Mary Ann não estava pronta para assumir tamanho risco. Não estava pronta para ser aquilo que sua mãe esperava. Não estava pronta para ser como ela.
Quinze anos é uma idade muito nova para se decidir o que fazer da vida. Mas para Mary, isso não existia, ela deveria aceitar o seu destino, ou melhor o destino que escolheram para ela. O seu pai não podia ajudar, pois ele já havia morrido há alguns anos. O único jeito era seguir com o planejado e torcer para não morrer.
Ela sabia que chegaria o momento que o legado deveria ser passado adiante, mas ela tinha tempo, ou pelo menos achava que sim.
O ritual de iniciação foi cumprido, a tatuagem foi feita gerando assim a fidelidade ao clã. Nada poderia ser desfeito. Mary daria entrada no mundo sombrio que ela nem conhecia.
Sua vida pessoal, continuou da mesma forma: escola, futebol, escola, dever de casa. Quem a via, não imaginava no que ela havia se metido, ou que haviam metido ela. Apenas a sua mãe, e um dos grupos do clã que não parava de visitar a sua casa, mas Mary sempre fugia para a biblioteca da escola, para ficar sozinha. E foi numa dessas vezes que ela o viu.
Alto, moreno, olhos verdes, e um sorriso de matar qualquer uma. Ela sempre o observava, mas assim que ele a encarava ela desviava o olhar. Mal pensava ela, que ele a observava da mesma maneira. Cabelos castanhos, olhos cor de mel, um colírio para quem olhasse, foi o que Colin pensou quando a viu pela primeira vez.
Certo dia, Mary decidiu chamar o rapaz para sair, e ela não imaginava que ele aceitaria de prontidão. Onde a partir daí, eles nunca mais se separaram. Terminaram o colegial e seguiram para a universidade. Mas aí você me pergunta, ela contou para ele, no que ela estava destinada a fazer? Não, ela nunca contou.
Anos se passaram, e ela seguiu para a vida adulta com Colin, porém não abandonou o seu legado. Quando a chamavam para fazer um serviço, ela ia, se não haveria consequências, para ela e sua família.
Houve momentos que Colin questionava a respeito do seu serviço, mas ela sempre dizia a mesma coisa: "trabalho numa empresa de software, caso algo aconteça, o mundo deles acabam". Para Mary, a vida estava perfeita, pois ambos haviam concluído a faculdade, e no dia da formatura, foi pedida em casamento, e ela o aceitou com paixão, pois o amor que ela nutria por Colin, era mais forte que os dois juntos.
Mas um momento que ela torceu para não chegar, chegou: uma gravidez não planejada. Ela sabia que se caso a criança que estava sendo gerada dentro dela, fosse uma menina, ela teria que seguir com o que o clã exigia. A cada noite ela pedia, a quem estivesse ouvindo, que a criança em seu ventre, fosse um menino.
Ela pensou em abortar, mas a felicidade de Colin - agora seu marido - no momento que soube da gravidez, a fez muito alegre. Assim ela prosseguiu com a gravidez. Mary optou por não saber o sexo do bebê, porque assim teria tempo, para pensar no que fazer, e para que Colin não a questionasse do porque esconder o sexo, ela disse que preferia ser surpresa. Para o clã, ela estava seguindo com o planejado. Ela havia contado a mesma história para eles, que assim que criança nascesse, eles seriam os primeiros a saber.
Os nove meses se passaram, e tinha chegado o momento de conhecer o seu filho, ou filha. Mary Ann, já havia decidido o que faria. Sabia que sofreria demais, mas para que a criança crescesse em paz, tudo o que estivesse ao seu alcance, deveria ser feito. E assim a criança nasceu.
Nasceu uma doce menininha, de olhos verdes. Em um primeiro momento, não sabia qual nome dar a ela, assim Colin a nomeou de Liz, derivado do nome Elizabeth, mãe dele. Mary riu, mas amou o nome, porém para ela ainda faltava algo, sendo assim, completou o nome com Violet, pois para ela, Liz era sua pequena flor.
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Fuja, antes que seja tarde
ActionMary Ann Reed sempre foi uma mulher forte e decidida, e em mesmo situações difíceis, ela sempre soube discernir entre o certo e o errado, onde o seu serviço e a sua vida dependiam disso. Nunca contou o que fazia a sua família, apenas o suficiente pa...