Eu sentia seus dedos deslizando sobre minha pele. Seu toque fazia todos os meus pelos arrepiarem. Seu boca em contato com meu pescoço me fazia revirar os olhos. Eu e você éramos como música e melodia.
Você me beijava com desespero, como se fosse a última vez que faria isso. Minha respiração já estava descompensada, eu já não tinha mais certeza do que estava fazendo.
“Anda! Acorda!” A imagem que eu estava enxergando foi se tornando um grande borrão na medida que eu sentia meu corpo sendo cutucado. Despertei assustado e não tive tempo de pensar em nada, apenas puxei a almofada que minha cabeça estava acomodada e coloquei sobre o colo, escondendo minha ereção. Ao meu lado estava Gabriel Jesus e Firmino com um sorriso maroto nos lábios.
“Caralho, a gente não pode mais nem dormir em paz?” Perguntei irritado. Ultimamente eu andava muito cansado devido aos treinos em preparação aos próximos jogos, já não sentia que tinha vinte e seis anos nas costas.
“Calma aí, senhor agressivo.” Firmino disse logo depois que cessou a risadinha. “Só viemos te acordar porque já chegamos no hotel, ou você quer uma viagem de volta pro aeroporto?” E foi aí que me toquei que eu ainda estava no ônibus. Os dois rapazes deram com os ombros antes de saírem rindo pelo corredor, se retirando logo em seguida do ônibus.
Olhei pela janela e pude ver a enorme fachada do hotel. Haviam algumas pessoas com vários cartazes e outras com a bandeira do Brasil pintada no rosto. Me levantei do assento e ajeitei meu membro para evitar que ficasse marcado na calça. Fiquei de frente para os compartimentos sobre as poltronas e puxei minhas duas malas que estavam ali e comecei a andar em direção a saída do ônibus.
Logo que pisei na calçada, senti minha visão clareando devido aos diversos flashes que saiam das câmeras. Os gritos eufóricos preenchiam minha audição e me faziam querer sair dali o mais rápido possível. Eu não era assim, gostava de atender todos os meus fãs, mas hoje em particular eu estava um porre. Não queria saber de nada e de ninguém, apenas queria poder dormir o dia inteiro.
Me apressei em passos largos em direção a entrada do hotel e pude ver alguns dos jogadores da seleção espalhados pelo hall. Procurei Firmino por todos os cantos e não achei, nem ao menos o Gabriel. Um funcionário se aproximou de mim e pediu permissão para pegar minhas malas, assenti com a cabeça e fui em direção a recepção.
“Philippe Coutinho Correia” A mulher de cabelos amarrados em um rabo-de-cavalo disse. Respondi que era eu e a mesma começou a escrever alguma coisa no teclado. “Por gentileza, poderia pressionar seu dedo indicador nesse aparelhinho?” A morena puxou um aparelho digital que era ligado diretamente no computador. Estiquei meu dedo coloquei sobre o aparelho. “Aqui está! Obrigada!” Ela me disse esticando a credencial com meu nome e o número do quarto escrito. Sorri educadamente para a moça e fui em direção aos elevadores, quando vi que um já estava prestes a chegar.
Eu cantarolava uma música qualquer enquanto batucava meus dedos contra minha perna, mas minha atenção foi furtada pelo barulho indicando que o elevador já se encontrava ali. Levantei a cabeça e para minha surpresa você estava ali. Uma corrente elétrica passou por todo meu corpo, fiquei completamente arrepiado. Você sorriu pra mim e disse algo, mas eu estava pensando em outra coisa.
“Couto? Está tudo bem?” Neymar perguntou me fazendo sair do transe. Sorri envergonhado para o garoto e cocei a nuca.
“Tá tudo bem sim” Menti. “Estou só um pouco cansado. Bom, se não se importa vou ir descansar um pouco!” Respondi Neymar tomando iniciativa para entrar no elevador, mas fui impedido pela mão do maior que segurava meu braço, me fazendo virar para trás com o semblante confuso. “O que foi?”
“É… bem… mais tarde se você estiver melhor, podemos dar uma volta? ‘Pra conhecer a cidade…” Neymar parecia se embolar com as palavras antes de terminar a frase.
“Bom, vou ver o que eu faço pelo senhor, Júnior.” Disse me livrando rapidamente do moreno e entrando rapidamente no elevador. Apertei o botão número cinco e esperei as portas fecharem para poder enfim suspirar aliviado. Eu estava evitando Neymar a algumas semanas quando me peguei tendo sonhos com ele, no começo eram sonhos normais mas depois foram se intensificando. O sonho que tive hoje antes de descer do ônibus poderia ter sido com ele, a julgar que eu não conseguia me lembrar quem estava comigo.
[...]
Assim que sai do banho escutei meu celular apitar no criado mudo. Fui até o outro lado do quarto e me sentei na cama.
neymar:
(21:45) cadê você?
(21:46) coutinho esporro que não tenha morrido
(21:46) espero***
(22:05) qual é o número do seu quarto
(22:05) pq eu tô te perguntando as coisas se nem ao menos vc me responde????
Apenas olhei pela barra de notificação e coloquei o celular novamente em cima do criado mudo. Aproveitei que já estava ali e liguei o abajur deixando o quarto com a iluminação baixa. Fui até minhas malas que já estavam em um canto do quarto e as coloquei em cima da cama. Comecei a tirar tudo que estava ali dentro e colocar dentro do guarda roupas. Separei um conjunto de moletom e deixei sobre a cama. Assim que terminei de guardar as roupas no guarda roupa, peguei uma das diversas cuecas boxer pretas que eu havia trazido e retirei a toalha, deixando ela caída ao lado da cama. Vesti a peça com facilidade e peguei a blusa moletom. Ergui os braços para vestir o moletom mas me assustei com o barulho de uma possível campainha que eu não sabia que existia naquele quarto.
Terminei de vestir a blusa e fui em direção a porta, abrindo ela completamente para ver quem estava do outro lado.
“CÉUS, VOCÊ ESTÁ VIVO.” Neymar que antes estava do lado de fora agora já estava dentro do quarto, me deixando plantado ali. Fechei a porta e olhei para o garoto como se estivesse esperando por uma explicação. “Eu te mandei um milhão de mensagens e você não me respondeu, achei que tinha morrido.”
“Neymar, você é muito dramático.” Revirei os olhos indo até o interruptor de luz e acendendo a luz do quarto. “Eu… apenas dormi demais e quando acordei fui tomar banho, ué. Não está vendo que nem estou vestido?” Disse apontando para minha pernas que estava apenas coberta pelo pano da boxer. Eu podia sentir o olhar de Neymar sobre meu corpo, como se analisasse cada centímetro. Senti meu corpo inteiro tremer e minhas bochechas esquentarem.
Meu corpo já estava começando a reagir por si só e eu não sabia o que fazer. Eu estava prestes a passar o maior vexame do mundo.

VOCÊ ESTÁ LENDO
bad liar (neymar+coutinho)
Lãng mạnEm hipótese alguma eu me imaginei pensando em você vinte e quatro horas por dia. Você tem um efeito sobre mim inexplicável. Eu tento te ver apenas como um amigo, mas fica difícil quando eu quero estar apenas com você. Talvez o meu maior erro foi te...