único

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Estava com meu quinto (ou seria sexto?) cigarro na boca, eu já não aguentava mais de tanto tédio, realmente achei que não seria uma má ideia sair com o pessoal da banda pra comemorar o fato de que finalmente faremos um show de verdade em um local decente e com pessoas que realmente curtem nosso som.

Porém depois de algumas horas bebendo e assistindo os desgraçados dos meus colegas de banda sumirem com seus respectivos parceiros de "foda" comecei a me perguntar porquê me prestei a esse papel ridículo de gastar a porra do meu tempo aqui ao invés de ter ficado no meu apartamento, sendo mais específico, ter ficado na minha cama confortável.

Fui tirado da minha discussão interna quando senti algo esbarrar em mim com muita força e meu cigarro ser derrubado. Só processei que era alguém quando a pessoa foi ao chão e escutei um murmúrio de dor.

Apesar de milhares de palavrões passarem na minha cabeça a primeira coisa que fiz foi estender uma mão ao desconhecido que parecia tão confuso com o que havia acabado de acontecer quanto eu. Escutei ele sussurrar um pedido de desculpas e um obrigado com uma voz que diga-se de passagem era adorável.

Apesar da pouca iluminação do beco analisei o garoto a minha frente, e oh, ele era até que bonitinho se posso classificar assim. Alto, cabelos avermelhados, provavelmente tingidos porém ainda sim muito bonitos, pele levemente bronzeada e olhos vermelhos.

Não tive tempo de analisar muito mais que isso pois comecei a escutar vozes altas e passos rápidos vindo na direção que estávamos. A expressão do garoto em minha frente automaticamente se transformou em desespero puro.

— Parece que alguém aqui está com problemas, uh? – Falei imaginando em que tipo de encrenca esse cara pode ter se metido.

— Talvez. – Ele respondeu com a voz tremendo levemente.

Agarrei o pulso do garoto a minha frente e o puxei junto comigo para trás de uma caçamba de lixo que havia ali, numa parte bem escura da viela. Quando o menino de cabelos vermelhos ousou em abrir a boca pra falar algo tratei imediatamente de tapar a mesma com uma de minhas mãos enquanto com a outra eu fazia um gesto pedindo pra que ele ficasse quieto.

Depois de alguns segundos escutamos os passos cessarem e consegui ver dois jovens altos, com portes bem atléticos e eles não pareciam nenhum pouco amigáveis, ouvi os dois conversando entre si de forma bem agressiva, pelo que pude perceber eles estavam falando sobre o garoto ao meu lado. Ficamos um tempo agachados até os dois simplesmente sumirem, provavelmente indo procurar o bonitinho aqui em outro lugar.

Suspirei aliviado, aqueles caras não pareciam nenhum pouquinho amigáveis, finalmente tirei minha mão que cobria a boca do garoto ao meu lado e me levantei saindo de trás daquela caçamba.

— Eu juro que eu não fiz nada. Meu deus, se eles me encontrarem eu tô mortinho!– Ele começou a balbuciar sozinho e desesperado.

— Ow cara, relaxa aí. – Tentei acalma-lo. – Quem eram? Você deve ter feito algo muito ruim, eles não estavam parecendo muito felizes.

— Eles são do meu colégio, eles só estão assim porque um deles acha que eu fiquei com a namorada dele, mas eu juro que não fiz nada! Nem de mulher eu gosto. – Explicou meio desesperado e voltou a seu monólogo desesperado. – Eu tô morto, tô morto.

O garoto estava tão assustado que eu fiquei até com pena, porém não consegui segurar a risada com sua frase.

— Cara, fica tranquilo, não vai acontecer porra nenhuma, eles são só uns babacas covardes de merda.

— Eu realmente espero isso, eu só quero minha casa. – Vi ele suspirar, parecia bem cansado mesmo. Ele sorri e diz. – Aliás meu nome é Kirishima, desculpe minha falta de educação e não ter me apresentado antes, eu estava meio desesperado pra pensar nisso.

Não consigo evitar sorrir de volta e acabo me apresentando também.

— Sou Bakugo, n- – Antes que eu pudesse continuar e dizer ao ruivo para não se preocupar com isso vejo a expressão do mesmo mudar e ele chegar mais perto de mim e me encarar com surpresa.

— Katsuki Bakugo?– Kirishima pergunta com a voz um pouco elevada.

Aceno em sinal de concordância porém ainda muito confuso com a reação repentina de Kirishima. Ele abre um sorriso e vejo seus olhos brilharem.

— Eu não acredito. Eu amo a Leathermouth, o som de vocês é foda cara!

Sinto meu rosto corar, algo bem raro, e não consigo dizer nada, fico em um pequeno estado de choque. Eu fui reconhecido por alguém por conta da minha banda pela primeira vez, esse é o momento mais feliz e vergonhoso da minha vida até agora.

O garoto ruivo parece não perceber minha vergonha e continua falando sozinho, sobre como ama as musicas da banda e o quanto, segundo ele, somos talentos e como ele estava feliz por ter me encontrado.

Dou uma checada no meu celular e vejo que já se passam das três horas da manhã e automaticamente já me dirigo ao garoto animado a minha frente.

— Acho que já deu minha hora, foi bom ter te conhecido Kirishima, tome mais cuidado daqui pra frente, sim? – Digo já colocando as mãos dentro de minha jaqueta e as esquentando.

— Prometo tomar mais cuidado. Desculpe por atrapalhar sua noite e obrigada mais uma vez. – Suas bochechas tomam uma coloração rosada o deixando extremamente fofo. – Ah, posso te pedir algo?

Ele estava tão adorável que só consegui balançar minha cabeça igual um idiota concordando.

— Você pode me passar seu número? Tudo bem se não quiser, entendo se achar que é algo muito pessoal, é só que eu te acho tão legal e você foi tão gentil, e sua banda é ótima, você canta tão bem, meu Deus o que eu to falando? Desculpa.– Ele ficou mais vermelho ainda, se é que isso é possível.

Apenas ri pegando o celular esquecido em suas mãos e colocando meu número no aparelho.

— Até mais Kirishima, você é fodidamente adorável.

Me despedi deixando pra trás o ruivo totalmente corado. Parece que valeu a pena ter saído de casa essa noite.

💀

hey amores, esse é o primeiro plot que escrevo e não desisto, espero que não esteja tão ruim pois a última vez que escrevi algo foi a uns cinco anos atrás e nunca tive coragem de postar nada. espero que tenham gostado!
all the love, vanis

Punk • AU! KiribakuOnde histórias criam vida. Descubra agora