Salvação

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Denver.

E então, um baque ecooa por todo o quarto.

        A porta é aberta, e Mary entra acompanhada de Teresa, Minho, Gally e Thomas. Ela tinha um frasco com um líquido azul em suas mãos, e ao ver a cena que se encontrava dentro do quarto, arregala os olhos.

-AMANDA!-  diz a mulher, mas Amanda a ignora; continua com a arma apontada para Newt, seus olhos cheios de lágrimas. -Solte essa arma, Amanda.

-Não escute ela!- grita Newt.-Me mate, agora, Amanda! Não existe cura!

-Eu achei a droga da cura!-grita Mary.- Abaixe isso!

-Não...- diz Amanda, sua voz cheia de magoa. -Newt tem razão. Não existe cura. Eu não consigo ve-lo assim. Não consigo. Preciso por um fim ao seu sofrimento.

-Droga, Amanda! Mary achou a cura! Abaixe essa arma!- gritou Minho.

-Não se metam nisso!-gritou Newt se levantando.

-Segurem ele.- diz Mary para Minho e Gally, e os dois vão até Newt que começa a tentar ir para cima deles, porém, os dois garotos o contem.

        Teresa pega a seringa da mão de Mary, e vai até Newt.

-Pare!- grita Amanda apontando a arma pra Teresa. Teresa para de andar e olha para sua irmã.

-Tom, pegue aqui.- ela diz estendendo a seringa a Thomas, que logo a pega. Teresa e Thomas trocam olhares. -Vá.

-Eu disse pra parar!- diz Amanda. Teresa se aproxima aos poucos de Amanda, que aponta a arma para Teresa.

-Sei que não quer usar isso, Amanda.- diz Teresa, tentando distrair sua irmã dos gritos e suplicas de Newt para que o matassem. -Sei que quer somente ajudar Newt. Então, Amanda, por favor, nos deixe tentar salva-lo.

-Não existe cura, Teresa...- diz Amanda baixinho, lágrimas escorrendo por suas bochechas. Teresa tira cuidadosamente a arma da mão de Amanda, a passando para Mary.

-Nós descobrimos, Amanda.- diz Teresa. -Descobrimos a cura. Você vera.

-Não existe maldita cura nenhuma!- gritou Newt. -Não ouse espetar essa agulha em mim, Tommy!

-Me de essa merda.- diz Amanda arrancando da mão de Thomas a cura.

-Amanda, não faça isso!- grita Thomas.

-Jogue esta droga fora!- gritou Newt.

        Amanda olha pra Newt.

-Sinto muito, Newt.- ela murmura antes de enfiar a agulha no braço do garoto, apertando a ampola até que todo o líquido tivesse sumido. Todos olham surpresos para a garota; achavam que ela não faria isso. Mas somente ela era capaz de entender que era egoísta demais para deixar Newt morrer sem ao menos tentar algo para que ele melhorasse.

-Eu te odeio.- diz Newt, seu olhar cheio de raiva. -Devia ter me deixado morrer!

-Não! Você não pode entrar na vida das pessoas e depois querer se matar desse jeito, como se elas não fossem se importar! Droga, Newt!- ela grita com ódio.

-Vamos deixa-lo sozinho.- diz Mary. -Se a cura fizer efeito, vamos saber em algumas horas.

          Todos saem do quarto, deixando o loiro irritado sentado em sua cama. Já conseguiam ver a marca do fulgor diminuindo em seu pescoço.

          O quarto foi ficando vazio, e Amanda se vira para sair, mas Newt a chama.

-Amanda.- Amanda o olha. -Obrigado.

-Sabe, Newt, é isso que significa amar alguém. Lutar por essa pessoa até o fim.- diz ela antes de sair, fechando a porta atrás de si.

{...}

         Amanda escutava atentamente as palavras de Mary sobre como ela e Teresa haviam descoberto a cura; mas, no fundo, Amanda nao estava muito confiante. Todas suas esperanças haviam acabado.

-Você não me parece muito confiante, Amanda.- diz Mary e Amanda suspira, abaixando a cabeça para olhar para suas mãos.

           Mary puxa uma cadeira e se senta na frente de Amanda, segurando as mãos da garota entre as suas.

-Amanda, você realmente ia puxar o gatilho?- perguntou a Doutora baixinho. Os olhos de Amanda lacrimejaram.

-Sim. Eu ia- ela responde num sussurro. -Eu não podia mais ve-lo sofrer daquele jeito, Mary. Era insuportável.

-Eu entendo. Não te julgo, eu faria a mesma coisa.- diz Mary. Logo o silêncio se instala dentro da sala, as duas escutando a respiração uma da outra.

           Amanda abre a boca para falar algo, mas nada sai; as palavras travam em sua garganta, seus olhos marejados.

-Eu... Eu não aguento mais isso.- diz a garota. Mary a olha. -Eu tentei ser forte, Mary, juro que tentei. Eu precisava ser forte. Precisava mostrar para todos que eu podia fazer tudo isso, que podia salvar meus amigos, que eu sou capaz de destruir a CRUEL do mesmo jeito que eles nos destruiram... Mas eu não posso. Ver que todos os meus esforços são em vão, me destrói. Quanto mais eu tento salvar aqueles que eu amo, mais eu os perco.

-Oh, Amanda...- diz Mary abraçando a garota. -Você não faz ideia do quanto está enganada...

-Será que estou?

-Claro que está, Amanda... Você não ve que chegamos onde chegamos por sua causa? Por causa desse seu amor que você tem pelos seus amigos? Foi ele que fez você mais forte. Que fez você vencer todas as suas batalhas. Não se deixe abalar pelo que aconteceu com Newt. Você conseguiu, nós conseguimos, eu sei disso. Achamos uma cura, Amanda. A pior parte já passou. Você pode relaxar agora.- diz Mary, dando um pequeno sorriso. Amana sorri fraco.

-Vou relaxar quando a CRUEL estiver em chamas e Ava Paige e Jason estiverem mortos.- diz a garota lançando seu melhor olhar assassino para Mary, que ri.

-Essa é minha garota!- diz a Doutora.

             A porta da sala é aberta, e Teresa entra acompanhada de Minho, Thomas e Gally. Teresa tinha dois frascos com sangue em sua mão direita.

-Aqui está o sangue do Newt pra você examinar.- diz Teresa dando os frascos para Mary, que os pega indo fazer os testes.

-E como ele esta?- perguntou a Doutora. Amanda continua calada, se fingindo de morta. Simplesmente queria sumir daquela sala, ser invisível. Falar de Newt a incomodava, principalmente depois que todos viram a garota apontando uma arma para ele. Ela estava envergonhada de si mesma. Por mais que suas intenções tivessem sido boas, sabia que não havia sido um ato muito bem compreendido pelos outros.

-Ele está bem.- diz Minho dando de ombros. -Voltou a ser o mesmo Newt de sempre. O Newt antes do maldito fulgor.

-Isso é um bom sinal, não é?- perguntou Thomas. Mary sorriu, o que já respondia a pergunta de Thomas.

          Mary logo termina de analisar o sangue do garoto, e se vira para os outros, sua expressão indecifrável.

-E então?- quis saber Gally. Mary sorri.

-Deu certo. A vacina. Ela está matando o Fulgor que corre pelo sangue de Newt. - e se virando para Amanda, completa: - Você conseguiu, Amanda. Você salvou o garoto que você ama.

The Girl Who Wanted More • Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora