Prólogo

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***

" -Mamãe, como você escolheu o meu nome? - disse uma pequena voz fina e doce. Ela era tudo o que essa mulher tinha, era o início e o final de seu universo.

-No momento em que você nasceu minha pequena, era uma noite muito complicada...

-Complicada como mamãe? - agora aquela pequena voz suave estava curiosa e com luzes brilhantes piscando em seus olhos.

-Ainda não é o momento para explicar isso, querida. - a mulher sorriu bondosamente para filha, enquanto em seu olhar havia sombras passadas.

-Está bem, mamãe. - sua expressão derrotada arrancou de sua mãe um grande sorriso, algo que ela não fazia a muito tempo.

-Continuando... - ela ainda sorria. - Como estava dizendo, era uma noite complicada para você nascer, mas mesmo assim você nasceu. Eu me senti muito feliz por finalmente poder ver você, mas também sentia cócegas.

Ela fazia cócegas em sua filha enquanto narrava, sua risada era tão linda, que ela desejava preservá-la por muito mais tempo.

-Por que, mamãe? - perguntou ainda rindo. Enquanto sua mãe parava com as cócegas e a arrastava para seu colo.

-Não era noite de lua cheia, mas a lua estava alta e muito brilhante. E tudo o que havia ao nosso redor era a luz da lua, era tão forte, que fazia cócegas em minha pele. - seu olhar era distante, como se recordasse daquele exato momento.

-Mas isso não explica meu nome, mamãe. - ela reclamava com um enorme bico em seus lábios, fazendo novamente sua mãe sorrir.

-Explica sim, pequenina. - ela dizia enquanto passava um dedo suavemente pelo pequeno nariz da menina. -Ayla, significa luz da lua. E naquela noite, eu te achei tão brilhante quanto ela. "

***

" -O que pensa que está fazendo? - era uma voz ruidosa e fria.

-A nossa comida. - era a mesma mulher de antes. Mas desta vez ela não estava sorrindo ou feliz.

-Eu vou caçar. É melhor do que isso que você pensa que está fazendo. - ele lançou um olhar de nojo a comida, e bateu a porta de casa saindo sem olhar para trás. "

***

" Papai, cadê a mamãe? - era ela novamente, a mesma voz suave, que desta vez chamava pela mãe.

-Eu não sou teu pai criança estúpida. - ele estava alterado e sujo de terra, seus olhos vermelhos mostrava raiva, e isso assustou a menininha.

-Mas cadê a minha mamãe? - desta vez ela evitou chamá-lo de pai. Sabia que ele não era, mas ela queria um, e como ele era marido da mamãe, ela achava que ele poderia ser.

-Sua mãe foi embora garota. Agora me deixa em paz. - sua voz estava cada vez mais fria, assim como seu coração e sua alma. Ele subiu as escadas deixando para trás uma garotinha inocente, que não sabia o que estava acontecendo. "

***

" -É uma pequena imbecil, mas é bonitinha. Vale a pena, acredite. - era a mesma voz fria que ela sempre ouvia gritar com sua mamãe.

-Quantos anos ela têm? - era uma voz estranha, a garotinha nunca o tinha visto. Ela estava no alto da escada ela observando ele conversar com aquele estranho, e não entendia sobre o que eles falavam.

Havia dias que sua mamãe tinha sumido, e ela estava quase acreditando que ela realmente foi embora sem ela.

-Acho que oito. Eu não me importo com isso. - sua voz grossa estava rude.

-E o que ela é? Dominante ou Comum? - a voz estranha e asquerosa perguntava, e ela ainda não entendia nada.

-Nem um ou outro, é uma humana inútil como a mãe dela era. Mas ela tem potencial para ser uma Ômega, sinto isso nela. - ela não via, mas a informação chocou o homem estranho.

-Você está maluco? Eu desisto desse negócio, não quero mais. - o estranho se levantou agitado, ele estava nervoso, e só queria ir embora dali.

-Mas o quê... Você disse que a compraria. Eu preciso me livrar da garota. - era a primeira vez que aquela voz parecia desesperada, ansiosa.

-Não vou mais, você não me informou direito. Isso é contra nossas leis.

No alto da escada e escondida, a garotinha começava a se assustar com o tom daquelas vozes.

-Não venha me falar de nossas leis, você mesmo as quebra. - sua voz estava cada vez mais raivosa do que fria.

-Mas não essa, sinto muito. Ou melhor, não sinto. Mas isso eu não vou fazer. - ela viu o homem estranho sair, e o silêncio ficar. "


***


" -Garota. - ele gritava, até vê-la chegar correndo e com medo. - Por que isto aqui está sujo.

-Eu n-não sei limpar. - ela estava com medo. Sentia seu coração tão apertado que ela mal conseguia falar.

-Então aprenda. - ele gritou, e jogou longe o que segurava, causando mais sujeira. "


***


" -GAROTA. - ele entrou gritando, enquanto a garotinha descia correndo as escada já com medo.

Quando ela o encontrou ele estava acompanhado de uma mulher, ela era linda, mas o seu coração não.

-Garota, ela agora é a sua nova mãe. - ele anunciou e a mulher não a olhou como uma mãe olha para um filho.

Ela não sabia o que dizer. Fazia meses que sua mãe havia sumido, e ela agora acreditava que sua mãe havia a deixado. Talvez tivesse ido atrás do seu pai, ela apenas não esperava mais que ela voltasse.

-Mas ela não é a minha mamãe. - o olhar que ele lhe lançava não a fazia ter coragem para o olhar.

-Eu já disse sua imbecil, sua mãe não vai voltar. Então não espere por isso. - ele quase rosnava com as palavras, e isso fazia ela ter medo de que ele a atacasse. "

***

Mundo Dominante - Lágrimas Lupinas (Vol.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora