Capítulo Três

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Não me parecia normal admirar a beleza de um ser humano sem ser em relação às roupas fabricadas na Delux, mas de fato devo admitir até para mim mesma que Alexander é um homem realmente apreciável.

Peguei-me por algumas vezes observando a expressão de seu rosto enquanto digitava o e-mail absurdamente grande que solicitei e não pude desviar a atenção de sua expressão concentrada, focada e incrivelmente tentadora. Além de tudo, ainda demonstrava interesse em atender corretamente as minhas exigências, tornando-se assim praticamente irrepreensível.

Engoli a respiração quando suspirou e abriu o primeiro botão da camisa. Estávamos apenas nós dois ali na sala apesar da mesa dele ficar em outro anexo, mas mesmo assim o ângulo me oferecia uma visão perfeita de sua localização. Suspirei quando avistei uma gota de suor descendo por sua testa. A mesma foi rapidamente limpa com um lenço azul e no exato instante ele me encarou.

Desviei o olhar fingindo estar procurando algo em meio a minhas coisas.

— O ar condicionado parece adequado para você? — Questionei revirando alguns papéis apenas para manter o disfarce.

— Sim senhorita, me desculpe pela tensão que aparento — O tom era cordial e um tanto envergonhado — É que costumo ter muito calor, principalmente em ambientes como este.

A forma como me encarou sugeriu que minha presença era seu problema. Elevei a sobrancelha e ele sorriu.

— Já enviou o e-mail para o parceiro? — Passei a digitar no notebook de modo a desviar minha atenção — Necessito da resposta o quanto antes.

Por certo poderia ter facilitado o lado dele e escrito toda a extensa carta no computador, mas decidi fazê-la em punho simplesmente para implicar e deixa-lo com uma tarefa simplória e humilhante. A vida dele comigo não iria ser fácil!

— Finalizei senhorita — Encarei-o de maneira surpresa enquanto se aproximava de minha mesa e parava ao lado dela — Já enviei o e-mail e salvei-o caso queira revisá-lo. Aqui está — Pousou o pen drive prata a minha frente — Agora, se me permite, é meio dia e, portanto, meu horário de almoço. Concede-me sua licença?

Consultei o relógio e o mesmo marcava onze e cinquenta e sete da manhã. Encarei-o novamente e dei de ombros.

— Aguarde três minutos e ai sim será sua hora — Voltei a digitar e pude ouvir um suspiro baixo e quase desacreditado. Esperei ansiosa sua resposta mal educada para arrumar uma situação e demiti-lo com poucas horas de trabalho, mas não foi bem isso que sucedeu.

— Como quiser senhorita — Acompanhei Alexander voltar a sua mesa e se sentar.

Respirei profundamente irritada com sua atitude e me questionando por quanto tempo o rapaz aguentaria. Que tipo de louca implicava por apenas três minutos a mais no horário de almoço quando o empregado já havia concluído sua tarefa principal?

— Agora sim. Meio dia — Consultei novamente o relógio — Pode ir agora — Sorri para ele de maneira irônica e o mesmo se colocou de pé. Antes de sair piscou em direção a mim de um jeito tentador e cordial.

Enquanto me revirava para implicar com qualquer problema inexistente entre nós, Alexander era capaz de me desestabilizar apenas com uma piscadela barata. Certamente não seria fácil lidar com um conquistador barato e que sabia perfeitamente o que estava fazendo.

ALEXANDER

— Posso jurar que a megera está arrancando seu coro — Alice sussurrou tocando meu ombro de maneira amigável.

— Ou está te torturando de alguma forma cruel — Anny completou do outro lado.

— No mínimo já te pediu pra ligar para a rainha da Inglaterra e agendar um encontro com toda a família real — Emily brincou e todos gargalharam.

Em Nome do Amor - Querido Secretário (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora