Amor Improvável || André Silva

Trinta Sete

#BárbaraP.O.V#

Sento-me no sofá da sala e as minhas pernas tremem como se esta fosse a pior decisão da qual vou ouvir a resposta. Não é a pior mas é sem dúvida a que mais vai mudar a minha vida até hoje.

Ou fica tudo bem ou fica tudo mal e vamos sofrer muito.

-Eu pensei muito e acreditem que tentei não me lembrar que vocês mentiram e que nos engaram tanto tempo. Tentei que a decisão fosse ao gosto de todos e já sei o que vamos fazer.

-Fala logo Jorge.-André pede.

-Bárbara vai até ao teu quarto e faz as malas que vamos passar as férias de Natal a casa das tias ao Algarve.-não pode ser.

Levanto-me num ápice e agarro-me ao corpo de André. Temia tanto que a decisão fosse esta, não sei como ainda pude ter um restinho de esperança que ele permite-se um amor com o André.

-Tu não podes fazer isso. Nós não somos irmãos, percebe isso de uma vez.-o André grita exaltado.

-Vocês são o que eu quiserem que sejam e neste momento a Bárbara vai fazer as malas e vamos embora. Esta palhaçada acaba aqui.

O André afaga-me as costas e vejo-o tentar segurar as lágrimas mas são mais fortes que ele e começam a escorrer pela face. Limpo-lhe as lagrimas enquanto deixo beijinhos na sua bochecha, vou ter tantas saudades dele.

-Promete que não me trocas.

-Achas que te conseguiria trocar? És a minha vida André.

-Eu amo-te tanto. Desculpa não poder fazer nada por nós.

-Eu volto mais em breve que imaginas. Amo-te muito.-largo a sua mão aos poucos e isso vai destruindo o meu interior.

Chego ao meu quarto e pego na mala de Bruxelas e volto a sair. A única parte positiva é mesmo essa, já tenho a mala pronta.

Volto a abraçar o corpo do meu namorado e vejo o meu pai chamar já dentro do carro.

-Nós vamos arranjar uma solução.-beijo os seus lábios e ando devagar até ao carro.

As lagrimas continuam a escorrer e sinto que não vão parar tao cedo. Apetece-me gritar com o meu pai, dizer que o odeio e que não tem o direito de fazer isto. Apetece-me sair do carro, correr até ao André e dizer que não vou sair daqui nem por nada mas isso só seria pior.

Estas duas semanas vão passar rápido e quando o meu pai perceber já cá estamos de novo e ele não me pode impedir de namorar com o André na escola.

-Vais ir calada todo o caminho?

-Não tenho nada para te dizer.-digo seca.

-Podias pedir desculpa pelas mentiras.

-E tu? Vais pedir desculpa por me fazeres ficar na merda? Só queria que a mãe cá estivesse, ela deve estar tão triste com as tuas atitudes.-falo sem nunca o encarar.

-A tua mãe teria muito orgulho em mim porque só estou a proteger a minha filha de um rapaz que só quer brincar com o corpo dela! Agora choras mas daqui a algum tempo vais agradecer-me.

Ainda penso em responder ao seu comentário mas simplesmente não tenho forças. Podia passar o resto da minha vida a explicar ao meu pai que o André mudou e já não é o que ele pensa. Que o que nós temos é amor verdadeiro e afastar-me de quem eu gosto só me magoa. Podia emprestar-lhe os meus olhos para ele ver tudo o que eu vejo de bom no André, como ele me trata bem e faz sentir uma princesa mas não ia adiantar de nada, o meu pai diria sempre que estou a ser iludida por ele.

#AndréP.O.V#

E em menos de dez minutos esta casa perdeu todo o encanto que tinha. Sinto-me mal, sozinho, abandonado por toda a gente que eu pensava ter. No fundo eu tinha um pouquinho de esperança que o Jorge nos deixasse namorar com a condição de dentro de casa sermos só amigos. Já tinha até imaginado como seria difícil não dormirmos juntos ou até mesmo estarmos na sala um sentado em cada sofá mas agora é bem pior.

Atiro-me para cima da minha cama e deixo as lágrimas tomarem conta de mim. Não quero de todo estar a tentar não chorar porque é só isso que me apetece fazer.

-André anda almoçar.-a minha mãe fala da beira da porta do meu quarto.

-Não tenho fome.

-Filho reage. Daqui a algum tempo a Bá já cá está de novo.

-Eu não queria ficar longe dela. Custa assim tanto entender que nós não somos irmãos e podemos ser namorados à vontade? Entende de uma vez que isto não é uma brincadeira.-falo exaltado.

Ela sai do quarto e eu volto a deitar-me sem sequer pensar em levantar-me de novo.

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Heyyyy pessoas! O que estão a achar da Bá e do André?

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Beijinhos da Cat