Eu o amava.
Amava tanto quanto um amante das flores amava a primavera.
Tanto quanto o cravo amava a rosa.
Eu o amo tanto quanto um pintor ama uma tela em branco pra preencher com as cores mais bonitas.
Amo tanto quanto um confeiteiro ama trabalhar em seu bolo.
O amo tanto que deixaria tudo por ele, abandonaria minha vida monótona pra viver uma nova com ele.
Deixaria até mesmo de viver por ele.
Mas ele era apenas meu, unicamente meu.
Ou pelo menos devia ser
odiava tanto quando chegavam perto de minha primavera, de minha tela em branco, de meu tudo.
Tinha tudo pra ele ser apenas meu! mas decidiu não ser, escolheu ser de todos, menos meu
e se não fosse meu, não seria de mais ninguém.
Não era justo! eu entreguei tudo a ele e fui retribuído sendo dispensado? não ficaria assim.
Agora ele não era de mais ninguém, se não fosse apenas meu e eu apenas seu, não seríamos de ninguém.
Eu e você agora estamos juntos, eu sou apenas seu e você apenas meu.
Uma pena que estamos juntos em outro mundo agora, uma pena que pra isso o sangue não corra mais em nossas veias.
Uma pena você ter que morrer pra isso, e eu, dei minha vida também, pra ficar junto a ti.