Capítulo Quatro

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ALEXANDER

— Mamãe! Não vi você chegar!


Desde o inicio tive de admitir que era uma péssima ideia visitar Mel, mas ao me deparar com Molly tive a certeza de que era uma roubada. Coloquei-me de pé ao lado da cama com o violão em mãos e a encarei de maneira tranquila, afinal, não havia nada de tão errado ali.


— Oi filha — Sua voz ainda soava controlada, mas seus olhos brilhavam como se desejasse cravar uma faca em minha garganta — O que está fazendo aqui Alexander?


— Prometi que viria visitar Melany... A senhorita mesmo permitiu que eu viesse, lembra-se? — Cruzou os braços em frente ao peito e assentiu.


— Não costumo faltar com minha palavra. É claro que me lembro — Certamente estava sendo condolente pela filha e deixou nítido que a conversa não terminaria ali — Pelo que vejo está de saída... Será que posso te acompanhar?


— Claro — Respondi a sua pergunta de maneira a concordar que deveríamos conversar a sós — Bom, aqui está seu inutilizado violão pequena cantora — Coloquei o violão dela ao lado da cama e me abaixei um pouco — Até mais Mel — Apanhei sua mão e beijei-a na parte de cima. Quando terminei a pequena não quis me deixar.

— Você volta tio Alexander? — Sussurrou com a voz dengosa — Diz que sim! Por favor!


Olhei em direção a minha chefe — que parecia alheia a situação — e me voltei para a garotinha novamente. Sem querer me comprometer fiz o que achei mais aceitável.


— Farei o possível para voltar Melany — Pisquei para ela e lhe dei um beijo na testa — Quero que fique melhor. Você já saber da promessa!


— Vou ficar melhor sim, principalmente se você voltar.


— Até mais, pequena flor — Caminhei até a saída e me detive, uma vez que Molly estava bem a minha frente.


— Tchau Alexander... — Acenava para mim com a mão pequena chacoalhando no ar e o olhar esverdeado um tanto decepcionado.


Ao chegar ao corredor longo detive-me esperando Molly sair do quarto de Mel. As duas falavam algo em voz baixa e pensei em tudo o que a garotinha havia me contado. Sorri com certa emoção ao saber que confiava e gostava de mim realmente. Melany também era muito querida para mim de um modo novo e inédito, uma vez que se apegar a crianças não era bem o meu forte. Nunca gostei muito delas até conhecer a menininha que mexia comigo de forma meiga e inigualável.

Um pequeno anjo que por acaso era a filha da mulher que mais me odiava no mundo.


— Quando permiti que viesse visitar minha filha pensei que tivesse deixado bem claro que era para ser em minha presença — Molly estava parada perto da porta com os olhos em mim de forma confusa.


— Na verdade sou um pouco lento para compreender sentenças não especificadas — Coloquei as mãos nos bolsos da calça — Se não for devidamente explicito não saberei identificar sua intenção por trás da frase. É uma coisa que geralmente acontece com todos os homens, sabe como é...

A expressão desconcertada deixava claro que Molly não tinha nenhuma prática com o universo masculino e desconhecia por completo tudo o que eu estava dizendo de maneira proposital.


Respondi de tal forma para ver como iria explicar a conexão que possuíamos por apenas um olhar. Para mim era totalmente transparente o que ela estava pensando quando nos encarávamos quase como se o que passasse por sua cabeça também passasse pela minha.

Em Nome do Amor - Querido Secretário (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora