Entrada para o mundo da loucura

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POV KELLY

Como de costume, acordei e preparei um chá para tomarmos logo pela manhã. Era tradição da família. Não sei como começou. Isso existe muito antes de eu nascer, pelo que entendo. Só sei que amo chá! Hoje estou vestindo minha roupa favorita. Um vestido azul, um laço azul na cabeça e, claro, que por cima dele, um chapéu que meu pai havia feito para mim. Afinal, é esta a profissão dele, um famoso chapeleiro. Não posso discordar, seus chapéus são incríveis. Meu pai quer que eu prossiga com sua profissão, mas por enquanto, prefiro ficar fazendo um dos meus passatempos favoritos, jogar cartas. Elas, de algum modo, me atraem, principalmente, as cartas de copas. Outro passatempo que eu gosto é ler. Amo ficar no jardim entre as flores, lendo. Ás vezes me distraio olhando para as flores, e penso, como elas seriam se falassem.

Meus pais me criam de forma muito livre. Eles não se importam muito com o que eu vá fazer. Sinto que sou diferente das pessoas da vizinhança. Tenho alguns surtos meios bipolares, ou de loucura, mas um dia meu pai contou-me um segredo que contara para minha mãe, certa vez em relação aos loucos: as melhores pessoas são. Depois disso, não ligo mais em ser a pessoa mais louca daqui, embora, acho que meus pais são bem mais que eu. A única coisa que minha mãe diz pra mim é para eu aproveitar cada momento, porque, como um amigo disse para ela, o eterno, pode durar apenar um segundo. Somos pessoas normais, exacerbadamente felizes. A única coisa que eles me proíbem é de chegar perto de um poço que construíram em um buraco que minha mãe havia caído um dia. Acho que eles ficaram com algum tipo de trauma.

Estamos a ir para uma festa da vizinhança organizada pelo meu pai, onde ele vende seus lindos chapéus e, claro, o ponto principal é chá. É uma celebração com mesas gigantes, no qual todos se reúnem para tomar um chá da tarde, com bolinhos, salgadinhos, e muito chá. Como sou boa com decorações, fiquei responsável para organizar esta parte. Fiz questão de fazer jogos para entreter a todos, principalmente, as crianças, que por sua vez, ficam facilmente entediadas. O lugar é um terreno amplo, com um jardim, várias flores e próximo a um labirinto sem saída onde iremos armazenar as coisas para a festa.

Um pouco antes da festa

Como sempre estou aqui a trabalhar sozinha, as pessoas não gostam de conviver comigo, me acham estranha. Preferem não ficar na minha companhia. Só vou atrapalhá-los.

-Kelly, pegue o chá especial para mim, por favor. - pediu minha mãe, Alice.

-Certo! - respondi, indo correndo pegar o que ela me pediu.

O que eu não esperava era que eu me perderia no labirinto. Estou perdida há um tempo. Creio que quando perceberem virão atrás de mim. E sinto como se ele estivesse mudando. Consegui chegar o final do labirinto sem saída, mas, né, é sem saída. Até que olhei para trás e corredor no qual eu havia passado se fechou. Não tinha para onde ir. Será que eu conseguiria escalar o muro da saída para passar...? Resolvi tentar. Assim que pus minha mão na parede, ela atravessou, tentei retirá-la, porém não conseguia. Comecei a puxá-la e então, comecei a ser sugada para dentro do muro.

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