, não hesitou em nomear-lo como Tata. Mas agora Yoongi só sabia chorar em pensar como aquilo teria um fim terrível.

Quando a porta do seu quarto foi destrancada, segurou o choro e secou os olhos, porque estava tudo bem, e ninguém podia perceber que ele estava chorando ou iriam questionar, Yoongi começaria a mentir, depois a chorar, aí vasculhariam o seu banheiro e veriam inúmeros testes de gravidez, e aí sim ele poderia se considerar um ômega morto - por mais que duvidasse que sua mãe fosse capaz de fazer alguma coisa.

Mas era só Yoonji, chorando porque queria um colo do irmão. Fechou a porta e subiu em cima da cama do mais novo, se atracando as cobertas.

— Yoonie — disse chorosa, fungando.

Yoongi respondeu com um "hum", choro era extremamente contagioso e só de ver o rosto de sua irmã vermelha, sentia as lágrimas escorrerem pelos seus olhinhos, por isso se abrisse a boca desataria a um choro infantil com direito a abraços.

— Ele... — fez uma pausa, tentando conter o choro enquanto buscava por ar. — Ele me largou.

E logo o quarto virou um mar de lágrimas, com cada um chorando de cada lado sofrendo suas próprias dores. Eram gêmeos não-idênticos de placentas diferentes, sendo os dois ômegas, os dois sempre foram muito apegados, sempre fazendo as mesmas coisas juntos, e chorar não iria ser diferente.

Então Yoongi abriu o berreiro, sendo abraçado por Yoonji que se lamentava.

— O que eu vou fazer, noona? — perguntou soluçando. — Ele não vai me querer mais.

— Eu também não sei — respondeu, mesmo não entendendo a história. — Mas não deixe ele ir, talvez ele ache outra alma gêmea.

Yoonji estava se martirizando sobre o noivado que fora rompido nesta tarde. Ela sabia muito bem que uma relação entre dois ômegas não poderia dar muito certo, mas resolveu tentar, com amor dá para suportar algumas barreiras da vida, certo? Errado. Achou que se pedisse seu ex-noivo em casamento eles ficariam juntos pelo resto da vida, mas quando ele o ligou dizendo que havia achado um alfa e que era sua alma gêmea, Yoonji entendeu tudo.

outlaws • taegiOnde histórias criam vida. Descubra agora