•Unexpected•

Capítulo 2

Hoje é o aniversário da minha mãe, como não poderia passar o dia inteiro com ela, enviei uma caixa de chocolates para ela, com um cartão escrito por mim, que eu tenho certeza que ela choraria, dona Maria Olívia tinha um coração de manteiga.

O dia parecia estar passando super lento, como não tinha tanta coisa para fazer no escritório, já que meu projeto havia sido entregue na semana passada, eu fiquei apenas organizando algumas coisas no computador, mas quando acabei, vi que ainda faltava uma eternidade para ir embora, então peguei meu celular e comecei a ver minhas redes sociais, cada contatinho que talvez eu não tivesse mais o prazer de encontrar. Sempre fui muito de sair, adorava balada e ficar com umas três em um dia, nunca fui de me apegar, e dessa vez não foi diferente, Suzana era muito gente boa, sua maturidade me deixava tranquilo, mas eu não sentia nada por ela que não fosse companheirismo, de estar do lado, quase como um melhor amigo, e por muito tempo eu confundi esse sentimento, porém agora não posso voltar atrás. Nunca fui de ficar com os outros sem vontade, mas não tem como eu simplesmente parar de ficar com ela agora que vamos ter uma laço muito grande, me sinto na obrigação de ter um relacionamento mais sério com ela, mesmo ainda tendo o interesse de ficar com outras mulheres.

Sei que isso pode soar um pouco ridículo, mas eu sempre gostei da minha liberdade, não acho que esteja preparado para perder ela, e esse foi um dos motivos pelo qual ainda não propus uma relação mais séria a Suzana.

Fiquei um tempo conversando pelas redes sociais com alguns amigos meus, até que finalmente chegou a hora de ir para a casa. Desliguei tudo e fui direto para o shopping comprar um presente para a minha mãe.

- Mãe!?- falei assim que cheguei em casa.

- Aqui no quarto, filho!- ouvi sua voz de longe.

Fui até onde minha mãe estava, cheguei com as mão para trás, para ela não ver o presente que havia comprado.

- Eu não sei se a senhora vai gostar, mas eu escolhi com muito carinho- falei e logo estendi a sacola que continha um kit de taças e um engradado de cerveja.

- Você sabe que não tem coisa mais a minha cara né?- ela falou rindo e logo me abraçou forte.

- Feliz aniversário, rainha! Quero que você saiba que é a única pessoa que falo 'eu te amo' na minha vida!- falei durante o abraço.

- Também te amo- ela beijou meu rosto e se afastou, pude ver pela vermelhidão de seus olhos que ela havia chorado durante o abraço- Vou lá preparar as coisas.

Fui para o meu quarto, tomei banho, e vesti uma roupa para comemorar o aniversário da minha mãe. Quando cheguei na sala, já havia alguns parentes.

- Gente, vamos indo para o salão?- falei depois de cumprimentar cada um.

Todos concordaram e fomos para o salão, deixando um bilhete na porta indicando onde os que chegariam deveriam ir.

Enquanto estava no salão conversando com alguns primos e amigos meus, alguém bateu na porta do salão, que se encontrava fechada para o som não atrapalhar o restante do condomínio.

- Oi!- Suzana falou assim que abri a porta.

- Oi- dei um selinho nela e olhei para o seu lado- Cadê a sua sobrinha?

- Ela tá pegando umas coisas no carro, viemos direto do aeroporto- ela falou e eu estranhei o fato de deixar uma criança sozinha na rua.

- Ok!- falei com a testa franzida- Entra!

Peguei sua mão, fechei a porta e nos dirigimos até a mesa que eu estava sentado, junto com minha irmã, minha mãe, e alguns tios. Suzana cumprimentou todos ali apresente.

- E a sua sobrinha?- minha mãe questionou.

- Ela ficou pegando algumas coisas no carro e vai trocar de roupa ali no banheiro de fora, veio direto do aeroporto para cá- Suzana explicou.

- Você não vai ajudar ela?- Bruna questionou, acredito que com o mesmo pensamento que o meu.

- Não, ela sabe se virar- Suzana sorriu e se sentou, puxando a minha mão para eu sentar ao seu lado.

Continuamos conversando, até que bateram na porta novamente. Eu estava me levantando para ir abrir, porém Suzana pegou no meu braço.

- Eu vou, é a minha sobrinha- ela disse e se levantou.

Eu estava esperando ver uma menininha de no máximo 8 anos, fofinha, segurando uma boneca e de tranças no cabelo, porém quando aquela porta se abriu, a minha boca se abriu junto, pois tudo que eu imaginava foi por água abaixo. No lugar da menininha de 8 anos estava um mulherão de mais de 20, com um macacão vermelho, e cabelo castanho que aparentemente alcançavam o fim de suas costas. Eu sempre fui um homem que apreciou as mulheres em suas maiores particularidades, porém as morenas de traços faciais marcantes sempre foram minhas preferidas, e agora... eu estou completamente ferrado!