The Girl Who Wanted More • Maze Runner

Ninguém Pode Me Salvar

Palácio dos Cranks.

          Amanda olha para os dois guardas e começa a rir. Ela arranca olhares confusos e de preocupação de todos os presentes ali.

-Tem certeza que ela já não está insana?- murmura um dos guardas.

-Ela não esta, só está nervosa. - diz Minho e bufa. -Ela ri quando está nervosa. Deixem ela.

-Eu vou...- diz Amanda entre suas risadas desesperadas e um tanto assustadoras. -Eu vou matar o Newt.

-Amanda...- diz Brenda colocando a mão no ombro da garota. Amanda se afasta da mão da amiga, e se vira para os guardas, agora séria.

-Onde é que ele está?- ela diz. Um dos guardas bufa.

-Não ouviu o que disse? Ele não quer ver vocês! - disse o guarda.

-To pouco me fudendo pro que você disse!- gritou Amanda, arrancando olhares curiosos dos outros Cranks. -Me leve até ele. Agora.

-Fizemos nossa parte. Queremos o dinheiro!- disse o outro guarda.

-Se não me levar até o Newt agora, tudo o que vai ganhar é uma bala no meio da sua testa!- disse Amanda. O guarda arregala os olhos e da um passo pra trás.

-Não precisa se estressar, moça.

-A cada segundo perdido aqui, é uma chance a mais deu acabar com a vida miserável de vocês dois.-diz Amanda, seus olhos fuzilando ódio. -Me levem até ele. AGORA!

        Os dois guardas se viraram,
tropeçando e trombando um com o outro, e começaram a andar. Minho riu baixinho, e Thomas estava de boca aberta.

-Não conhecia seu lado violento.-diz Minho no ouvido da garota.

-Quando se trata de pessoas importantes pra mim, ah, você não faz ideia do que eu sou capaz. - murmura Amanda começando a seguir o guarda a sua frente.

          Andaram mais um pouco, e logo os guardas pararam e se viraram.

-Queremos pelo menos metade do dinheiro agora.-diz um deles.

-Escuta aqui...- começa Amanda, mas Jorge a corta, ficando em sua frente.

-Pagamos o dobro se nos escoltarem até o Berg.

-O triplo. E queremos um adiantamento.- diz o guarda.

-Feito.- diz Jorge. -Agora, onde ele está?

-Está ali.- o guarda aponta.

          Amanda podia ver a silhueta de Newt. Era ele. Ele estava ali.

-Vamos.-ela murmurou e começou a andar. Logo sentiu a mão de Minho apertar a sua.

-Estou com um mau pressentimento sobre isso.- Murmurou ele.

-Bem, somos dois.- respondeu Amanda apertando a mão do amigo.

            Abriram caminho entre as pessoas, passaram entre outras dopadas e caidas no chão e ninguém pareceu notar a presença deles ali.

-Não gosto desse lugar.- murmurou Minho.

-Vamos pegar Newt e dar logo o fora daqui.- diz Amanda.

          Newt estava de costas pra eles, e quando se aproximaram, escutaram a voz do garoto ecoando alta pelo local.

-Disse que era pra vocês, malditos trolhos, darem o fora daqui!

        Minho e Amanda param, e Thomas e Brenda se chocam contra eles.

-Precisamos falar com você.- disse Minho andando alguns passos, soltando a mão de Amanda. Ela não conseguia se mover. Estava estacada.

-Não se aproxime mais.- respondeu Newt.

-Newt...

        O garoto se vira para encara-los. Podiam ver um lança granadas em sua mão, e por mais que os olhos do garoto estivessem cheios de ódio, Newt ainda não havia sido tomado pela loucura. Os olhos do garoto param sobre Amanda, e ele ri com sarcasmo.

-Parece que eu já enlouqueci de vez. Estou vendo até gente morta.

-Eu não morri, Newt.- diz Amanda se aproximando de vagar. -Eu estou bem aqui. Viva.

