Um Jardim de Rosas

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Sewyn caminhava pelos corredores da casa preocupado, pensando no motivo de estarem demorando tanto, caminha próximo do quarto vagarosamente. rente a porta, o lugar era composto por duas camas, um baú, um armário e vários tipos de brinquedos feitos a mão pelas crianças espalhados pelo chão. As lembranças vinham como uma brisa de vento suave, desde quando brigavam por um brinquedo especifico quando mais jovens, o tempo em que eram bebês e "ela" ainda estava viva. Melancolia define o estado de Sewyn no momento, um sentimento vagaroso de saudades e tristeza com um fundo de dever e responsabilidade, ele ergue sua cabeça que parecia pesar toneladas naquele momento, olha fixamente para a janela que dava para o jardim central, a noite parecia calma, ele adentra o quarto tomando cuidado para não pisar nos brinquedos enquanto se espreita para passar pela porta que não comportava seu tamanho. Um sentimento de incerteza e medo toma conta de Sewyn ao olhar pela janela, pétalas caem suavemente junto ao vento. "Algo incomum, mas uma bela visão", pensa Sewyn enquanto voltava para o corredor da casa se dirigindo-se aos seus aposentos.

- Está tarde... - Pensa enquanto está sentado a beira da cama. - Acho melhor ir até a loja para ver como as coisas estão.

O clima parecia chuvoso, mas ao invés da chuva esperada via-se pétalas rosadas caindo do céu, graciosas e leves como penas, mas carregando no ar um sentimento de preocupação para "aqueles que sabem", incluindo Sewyn. Não demora muito para que chegue a loja e a encontre fechada. Sewyn confuso e irritado tenta imaginar aonde os dois estariam naquele momento, sempre fazem esse tipo de coisa, e sabia que provavelmente Skyller havia sido arrastado de alguma forma pela Scarlett.

Sabia que as pétalas eram um sinal, estava começando novamente, tudo que ele mais temia, agora somando-se a preocupação para com as crianças que foram confiadas a ele por sua esposa. Sewyn passa um tempo esbravejando sobre como são imprudentes e como tudo de errado está acontecendo ao mesmo tempo, até ter uma ideia. Ele se lembra que nos uniformes que deu para os dois havia escondido não apenas um localizador, mas também um projetor holográfico, assim poderia encontra-los e já chamar a atenção deles, mantendo o tom duro e praticamente ditatorial de sua parte, apenas para impor o devido respeito.

Ele pega seu colar escondido em baixo da malha de sua roupagem, joga no chão e assume uma pose firme e respeitosa esperando o holograma do lugar aparecer. Um feixe esverdeado é liberado pela joia, que demonstra possuir em seu interior algumas ligações eletrônicas, a imagem do lugar apesar de fraca começa a aparecer, porém segundos depois é destruída por um Skyller armado com um tipo de bastão.

-Mas... O que? Como ele sabia? COMO ELE OUSA!

Sewyn extremamente irritado pega a joia do chão que agora possui uma luz piscando como um sinalizador de qual direção deveria ir. Sem pestanejar segue caminho pelas escuras ruas da pequena cidade. Apesar de apontar a direção a aparelhagem não era muito precisa, e acaba estando em uma parte um tanto quanto perigosa da cidade, conhecida por possuir uma gangue que havia recentemente se formado que comandava os pequenos crimes da região.

Sewyn pode ver as sombras passando pelo canto dos olhos, até ser abordado por um garoto loiro, de cabelos espetados, roupas amassadas e uma faca em punhos.

- Olha só o que temos aqui gente! Um vovozinho perdido hahaha!

- Eu gostei do colar que ele ta segurando nas mãos, eu quero para mim Petro! - Uma garota com um rabo de cavalo sai das sombras, com um sorriso estranhamente perturbador.

- Claro, pode ficar com ele, mas eu quero mesmo saber é porque um velho como esse estaria aqui a uma hora dessas...? - De trás dos dois surge este garoto, alto e esbelto, possui cabelos negros e longos, suas roupas apesar de amassadas pareciam novas e estava cheio de joias em todos os dedos, algumas eram até mesmo alianças de casamento.

Sewyn assume sua posição dura, imponente:

- Não tenho tempo para lidar com vocês, me deem passagem ou as consequências irão ser graves.

- Alá Petro, o vovô tá querendo por medo na gente! - Petro não responde, mantém um olhar fechado e analítico para o velho, que é retribuindo com um olhar ameaçador, conotando uma determinação imensurável.

- Bem, você não pode entrar aqui e sair assim sem pelo menos pagar não é mesmo vovô? - diz Petro, gesticulando com sua mão em direção a Sewyn.

- Bem eu vou então pegar este colar como pagamento! - Diz a garota enquanto esticava seu braço em direção a joia. Sewyn em um movimento rapido pega a mão da garota e torce, apenas ouvindo um som de "crack" vindo de seu pulso, ela cai ao chão chorando, ainda sendo segurada por Sewyn.

- Seu desgraçado! - O garoto de cabelos espetados corre com a faca na direção dele. sendo respondido com um belo chute em seu estômago jogando-o contra a parede ao lado de Petro com uma força esmagadora, o suficiente para racha-la. Petro calmamente retira um revolver que estava em sua cintura e dá dois tiros no velho, que em milésimos de segundo movimenta o braço que estava segurando a garota para apanhar as balas, ouve-se um barulho de metal batendo quando as balas encontram sua mão.

- Vamos deixa-lo passar sem problemas... - Diz Petro.

- Você tá louco Petro! Ele quebrou minha mão! Você não vai fazer nada!?

- Isso só aconteceu porque foi descuidada, e nem se eu quisesse poderia fazer algo com alguém usando equipamento militar.

- O-Oque?

- Aquele braço para se movimentar daquele jeito é no mínimo coisa de milico ou de alguma empresa grande, de um jeito ou de outro não quero me meter.

Sewyn não diz nada, apenas continua caminhando em direção a Petro, logo passando por ele, o garoto olha para o velho e diz:

- Vamos nos ver de novo ainda velho... Você querendo ou não. - Sewyn apenas olha por cima dos ombros, torna a virar para frente e continua a seguir a direção a qual a joia aponta.

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