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Eric
Assim que Thiago me deixa na porta de casa eu subi e corri primeiro meu quarto, entro e tranco a porta deixando as lágrimas caírem.

Eu não acredito. Por que eu? O que eu fiz de errado? Só por que nasci diferente?

Milhões de perguntas roudam minha cabeça, eu não havia aceitado ou melhor acreditado que eu ia ter que fazer um trabalho com o escroto do Antón, pode parecer palhaçada pra alguns mas... Eu já havia sofrido muito com ele e os amiguinhos dele.

(Flashback on)

Eric: 6 anos.
Antón: 8 anos.

Estávamos na aula de artes era pra fazermos uma pintura em dupla, eu estava sentado no fundo sozinho, já que ninguém  queria fazer dupla com o menino esquisito.

O tema da pintura era sentimentos, poderíamos pintar o que sentíamos e depois a professora daria uma nota.

Eu estava muito triste nesse dia, meus pais tinham acabado de me dar ao meu primo, ainda lembro das coisas que eles disseram:

-nós só queremos o seu bem meu amor... Não pense que nós o odiamos só não... Te entendemos.

-ora Ana fale a verdade a criança, nós não queremos ser envergonhados com essa aberração! Meu filho ele não é!

Eu chorei a noite inteira ,meu primo até tentou falar comigo mas... Eu disse pra ele não se preocupar, era coisa boba de criança.
Eu pego meu lápis e começo a rabiscar, deixo meus sentimentos fluírem através das mãos e começo a pensar na noite anterior, deixo o lápis de lado e olho a minha obra:

Assino meu nome e me levanto pra entregar o desenho a professora, assim que entrego ela me olha espantada mas não fala nada, eu me viro e volto pro meu lugar, ela se levanta e diz que logo volta, ela chama a diretora e fala algo no ouvido dela, bom

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Assino meu nome e me levanto pra entregar o desenho a professora, assim que entrego ela me olha espantada mas não fala nada, eu me viro e volto pro meu lugar, ela se levanta e diz que logo volta, ela chama a diretora e fala algo no ouvido dela, bom... Infelizmente eu ouvi.

Professora: ele tem um talento incrível! Mas... Os desenhos dele... São muito depressivos pra alguém daquela idade.

Diretora: bom, ele está por um momento difícil... Os pais o abandonaram com o primo por não saber o que fazer com as tais crises de panico dele.

Professora: pobre criança...

Eu já estava cançado de ouvir aquilo, eu não quero que sintam pena de mim! eu só... Quero ser normal.

Abaixo a cabeça e fecho os olhos esperando o tempo passar, assim que ouço o sinal pro recreio espero todos saírem, pego meu lanche e me sento em um banco afastado das outras crianças.

???: Hey aberração!- olho pra cima e vejo Antón e os amigos dele.

Eu: o-oque você quer Antón?- falei com a voz tremula e me segurando pra não chorar pelo comentário anterior.

Antón: você além de esquisito e gótico é? Que desenho horrível era aquele?- falou me olhando com ódio.

Eu: na-não é da su-sua c-conta!- falo com um pingo de coragem.

Antón: oww, olha gente o esquisito ta dando uma de corajoso!- falou debochado e seus amigos riram- tá achando muito!- ele puxou o capuz do meu casaco e me jogou no chão, começou a me chutar e os amigos dele repetiram o ato me chutando no rosto,no estomago, nas costas...

Aquilo doía, o pior... Eu não havia feito nada com eles...

Depois de um tempo eles pararam e Antón puxou meu cabelo e me fez olha-lo.

Antón: escuta aqui, você nunca mais fale comigo daquele jeito, entendeu?- falou puxando mais forte e eu neguei- ENTENDEU!?

Eu: s-im, e-u en-ent-entendi- falei entre soluços.

(Flashback off)

Eu só sabia chorar nesse momento, eu estava tão perdido no que sentia que nem notei a porta sendo aberta, só notei a presença de mais alguém quando a cama afundou ao meu lado.

???: hey, o que foi bambino?- falou uma voz grave,mas ao mesmo tempo calma ao meu lado.

Ergui os olhos e pude ver Nathan me olhando com preocupação.

Ele ainda vestia uma blusa social  e blazer do trabalho dele, a calça e os sapatos.

Eu: a-ahn... Não foi nada Nat- falei enchugando as lágrimas- não é nada pra se preocupar!- abri um sorriso forçado.

Sua feição que antes era de preocupado partiu para uma feição mais séria.

Nathan: não minta pra mim Eric- falou duro e eu engoli a seco- fala o que aconteceu- falou agora com a voz calma.

Eu suspirei, por mais que eu tentasse eu não podia negar um pedido dele.

Eu: okey... Lembra do Antón?

Nathan: aquele garoto que emplicava com você?- eu assenti- o que tem ele?

Eu: eu e ele... Vamos ter que fazer um trabalho juntos e... Vai durar uma semana!- falei tudo.

Nat não disse nada só me olhou e logo depois me abraçou, eu sempre gostei de abraços aquela sensação quentinha e confortável de estar em braços de pessoas que me amam, mas, por conta das crises, ninguém chegava perto de mim então...

Eu demorei um pouco mas correspondi ao abraço, Nat parecia que queria sufocar a minha tristeza ele levou uma de suas mãos ao meu cabelo e acariciou o mesmo.

Nat: olha tudo bem... Escuta, se ele fizer qualquer coisa com você, eu arranco o pau dele e enfio no cu dele- falou sério e eu ri baixo lembrando de Thiago.

Assenti com a cabeça fraco e voltei a abraça-lo e assim ficamos até eu dormir.

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Nathan

Eu fiquei com Eric até ele dormir, e sai do quarto devagar.

Merda de Antón,aquele garoto inferniza a vida do Eric des dos 5 anos. E tudo por que? Por ele ser diferente! É sério eu quero que esse garoto morra!

Afasto o pensamento de minha cabeça com o meu celular que vibrou.

Olho e vejo que é uma mensagem de Patricia a minha tia e mãe de Eric.

Pratricia: oi Nat, eu queria saber do Eric, como ele está?

Leio aquilo indignado. Como ela oide ser tão falsa?! Ela teve a coragem de mentir pro filho dizendo que o amava e logo depois o abandonou comigo!

Eu: não te interessa! Ele não é mais sua responsabilidade!

Respondi e bloquiei a tela do meu telefone. Maldita, falsa, puta! A xingava de tudo quanto era nome.

Mas agora não é hora de me preocupar com isso, tenho que dar um jeito no Eric e no trabalho dele.

Só espero que ele não machuque meu primo.





Oin, desculpa se tá muito curto é que eu tô cansada e com sono.

Bom, enfim até o próximo cap!

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⏰ Última atualização: Sep 07, 2018 ⏰

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