07|Invasão

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Caminhamos rápido pelas vielas estreitas até chegar a quadra. E assim como no último dia o local estava uma zona.

No som alto toca Troféu do Ano-Jerry Smith.

---... Parabéns novinha tu ganhou o troféu do ano!... ---Cantamos dançando até o chão.

---...Pra mim você é a número um!

---Ei rapaz, que negocio é esse aqui? ---O Tito chega tentando botar moral.

---Nós estamos dançando, está cego? ---Digo e ele sorri revirando os olhos.

---Calma ai patroa!---Ele abraça minha amiga pela cintura.

---Vou procurar outro lugar já que você resolveu roubar minha amiga.

---Ruivinha, ele mandou dizer que está lá no planalto.

---Ele quem?--- Me finjo de sonsa.

---O Grego, quem mais poderia ser?

***

Subo pela trilha de grama verde com passos lentos. O Grego esta de costas, seus músculos das costas tensionados. Ele segura a grade de proteção enquanto olha para o céu distraído.

---Olhando Vénus de novo?--- Digo baixo, fazendo com que ele me olhasse e desse aquele sorriso arrasador.

---Nunca me canso de olhar pra ela, assim como não me canso de olhar pra você. ---Fico ao seu lado só que de costas para o céu.

---Onde está sua família, sua verdadeira família, Grego?---Pergunto pois a curiosidade está me matando.

---Roma.--- Ele diz apenas isso e olha perdido para o nada como se tivesse lembrando de alguma coisa.

---A quanto tempo você não vê eles?

---8 anos. Muito tempo na verdade.

---Tempo demais para passar longe de alguém que se ama. ---Eu completo e ele assente. ---Eles sabem?

---De que?---Estreita as sobrancelhas.

---Que você é o chefe do morro do alemão?

---Não. Não quero que eles saibam. Podemos mudar de assunto, por favor?--- Ele pergunta e eu assinto.

---Claro. ---Ficamos em silencio por um tempo até que ele fala:

---Desde que rolou nosso primeiro beijo eu não consigo te tirar da minha cabeça. ---Sorrio discretamente.

---Quantas vezes vou ter que falar que esse seu papinho não cola comigo?---Pergunto cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha.

Ele gargalha.

---Não é papinho. Você sabe que não é. ---Sua voz é fria, o que me causa calafrios.

---Ultimamente eu não sei de mais nada. ---Suspiro.

---Sim, você sabe. ---Ele se aproxima de mim colando nossos corpos. ---Você sabe que se fosse só um brinquedinho pra mim eu ja teria comido e caído fora. ---Suas mãos vão para a minha cintura possessivamente. ---Mais sabe porque eu não fiz isso?

---Você não fez isso por que eu não sou a porra de um brinquedo. --- Eu nego com a cabeça, me perguntando por que diabos ainda estou aqui depois desse comentário machista.

---Eu não fiz isso porque você é minha! Desde o momento em que eu te vi eu sabia que você será minha.

Se um dia eu tive pernas eu não sei, pois as mesmas estão parecendo que são feitas de gelatina.

O Príncipe Do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora