FILHOS DO MORRO (GDDM 2)

CAPÍTULO DEZESSETE

Igão. (+Bônus)

Mexe comigo, com meus morros, com o diabo que for. Só não toca na minha mulher e nos meus filhos. Como é que esses jovens fazem isso, cara? Cê louco, não é possível isso não.

Todos esses anos eu passei protegendo os meus bens maiores. Minha mulher, meus filhos e meus morros, e até meus familiares que considero. Agora vem duas putinhas e faz isso com minha filha? Quem elas pensam que são pra fazer isso? Parece que não sabem de onde vem o mal, mas eu vou mostrar. Minha vontade é de chegar metendo o pau em todo mundo, mas acho que as minas são de menor, e eu não vou bater nelas, não posso. Mas conheço gente que faz, nem que seja a porra de um susto.

Depois que Luna apareceu na minha vida, ela me tornou um homem de verdade, me fez reconhecer meus valores, eu me tornei algo melhor por ela, por nossa filha, por nosso filho que veio logo depois. Não digo que sou santo a ponto de ser bonzinho com todo mundo, longe da minha casa eu viro o diabo em pessoa, mato, bato, torturo e faço coisas horríveis para a vida alheia. Porém, dentro da minha casa eu me torno algo melhor e tudo isso por causa das pessoas que eu amo, não sou aquele pai que só vive dando carinho, amor e mimos, eu também sou o pai cuidador que tá ali pra orientar e pra reclamar sempre que estiver no erro. Não tive pai pra me criar, não tive pai presente, e hoje eu sou aquilo que eu sempre quis ter. Um pai de verdade.

Meus filhos são tudo pra mim, troco tudo que tenho pela vida e pela saúde deles, nada vai me tirar de perto deles, nada e nem ninguém. E quem tentar fazer isso, vai sofrer pra caralho! Minha mulher? Ah, minha mulher tá sempre comigo, Luna é minha luz que me faz caminhar para o local certo sempre, ela é tudo o que faltava em mim e isso eu soube ver quando ela foi embora pra Nova York, perdi o chão quando aquilo aconteceu anos atrás, fiz merda pra caralho e nunca vou me perdoar por aquilo tudo. Me sinto um merda só de pensar. Só de lembrar todos os dias que ela continuou comigo, me deu uma segunda chance, me sinto melhor, hoje sou um cara fiel que só é de uma mulher, e essa mulher que tá comigo, merece o mundo.

Depois que George me ligou e explicou a parada que aconteceu, meu corpo gelou e minha cabeça explodiu de ódio, eu nunca toquei nos meus filhos e agora eu soube que duas meninas bateram nela e colocaram sua cabeça na privada. Como que praticamente duas adolescentes fazem isso? Hoje vou descobrir tudo isso, e preciso ir antes de Luna, porque se ela saber disso, vai morrer.

— Eu vou sair do morro, preciso ir na escola da minha filha. – falei sem saber o que fazer.

— Calma, Igão, calma. Esfria a cabeça antes de ir. – Leon tenta me acalmar.

— Como vou ter calma, porra? Tu ouviu muito bem o que aconteceu, quer que eu fique calmo com isso?

— George tá com ela, ele ajudou antes que algo pior acontecesse. – Flavinho disse. – Não significa que você tem que ficar dessa forma, sei que tu tá com raiva, mas calma antes de fazer qualquer besteira.

— Eu não vou fazer besteira nenhuma, vou fazer só meu papel de pai.

— Teu papel de pai significa matar quem fez isso? – Leon perguntou.

— Isso aí, esse é meu papel.

— Eu vou contigo então. – Flavinho diz.

— Eu também, né, o cara vai querer matar todo mundo. – diz Leon.

— Vocês que sabe, algum de vocês dois liga pra Pedro manda ficar no comando. – fui descendo da laje.

— Calma, vou ligar. Para de correr, né. – Leon diz alto.

Montei na minha moto e os dois montaram também. Tive que chamar dois vapores pra ir comigo também, Leon avisou Pedro e saímos do morro. Meu ódio tá fazendo minha cabeça doer, eu deveria ter avisado a Luna, mas não é bom fazer isso ou ela vai querer me impedir dizendo que violência não muda nada. Claro que muda muita coisa, vai diminuir uns porcentos o meu ódio.