-Ótimo, agora minha própria mente esta tentando me enganar. Maravilha. Deem logo o fora daqui antes que algo ruim aconteça.

-Droga, Newt!- diz Amanda, sua voz embargada e seus olhos cheios de lágrimas. Sua próxima frase sai tão baixa que Newt quase não ouviu. -Eu to viva. Eu to aqui por você.

-Não. Eu vi você morrer.- ele diz dando dois passos pra trás. Amanda se aproxima dele e segura seu braço.

-Eu pareço morta pra você?- ela diz baixinho. A arma cai da mão de Newt, e Amanda coloca seu pé sobre ela e a chuta pra Minho, que logo a pega.

-Você... Não morreu?- diz Newt. Amanda podia ver ir embora toda a raiva de seus olhos e ele voltar a ser o mesmo Newt de sempre. O seu Newt.

-Não...- ela sussurra.

-E esse tempo todo e nunca tentou nos achar?- diz ele, a raiva voltando em seus olhos. Ele tira seu braço com força da mão de Amanda e da um passo pra trás. -Foram mais de dois meses, e você nunca fez nada pra nos achar. Sem contar que mentiu pra gente quando estavamos no maldito labirinto!

-Newt, você não entende...- diz Amanda se aproximando, mas Newt a fuzila com o olhar e ela para de andar.

-Não entendo o que, Amanda? Que mentiu para todos nós? Que foi pro maldito labirinto com suas malditas memórias e mentiu pros seus malditos amigos?- ele grita com ódio. Amanda estremece e da um passo pra trás. Newt se aproxima dela e a puxa pelo braço. Amanda entra em pânico, e ao ver o olhar cheio de medo da garota, Newt a solta. -Me desculpe. Não queria te machucar.

-Newt...- ela começa mas ele a corta.

-Vão embora! - ele diz e se vira.

-Não posso!- grita Amanda. Newt se vira pra ela. -Você pode não ter suas malditas memórias do que aconteceu antes do labirinto, mas eu tenho! Eu tenho, Newt, ta tudo aqui, na minha cabeça! Lembro do primeiro dia em que te vi, lembro de todos os nossos momentos juntos. Lembro de tudo. E se, pra você, o que aconteceu entre a gente no labirinto não é o suficiente pra você lutar pela sua vida, os oito anos e 10 meses em que passamos juntos são o suficiente pra mim, o suficiente pra eu nunca desistir de você.

-Amanda. Va. Embora. Por favor. Estou te implorando. Eu não quero te machucar.- diz o garoto. Amanda se aproxima dele, colocando suas mãos no seu rosto, o fazendo olhar pra ela.

-Você não vai me machucar. Eu sei disso. Por favor, Newt, você tem que me deixar te ajudar.- ela implora, seus olhos cheios de lágrimas.

-Você não tem como me ajudar, Amanda, eu contrai o Fulgor! Tem noção do como está sendo difícil permanecer calmo aqui? De não deixar que o vírus tome logo conta da minha maldita mente?- diz Newt tirando as mãos da garota de seu rosto e as apertando de leve. -Por favor. Va embora.

-Você não pode fazer isso. Não pode.- diz Amanda, sentindo seu corpo ferver. Ela arranca suas mãos das de Newt, dando um passo pra trás. -Eu jurei no dia em que te conheci que iria encontrar uma cura pra esse maldito virus, e sabe o por que?- grita ela apontando para o rosto do garoto.- Por que eu te amo, droga! Te amo desde o primeiro dia em que te vi. E agora que estou tão perto de te salvar, você quer desistir? Abrir mão se tudo? De nós? Esse não é o Newt que eu conhecia.

-Não existe cura!- grita Newt, a raiva em seus olhos. -E você tem razão. Não sou o Newt que você costumava conhecer. Ou antes do labirinto ou o que conheceu no labirinto. Esse Newt morreu. E só sobrou o Newt que está ficando mais insano a cada dia. Agora, vão embora. Eu não vou com vocês. E desista dessa maldita cura, Amanda. Você não pode me salvar, você não é Deus! Ninguém pode me salvar.