Friends - Ed Sheeran
Não somos, não, nós não somos amigos
Nem nunca fomos
Nós apenas tentamos manter esses segredos à luz
Mas se eles descobrirem, tudo vai dar errado?
E Deus sabe, ninguém quer que isso aconteçaEntão eu poderia tomar o caminho de volta,
Mas, seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu conheço você,
Você deve me amar, você deve saberAmigos dormem em camas diferentes
E amigos não me tratam como você me trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas, meus amigos não me amarão como você ama
Não, meus amigos não me amarão como você amaNós não somos amigos
Nós poderíamos ser qualquer coisa, se nós tentássemos,
Para manter esses segredos seguro
Ninguém vai descobrir
Se tudo deu errado
Eles nunca saberão
O que nós passamosEntão eu poderia tomar o caminho de volta,
Mas, seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu conheço você,
Você deve me amar, você deve saberAmigos dormem em camas diferentes
E amigos não me tratam como você me trata
Bem, eu sei que há um limite para tudo
Mas, meus amigos não me amarão como você ama
Não, meus amigos não me amarão como você amaMas, novamente
Se nós não somos amigos
Alguém pode te amar também
E, novamente
Se nós não somos amigos
Não haverá nada que eu possa fazerE é por isso que os amigos devem dormir em camas diferentes
E amigos devem me beijar como você beija
E eu sei que há um limite para tudo
Mas, meus amigos não me amarão como você ama
Não, meus amigos não me amarão como você ama
Oh, meus amigos nunca vão me amar como você ama♫
Estávamos de novo naquele barzinho. Eu, Judy e Julie. Éramos inseparáveis desde o colégio.
Estávamos sentados em uma mesa no centro do bar, como nos velhos tempos.
Fiz um comentário sobre como aquele lugar decaíra com o passar dos anos e que estava virando um motel, levando-se em consideração a quantidade de pessoas se comendo pelos cantos.
- Você realmente precisa transar, Steve. - Judy sempre dava pitacos na minha vida amorosa (ou na falta dela). - Deixa a galera ser feliz.
Eu revirei os olhos.
- Eu preciso de um lugar novo pra ir, isso sim.
- Está tarde, vamos indo? - Julie se manifestou antes que Judy fizesse mais um comentário sobre minha vida romântica.
- Vamos. - eu concordei olhando no relógio.
- Vocês dois já foram melhores. - Judy levantou revirando os olhos. - Sexta que vem darei a glória da minha presença novamente. - Se despediu e foi embora.
Nos encontrávamos todas as sextas naquele mesmo lugar desde a época de colégio, em que falsificávamos nossas identidades para poder entrar e pedir umas bebidas.
Aquele lugar me trazia muitas lembranças.
Meu primeiro porre.
Meu primeiro beijo.
Minha primeira briga.
Cada partezinha daquele velho bar trazia uma lembrança.
Eu vim pra cá junto com Julie, a busquei no trabalho e encontramos Judy aqui.
Estava no carro com Julie.
Íamos em direção sua casa. Nenhuma palavra foi trocada entre nós até boa parte do trajeto.
Ela estava encolhida no banco e encarava a rua por sua janela.
Eu a conhecia muito bem e sabia que algo estava errado.
- Você e John brigaram de novo? Esteve quieta durante a noite toda. - falei, quebrando o silêncio.
- Eu não quero discutir isso com você. - ela não me olhou para responder.
- Como se a gente nunca tivesse falado sobre isso, né, Julie? - falei indiferente.
Chegamos em frente ao seu apartamento e o silêncio imperou por uns minutos.
- Você vai subir? - ela me olhou, talvez pela primeira vez nessa noite.
Respondi desligando o carro e abrindo a porta.
Ao entrarmos no elevador ela ficou de frente pra mim e me encarou.
- Estava com saudade. - ela parecia olhar além de mim. Ela sempre viu além de mim.
Seus olhos estavam tristes e sua voz levemente embargada.
- Eu também, J. - falei, tomando-a para mim e aniquilando a distância entre nós.
Toda vez que eu a abraçava, me sentia em casa e dessa vez não foi diferente.
O elevador chegou no andar dela e adentramos seu pequeno e aconchegante apartamento.
Ela segurava minha mão e me guiava até seu quarto, como se essa fosse minha primeira vez lá e eu não soubesse o caminho.
Ela me sentou na cama e se sentou em meu colo, de frente pra mim.
- Eu realmente senti sua falta. - ela mantinha seu olhar triste sobre mim.
- Eu acredito em você. - sussurrei à ela em meio a escuridão de seu quarto.
Ela me beijou, doce e lentamente. Ela segurava meus cabelos e acariciava minha nuca enquanto eu mantinha meus braços envoltos em sua cintura.
Nossos corpos se encaixavam, nossas línguas se conheciam, nossos cheiros se misturavam. Era como estar em casa.
Após longos minutos aos beijos, ela se afastou.
- A gente não pode continuar a fazer isso. - ela manteve a testa grudada na minha.
- Eles nunca vão saber. - rocei meus lábios nos dela. - A gente já passou por muita coisa e eles nunca vão saber.
Ela voltou a me beijar, mas dessa vez havia certa necessidade em nossos movimentos.
Eu a tomei em meus abraços e naquela noite, nós nos amamos como dois amigos não se amariam.
Meu primeiro porre; foi junto com ela.
Meu primeiro beijo; foi dado por ela.
Minha primeira briga; foi culpa dela.
Eu tinha certeza que amigos não faziam o que a gente fazia. Mas era tarde demais para parar.
Acordei na manhã seguinte com ela meus braços.
Ela me abraçava forte, mesmo que estivesse dormindo. Ela parecia com medo que eu fugisse.
Como eu poderia fugir dela? Ela era minha casa.
Seus olhos se abriram lentamente. Ela ainda me abraçava.
- Temos que parar de fazer isso. - ela disse, sonolenta. - John gosta de mim de verdade.
- Fazemos isso desde os quinze anos de idade.
- E desde os quinze anos de idade não temos relacionamentos furtivos. - ela disse calmamente. - Você acha que algum dia ele vai me amar como você me ama?
- Você acha que algum dia vai amá-lo como você me ama?
- Acho que vamos ter que descobrir. Isso se até lá eles não descobrirem.
- Se não descobriram em 9 anos, não descobrirão mais. - dei de ombros. - Nunca deu errado.
Não queria encarar a realidade aquela hora da manhã.
- Amigos não fazem o que a gente faz. - ela me encarou com aqueles lindos olhos, porém ainda tristes.
- Eles também não se amam como a gente se ama.
Ela me deu um beijo, longo e delicado. Se levantou e foi tomar banho.
Eu sabia que aquela era minha deixa, me arrumei, peguei minhas coisas e fui embora.
Até sexta que vem, pensei comigo.
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A música que conta história
RomanceDentro de uma música há uma métrica de acordes, tons, instrumentos e principalmente histórias. Assim como nós, as canções são muito mais complexas e profundas do que aparentam. Cada capítulo desse livro será baseado em alguma música diferente. A...