Verdade e Consequência

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Procuro o olhar de Monik enquanto ela avalia minhas duas armas preciosas. Meus pulsos doem com essa merda de algema. Ela as apertou demais. Parece muito séria e me ignora completamente. Isso me deixa louco e não consigo assimilar as coisas direito. Preciso convencê-la a me deixar sair daqui.

- Monik, por favor, me escuta...

- Você tem o direito de permanecer calado. Tudo o que você disser será usado contra você no tribunal. Você terá direito à um advogado. - ela me corta friamente.

- Monik, por favor, saia um pouco da sua fachada profissional e me escute: eu não posso ser preso.

- Eu avisei, não avisei? - ela me olha furiosa e se prepara para avisar que me capturou.

- Monik, se você fizer isso, estará assinando minha sentença de morte. Seu pai, sabendo que estarei na cadeia, vai mandar me matar.

- Não tenho mais nada a ver com isso. Nosso acordo acabou hoje de manhã, quando você me deu aquele beijo. - ela me olha e parece triste com a lembrança.

- Por favor, você não pode desistir assim. Pense na sua mãe.

- Tire minha mãe disso, Jack. Não ouse falar dela. - ela me olha de modo furioso.

- Você tem o direito de estar com raiva e estar na dúvida. Eu vejo nos seus olhos o amor que você tem por essa farda, mas pelo amo de Deus, Monik, me deixa ir embora.

- Arque com as consequências dos seus atos Jack. Você fez a sua escolha.

- E agora, eu estou te dando a chance de fazer a sua, baby.

O meu apelido carinhoso a pega desprevenida. Ela cora rapidamente e fica parada por um espaço de tempo. Até que alguém chama por ela no scooter. Ela volta os olhos para mim e parece completamente perdida.Anda de um lado para o outro, pensando no que vai fazer. Está numa batalha entre a razão e a emoção. Entre o certo, o meio certo e o errado. Fecha os olhos por alguns segundos e por fim, toma sua decisão:

- Não, Bill, Carter fugiu por uma estrada de terra, não consegui alcança-lo.

Abro um largo sorriso para minha musa, mas fecho a cara ao notar que ela recebeu uma possível ameaça do seu noivo. Ela fica lívida. Ele sai da frequência e com muita frustração, ela vem me soltar. Esfrego os os pulsos de alívio por não ter mais o incômodo da algema e ela toma o caminho da viatura. Mas eu a puxo para mim e a trago para os meus braços.

- Baby, não fique com raiva de mim. Nós precisamos um do outro, você sabe. E eu gosto muito de você.

- Vá logo embora, Jack, antes que eu me arrependa. - ela tenta se soltar, mas lhe dou um beijo longo e acalorado.

Sua boca corresponde me retribuindo e eu tomo a minha policial nos braços, intensificando o beijo, com suas mãos em meu cabelo me fazendo carinho, forçando ao mesmo tempo, me fazendo gemer com a dor. Depois que a solto, digo num sussurro:

- Se precisar me ver hoje, vá lá em casa. Não me importo de você e seus homens levarem essa bosta de mercadoria. Eu me importo com você, Monik. Só com você, baby.

Me afasto, pego minhas armas e ligo o carro, indo embora em alta velocidade, levantando poeira atrás de mim, deixando minha linda musa para trás, batendo no capô da sua viatura descarregando sua frustração. Me sinto mal por ela, mas esse mal é necessário, não posso deixar que o pai dela me mate antes de me vingar dele. E esse noivo dela, está precisando levar uma lição das boas. Me sinto um pouco melhor agora que bati nele na frente dela. Desgraçado, não sabe a mulher que tem. Ah, se ela fosse minha... Estaria me lixando se ela é policial. Quem se importa quando se trata de sentimentos?

Damaging Bullet HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora