Capítulo 1

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Há tempos que Alicia não sentia-se entusiasmada com algo. Tal entusiasmo não era possível, já que sua vida era monótona.
Ela, desde sua infância, foi bajulada aos extremos. Sempre teve todos os seus desejos supridos. Para seu pai, homem com certa relevância na sociedade, era sua princesa. Para sua mãe, amiga confiável.
De estatura baixa, cabelos lisos e pretos e de pele pálida, Alicia sempre foi o centro das atenções. No colégio não poderia ser diferente: atraía a atenção de todos os rapazes. Do garoto tímido ao cafajeste popular.
Com 17 anos, Alícia já não via tanta graça nos relacionamentos, já que tinha todos os garotos aos seus pés. Contudo, apesar de sua tediosa vida, Alícia tinha uma personalidade única. Inteligente, independente e sonhadora.
Seus pais, cuja influência rompia barreiras geográficas, faziam sua comemoração anual em todos os natais. Gostavam, através de muito exibicionismo e luxúria, mostrar que eram um sucesso. Convidavam todas as pessoas importantes da pequena cidade: políticos, cirurgiões, advogados e toda a nata.
No entanto, neste ano, sua mãe, pela primeira vez, decidiu convidar algumas pessoas que não encaixavam-se em tal estereótipo. Sua irmã e sua família.
Maria, mãe de Alícia, não tinha tanto contato com seus irmãos, em especial com sua irmã caçula Augusta. Porém, neste ano, quis, através de um gesto de generosidade, demonstrar sua benevolência. Sendo assim, Maria a convidou para sua festa.
Augusta, ao contrário de sua irmã mais velha, não tivera a mesma sorte de casar-se com um homem de valor. Casou-se com seu amor, no entanto.
Augusta e sua família eram pobres. Tão pobres que Maria teve de pagar suas passagens para a cidade. Caso contrário, sua presença seria impossível.
Como o quarto de visita já estaria lotado, Maria temeu que o filho de Augusta, Hugo, não tivesse lugar para dormir. Apesar de relutar, Maria achou melhor deixar Hugo dormir no quarto de Alícia. Apesar de nunca terem contato, eles eram primos. Nada poderia acontecer, imaginou Maria.
E foi com tal decisão que Alícia acordou às 8 da manhã de um sábado:
- Acorde, menina! Já está na hora de levantar.
- M-mãe? O quê? - Indagou Alícia com a voz sonolenta e os olhos quase fechados.
- Seu primo Hugo dormirá aqui e você arrumará essa bagunça! - Exclamou Maria com um olhar de repreensão.

Para Alícia, sua mãe estava apavorada, pois queria demonstrar para a irmã que as coisas eram bem organizadas. Mas, como era inteligente, sabia que não era sábio discutir ali. Então Alícia levantou-se. Ficou, no entanto, com uma dúvida em sua mente: como será que Hugo era? Qual sua idade? Ela nunca fez tais perguntas e perguntar agora pareceria suspeito demais.
Naquele dia, Alícia passou o dia com tal curiosidade.


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⏰ Última atualização: Sep 19, 2018 ⏰

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